Delicado e minucioso
Depois do aclamado “Irmãos de Sangue”, Artur Luanda Ribeiro e André Curti trazem a cena “Gritos”. O novo espetáculo da companhia franco-brasileira Dos à Deux que chegou ao CCBB nesta última sexta-feira, traz três poemas que falam sobre amor e temas contemporâneos servem de inspiração.
André e Artur, diretores e intérpretes da montagem, trabalham com teatro gestual e utilizam máscaras e bonecos, que foram esculpidos a partir de seus corpos. A montagem abre mão de diálogos, utiliza máscaras, nos deixando livres para interpretações múltiplas do que vemos em cena. Os três poemas intitulados “Louise e a velha mãe”, “O muro” e “Amor em tempos de guerra”, recebem interpretações lúdicas e potentes. A direção de Artur e André é minuciosa e o trabalho corporal dos dois atores é denso e delicado.
O cenário, também assinado pela dupla, é composto por estruturas de colchões de molas criando diferentes ambientes ao longo da peça.
A bela iluminação de Artur Luanda Ribeiro e Hugo Mercier trabalha com escuridão e sombra, o que torna difícil o primeiro contato com o espetáculo. Dificuldade que desaparece ao longo da peça, à medida que nosso olhar se acostuma com a penumbra.
Um dos pontos altos da montagem é a trilha sonora de Marcelo H, com música de Beto Lemos. É delicadamente elaborada e tem um papel importante nas cenas.
“Gritos” é mais um incrível e primoroso trabalho da “Cia. Dos à Deux“. Não percam!
Por Thiago Pach
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