A Netflix funciona no Brasil desde 2011 e nesses 7 anos modificou completamente a forma que nós brasileiros consumimos produções audiovisual. Hoje, é difícil encontrar alguém que não acompanhe pelo menos uma série. Assistimos filmes e séries não só pela televisão, mas pelos computadores, tablets e celulares, e/em praticamente qualquer lugar. É possível dizer que em 2018 a Netflix é uma das maiores empresas do mundo, chegando bem perto de Google e Facebook. Contudo, a plataforma tem um grande problema: é paga, o que restringe o acesso de muitos usuários e torna o serviço bem menos democrático. Pensando nisso, o estudante paranaense Guilmour Rossi criou o Libreflix, uma plataforma de streaming de vídeos totalmente livre e gratuita. Rossi fez um levantamento de obras audiovisuais que pudessem ser transmitidas de graça na internet sem ferir nenhum direito autoral.
O site foi ao ar em 2017 e já conta com mais de 200 obras divididas em categorias como “Docs”, “Filmes”, “Curtas”, “Séries” e “Infantil” e assuntos como “Música”, “Ativismo” e “Educação”. Não há nenhuma superprodução Marvel ou alguma comédia recordista de bilheteria, mas o Libreflix disponibiliza obras renomadas como o clássico “Metrópolis”, a série infantil “Castelo Rá-Tim-Bum”, o longa nacional “Eu não quero voltar sozinho” até mesmo a série original Netflix “3%”.
O Libreflix utiliza software livre e sua plataforma tem código aberto. A plataforma é independente e não tem fins lucrativos, é desenvolvida comunitariamente e por isso tem custo de manutenção baixo. Entretanto, Guilmour analisa a possibilidade de uma “assinatura voluntária” para quem quiser pagar um valor simbólico para ajudar a iniciativa.
Além do site, o Libreflix já tem um aplicativo para Android e está sendo desenvolvido um app também para IOS.
O estudante de Engenharia de Computação também é responsável pelos projetos Guils TV (um aplicativo compila filmes, desenhos animados e séries de TV presentes em sites da internet) e Temer Golpista (um pulgin para navegadores que substitui ‘Michel Temer’ por ‘Temer Golpista’ todas as vezes que o nome aparece).
Outra alternativa à Netflix, que segue basicamente a mesma ideia de gratuidade e livre acesso do Libreflix, mas com um objetivo um pouco diferente é o Afroflix. Esta é uma plataforma de streamming com um recorte racial, um site dedicado à difundir produtos audiovisuais com temáticas envolvendo a negritude. Fundado há pouco mais de dois anos, o Afroflix divulga produções que tenham pelo menos um profissional negro nos créditos de suas áreas técnicas e artísticas. Hoje, o serviço tem mais de 100 títulos entre filmes, documentários, curtas, vlogs, webséries, clipes e até uma produção original, o filme “Batalhas”, da cineasta Yasmin Thayná, uma das responsáveis pela criação do site. A iniciativa, aliás, é predominantemente feminina, além de Yasmin, foram responsáveis pelo Afroflix a jornalista Silvana Bahia, a desenvolvedora Steffania Paola, a designer Bruna Souza, as pesquisadoras e produtoras Monique Rocco e Erika Candido, além do comunicador Bruno F. Duarte.
A plataforma não recebe nenhum tipo de apoio ou patrocínio e para quem quiser disponibilizar seu conteúdo lá basta inscrever-se no site e esperar para ser aceito. A exigência para cadastrar uma produção no catálogo segue dois critérios. O primeiro é se o produto tem pelo menos uma pessoa negra nos créditos; e a segunda é a avaliação de características mais técnicas do filme, como o roteiro, a linguagem, a experimentação e a criatividade. Há também a possibilidade de indicar alguma produção para fazer parte do site. O Afroflix já tem mais de 15 mil curtidas no Facebook e tem tudo para crescer cada vez mais.
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