J. Lobos foi de cidade em cidade, com sua bicicleta e os exemplares do seu livro para fazer a divulgação e vender “Ilusão”
Sabemos que não é fácil para um autor publicar um trabalho, mais difícil ainda é coloca-lo em destaque e fazer sua obra chegar às pessoas. Afinal, qual seria o sentindo de escrever uma história sem ter quem a leia?
Assim, J. Lobos, um viajante nato, leitor voraz e de muita criatividade, partiu em sua bicicleta, saindo de Minas Gerais com alguns exemplares de seu livro “Ilusão”. No caminho, divulgou seu trabalho e vendeu seus livros enquanto conhecia lugares e contava sua história.
Nesse meio tempo, a Woo! Magazine, através das redes sociais, viu um post despretensioso dessa história super interessante, que por si só já renderia um livro, e assim trouxe para vocês uma entrevista especial onde J. Lobos fala um pouco sobre seu livro, suas vivências e inspirações para escrever. Confira abaixo a entrevista na integra:
Dan Andrade.: Em qual momento da sua vida surgiu a ideia chave que originou do livro “Ilusão”?
J. Lobos.: “Ilusão” surgiu primeiramente como um desabafo no final de 2016, e gostei do processo, assim fui levando em frente, comecei a me aprofundar mais na literatura e principalmente nas obras distópicas. Agora o ponto chave da obra eu considero ser a última parte do livro, que é o que eu acredito que dê realmente vida e sentido pra Ilusão, ela surgiu praticamente junto com o início do livro, assim que comecei a escrever eu já sabia o que queria transmitir, uma ideia de mudança e outras possibilidades, diferente do pessimismo habitual das distopias mais consagradas.
D.A.: Como você descreveria em poucas palavras esse livro?
J.L.: “Ilusão” é um livro que fala sobre a mudança de percepção sobre o mundo.
D.A.: Para as pessoas que ainda não conhecem você, fale um pouco de como você vem divulgando “Ilusão” de cidade em cidade nesse Brasil:
J.L.: Bem, meu plano quando sai de São Thomé foi carregar o máximo possível de livros no caixote da bicicleta e ir vendendo e divulgando a obra pelo caminho, felizmente deu muito certo como eu já esperava que fosse dar, de lá desci em direção a São Paulo, depois rumei pro litoral paulista e fui subindo.
D.A.: Você contou pra gente que sua maior dificuldade é ficar longe da família. Ao mesmo tempo, você deve aprender muito com suas viagens, leituras e até mesmo quando está escrevendo ou conhecendo pessoas de diferentes lugares enquanto divulga seu trabalho. Então, lá na frente, como você acha que será passar essa vasta experiência para seu filho?
J.L.: Sim, acho que o único problema deste tempo na estrada foi ficar afastado do meu filho, por ser a primeira vez desde que ele nasceu que ficamos afastados e ainda ser dependente de mim. Acho que a experiência será passada de forma natural a partir das próprias vivências dele e nossa juntos.
D.A.: A leitura é algo extremamente importante, e hoje o acesso aos livros é mais democrático do que no passado. Conta pra gente o que você tem percebido da recepção do público quanto a “Ilusão” e como você definiria esse público?
Sinto que as pessoas se interessam bastante, não somente pela obra mas também pelo meu “rolê” de bicicleta, o que sendo um diferencial acaba abrindo portas para me receberem e escutarem um pouco sobre o livro. Percebi que meu público é composto por pessoas mais jovens entre os 18 e 35 anos.
6 – Agora falando sobre o enredo de “Ilusão”. Fale um pouco mais sobre suas inspirações e referências para contar essa história:
Inspirações literárias com certeza foram as distopias, desde 1984, admirável mundo novo, o tacão de ferro, fahrenheit 451, nós, não verás país nenhum, laranja mecânica, etc. A segunda parte do livro eu diria que tem um pouco de inspiração em clube da luta, essa questão de luta e sabotagem contra o sistema. A terceira e última parte é a que entra bastante minha experiência pessoal, as viagens desde 2016 por todo Brasil, Argentina e Paraguai, e minha inserção nesse mundo da permacultura, medicinas da floresta.
7 – Você tem outros trabalhos além desse? Conta pra gente mais sobre eles:
Tenho um conto publicado na Amazon, “O rei está morto”, é uma sátira a monarquia e poder, que me inspirei em Dom Quixote pra criar o personagem principal.
E tenho um segundo livro em andamento, já em processo de leitura beta, o título até o momento é Em busca do Éden, será uma saga dividida em duas partes, a primeira fantasia e a segunda ficção científica.
Esse livro se passa depois de Ilusão (mas não é preciso ler um pra ler o outro, são histórias separadas). Neste livro a humanidade se dividiu em espécies quase distintas, (durante Ilusão uma pequena parte da humanidade está prestes a deixar o planeta terra, enquanto outra grande parte será deixada para trás) e essa é a premissa, os que ficaram para trás, alguns aceitaram o destino e souberam lidar com aquilo, se iluminando, enquanto outros se revoltaram e envolveram-se em penumbra, os que fugiram da Terra continuaram com os mesmos ideais de conquista e disputa. Agora é a hora do retorno, os que se foram voltaram para Terra, sem saberem que um dia seus antepassados viveram naquele local.
8 – Agora um bate volta, responda em uma palavra ou frase curta:
Um livro que todo mundo deveria ler?
Dom Quixote.
Um escritor preferido?
Gabriel Garcia Marquez.
Uma frase marcante em um livro?
“Sabe, Sancho, todas essas tempestades que acontecem conosco são sinais de que em breve o tempo se acalmará; porque não é possível que o bem e o mal durem para sempre, e segue-se que, havendo o mal durante muito tempo, o bem deve estar por perto”
Uma frase marcante no seu livro?
“E naquela madrugada, eu fui rei e mendigo, bruxa da qual eu mesmo mandei me queimar na fogueira por não acreditar no que eu me dizia. Naveguei pelos mares invadindo e conquistando territórios que já eram meus, me capturei e escravizei, derramei meu próprio sangue. Me violentei e me amei, traí e fui traído, fui prisioneiro e condenado a morte em prisões por ter matado a mim mesmo, assim como prisioneiro de meu próprio corpo, corri como o vento por todo mundo, acenando para todos pelos quais passava – rostos conhecidos e desconhecidos – quis abraça-los e dizer que entendia a todos, pois eu era eles.”
Um gênero de livro preferido?
Realismo Mágico.
8 – Agora, gostaria de reservar esse espaço da última pergunta para você divulgar mais seu trabalho. Então responda para o leitor onde ele pode encontrar os seus livros e ter acesso ao seu trabalho, ou até mesmo qual será seu próximo destino?
Bem, no momento através do instagram @via.deartista, ou pode me enviar um email.
Estou ainda no processo de montagem de um blog para divulgação literária/viagens. Encerrando esse ciclo de viagens, ficarei um tempo em Viçosa, tenho algumas coisas para ajustar, pretendo publicar outro livro esse ano ainda, enfim, intenção é estar na FLIP final do ano e depois seguir pro nordeste, próximos anos pretendo rodar a América Latina.
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