O cinema documental pode ser considerado o primeiro gênero a surgir na sétima arte. Quando os irmãos Lumière começaram seus experimentos com luz e câmera, recorreram para registrar o que seria mais acessível: a realidade. Com o passar dos anos, o cinema com veia narrativa passou a predominar as produções. Com o movimento do “cinema-olho”, cineastas soviéticos passaram a fundamentalizar o gênero, criando uma ferramenta social e política potente, capazes de mudar o mundo.
O homem com uma câmera
Dirigido por Dziga Vertov, pai do cinema-olho, este filme experimental soviético é aclamado por sua inovação cinematográfica. Os fundamentos do cinema de Vertov eram baseados na ideia de que o cinema deveria capturar a realidade de forma objetiva e sem interferência. Utilizando técnicas como a montagem rápida, a filmagem documental e a ausência de atores profissionais, pautado nos ideias do movimento comunista. Sua abordagem visual dinâmica e não linear influenciou gerações de cineastas, estabelecendo um novo padrão para a cinematografia documental.
Leia Mais: 10 Filmes Brasileiros que Ganharam o Mundo
Cabra marcado pra morrer
Ao falar sobre documentários, é impossível não citar o brasileiro Eduardo Coutinho. Em “Cabra Marcado para Morrer”, o documentarista tinha como ideia inicial produzir uma especie de cinebiografia do líder camponês João Teixeira que foi assassinado pela ditadura militar brasileira em 1962, o filme foi interrompido pela censura e só foi concluído após a abertura política nos anos 1980.
Infelizmente a ditadura militar estourou em 64, durante as filmagens. Coutinho retorna 20 anos depois, em posse do bruto original, e investiga o que aconteceu com todos envolvidos nas filmagens de duas décadas atrás. Sua abordagem inovadora, combinando entrevistas reais com reencenações, desafiou as fronteiras entre documentário e ficção, enquanto sua exploração das lutas dos trabalhadores rurais contra a opressão política trouxe à tona questões urgentes de justiça social e democracia.
Paris is Burning
Dirigido por Jennie Livingston, este documentário oferece um olhar poderoso e comovente sobre a subcultura drag ball em Nova York nos anos 1980. Ao explorar temas de identidade de gênero, raça, classe e sexualidade, o filme desafiou estereótipos e preconceitos, enquanto celebrava a criatividade e a resiliência da comunidade LGBTQ+ marginalizada. Sua influência duradoura pode ser vista na forma como abriu caminho para uma maior representação e aceitação das identidades queer na mídia e na sociedade em geral.
Leia Mais: Sr. e Sra. Smith | Um casamento explosivo
Eu não sou seu negro
Dirigido por Raoul Peck, este documentário é baseado no manuscrito inacabado de James Baldwin. Ele foi um dos mais proeminentes escritores e ativistas dos direitos civis dos Estados Unidos. O filme oferece uma análise perspicaz e contundente da história do racismo nos Estados Unidos, conectando o passado ao presente por meio das palavras eloquentes de Baldwin. Ao confrontar o espectador com a dura realidade da experiência negra na América, o filme desafia a complacência e inspira ações em busca da justiça racial e da igualdade.
Supersize me
Dirigido e estrelado por Morgan Spurlock, este documentário expõe os perigos da alimentação não saudável e da indústria de fast food. Através de um experimento pessoal no qual Spurlock se alimenta exclusivamente de comida do McDonald’s por 30 dias, o filme revela os impactos devastadores da dieta fast food na saúde física e mental. Sua mensagem poderosa e sua abordagem acessível causaram um impacto significativo. Spurlock provocou mudanças na legislação de alimentos, regulamentações de publicidade e uma maior conscientização sobre a importância de escolhas alimentares saudáveis.
Compre Agora: Uma das melhores câmeras da Canon | EOS R8 Full-Frame Mirrorless com lente RF24-50 mm F4.5-6.3 IS STM, 24,2 MP, vídeo 4K, processador de imagem DIGIC X
O ato de matar
Dirigido por Joshua Oppenheimer, este documentário é notável por sua abordagem única e provocativa para explorar os horrores do genocídio na Indonésia. Ao permitir que os perpetradores dos massacres recriem suas atrocidades por meio de encenações cinematográficas, o filme desafia o espectador a confrontar a natureza da violência e do poder. Sua capacidade de provocar empatia pelos perpetradores enquanto denuncia seus crimes chocou o mundo e gerou debates sobre justiça, memória e responsabilidade histórica.
A décima terceira ementa
Dirigido por Ava DuVernay, este documentário examina o sistema prisional dos Estados Unidos e sua relação com o racismo sistêmico. Ao traçar a história da criminalização da população negra desde a abolição da escravidão até os dias atuais, o filme expõe as injustiças profundas e generalizadas presentes no sistema de justiça criminal americano. Sua análise perspicaz e sua mensagem impactante contribuíram para uma conscientização crescente sobre as disparidades raciais no sistema legal e para o movimento em direção à reforma prisional e à justiça social.
Adquira Já: Lente VILTROX 23mm f/1.4 F1.4 E Grande Abertura STM APS-C Lente de foco automático para Sony E-Mount Camera
Valsa com Bashir
Dirigido por Ari Folman, este documentário utiliza a animação para explorar as memórias do diretor sobre sua participação na de 1982. Ao combinar elementos de documentário e ficção, o filme oferece uma reflexão poderosa sobre trauma, memória e responsabilidade. Sua abordagem visualmente impressionante e sua narrativa emocionalmente envolvente levantam questões profundas sobre os efeitos duradouros da guerra na psique humana e na sociedade em geral. O filme ampliou os limites do cinema documental e gerou discussões significativas sobre a representação da guerra e do trauma na tela.
Imagem: Divulgação
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.