Seguindo com nossa matéria da anterior, trazemos agora o restante da nossa lista de 21 livros importantes que todo ator deve ter e ler. E não se engane, pois esses são apenas alguns poucos nomes que devem fazer parte da nossa extensa pesquisa teatral na busca pela excelência na realização do ofício de atuar.
Teatro é feito de detalhes, corpo, voz, mente, relação e troca. Então não é para qualquer um, pois como já dissemos estudo e prática diária fazem parte da rotina desses trabalhadores da arte. Sendo assim, sem mais delongas, esperamos que apreciem as sugestões a seguir:
12- O Ator Invisível – Yoshi Oida
Neste surpreendente manual prático da arte de representar, o ator, diretor e professor japonês Yoshi Oida – integrante desde 68 da companhia teatral de Peter Brook, em Paris -, demonstra toda a amplitude e profundidade de sua experiência das técnicas de representação, do Oriente e do Ocidente, do tradicional e do experimental, do texto escrito e do improvisado, do cinema e do teatro, do corpo e da voz.
13- A Arte do Ator – Jean-Jaues Roubine
Ao caracterizar a arte do ator hoje, em toda a sua diversidade, este livro não dispensa referências históricas que chegam ao teatro grego, à commedia dell’arte e à cena romântica, embora o seu terreno privilegiado sejam os trinta anos que começam na década de 50, com o pós-guerra.
14- Performance Como Linguagem – Renato Cohen
Em Performance como Linguagem, Renato Cohen, pesquisador e performer, investiga as especificidades dessa nova linguagem e, num confronto com a cena do teatro, analisa as soluções que o espetáculo performático dá aos problemas da criação, encenação e atuação. A partir da observação das realizações de artistas como Joseph Beuys, Laurie Anderson e grupos como o Fluxus, entre outros, são focalizadas as diversas vertentes da performance, que vão dar ritualização à arte conceitual, bem como ao chamado teatro de imagens. Estudando a manipulação de signos com que os artistas criam estas formas de encarnação imagística e expressiva dos espaços cênicos, propõe uma espécie de “antimídia” que se contrapõe ao discurso da mídia institucionalizada.
15- O Teatro e Seu Duplo – Antonin Artaud
Ensaio de Antonin Artaud (1938) em que o autor desenvolve a ideia da necessidade, para o teatro moderno, de reencontrar a dimensão metafísica presente nos mistérios
16- A Arte Secreta do Ator – Eugênio Barba
Obra clássica, organizada como um dicionário, já editada em diversas línguas. Uma fonte de saberes sobre como os atores se comportam em cena, em todas as partes do mundo, bem ilustrado com fotos e desenhos. Máscaras, ritual, improvisação, maquiagem, coreografia e outros fenômenos são analisados com ênfase nos significados espirituais, comunicativos, sociais e estéticos de cada tipo de comportamento cênico.
17- Jogos para Atores e Não Atores – Augusto Boal
Segundo o autor deste livro, o dramaturgo e diretor teatral Augusto Boal, o teatro é algo que existe dentro de cada ser humano, podendo ser praticado em qualquer lugar, por qualquer pessoa, atores profissionais ou não. O livro, então é um completo manual de jogos e exercícios para teatrólogos. Nele, o autor sistematiza os exercícios utilizados pelo Teatro de Arena entre 1956 e 1971, oferecendo métodos de importância inestimável tanto para os atores quanto para as pessoas comuns.
18- O Papel do Corpo no Corpo do Ator – Sonia Machado Azevedo
A autora, Sônia Azevedo investiga princípios, técnicas e metodologia de criação nas artes cênicas, as quais têm como elemento fundante o corpo do ator. A máscara atoral é examinada desde a preparação de um corpo disponível à sua utilização, na abordagem fenomenológica de sua composição, no arranjo formal e estético dos signos utilizados na cena contemporânea, até o momento mesmo da apresentação, em suas reapresentações, na manutenção e recuperação diária das energias somáticas nela investidas. Compondo-se de três partes, que vão desde uma investigação de princípios norteadores do trabalho corporal na dança, nas terapias que o utilizam e, sobretudo, no teatro, o livro propõe práticas e uma metodologia para o preparo do intérprete teatral dos nossos dias, tanto na improvisação, na representação e na criação formal da máscara.
19- Em Busca de Um Teatro Probre – Jerzy Grotowski
Em “Em Busca de um Teatro Pobre”, Grotowski postula um teatro praticamente sem vestimentas, baseado no trabalho psicofísico do ator. A melhor tradução de “teatro pobre” seria teatro santo ou teatro ritual. Nele Grotowski leva as ultimas conseqüências as ações físicas elaboradas por Constantin Stanislavski, buscando um teatro mais ritualístico, para poucas pessoas. Um dos seus assistentes e responsável pela divulgação e publicação de seus trabalhos e o hoje famoso teatrólogo Eugenio Barba.
20- Como parar de Atuar – Harold Guskin
Em “Como Parar de Atuar”, Harold Guskin visa revelar os insights e técnicas que se expressaram em grandes interpretações de dúzias de atores por ele orientados, novatos e veteranos, tanto nos palcos quanto nas telas. Guskin pretende oferecer ao intérprete uma estratégia baseada na ideia de que o empenho do ator na sua representação não é o de “criar uma personagem”, mas, ao contrário, deixar-se levar pelo impulso, em contínua interação sensível com o texto. Extraindo exemplos de seu labor com performers e de sua própria experiência, propõe que o ato de corporificar se constitua de uma dinâmica exploração de seus potenciais em contínua evolução, e não como um percurso ditado por um objetivo final, previamente fixado. Nesse sentido, oferece conselhos para o desenvolvimento ou a renovação de um papel, a atuação em cenas consideradas difíceis e de forte conteúdo emocional, o confronto com papéis de grandes autores, bem como para a adaptação às demandas particulares da cena teatral ou da tela do cinema e da televisão, para o relacionamento e o envolvimento com o público espectador.
21- Carta aos Atores e Para Louis de Funes – Valère Novarina
“Carta aos atores” foi escrito durante os ensaios da peça “O ateliê voador” para o elenco que estreou o espetáculo em janeiro de 1974. O monólogo reflete sobre a arte da representação, recordando que é no ritmo que o sentido do texto de teatro se revela. Em “Para Louis de Funès”, o dramaturgo francês reflete sobre a palavra, o pensamento e o corpo do ator, explorando o papel do teatro na sociedade.
E então, gostou dessas dicas?! Caso conheça outro livro que precisa entrar nessa lista, compartilhe conosco nos comentários.
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