Show da canadense segurou, do início ao fim, cantando sem desafinar sem intervalos

A turnê de comemoração aos 25 anos (agora 30) do “álbum de estreia” de Alanis Morissette chegou ao Brasil por meio do Lollapalooza 2025. De fato, o “Jagged Little Pill” foi seu terceiro álbum, mas foi ele quem acabou apresentando-a ao mundo — a história toda é muito interessante, mas fica para outra hora! — e foi o fio condutor para um storytelling que começou com a apresentação de um vídeo de retrospectiva para a entrada da diva no palco.

Amparada senão por sua banda e sem nenhum backing vocal, a multi-instrumentista foi de lá pra cá no palco, bateu cabelo, fez voz e violão, e tirou onda com a gaita. O show abriu com “Hand In My Pocket” em um momento emocionante, retirando um jejum de 12 anos sem terras brasílicas, e com o mesmo sangue nos olhos de quando escrevera o álbum, com 20 anos, mas agora com a maturidade que só a idade pode trazer.

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Esta é e não é a mesma Alanis que emplacou aqui 8 temas de novela, e assistir essa transformação é parte tão incrível do charme da sua presença de palco. Nada mudou, mas ela sabe melhor ainda como aumentar os níveis de serotonina na plateia.

Para encaixar 25 músicas com tantos sucessos na carreira é preciso de duas coisas: cantar sem parar e fazer escolhas, incluindo versões mais curtas — faixas quais Morissette felizmente escolheu como projetos mais “tardios” — que foi o que ela fez, priorizando, de forma descrescente, os três primeiros álbuns — que foram os que mais repecurtiram também por aqui.

Ela até entrou toda rockeira, com sobretudo pesado e reluzente às luzes do palco, mas não aguentou e já abriu mão na transição para “Right Through You”, segunda canção. Visivelmente cansada, o calor se misturava com a energia rebelde do seu grunge rock e poderiam desestabilizar um artista com alguns anos de palco, mas não Alanis, que segurou o fôlego até o último momento e, diferente do Lollapalooza Chile, nem fez pausa para suspense com bis.

Embora a recepção do público seja um pouco diferente para seus lançamentos fora do terceio disco — sobretudo a partir do sexto — o coro até era menor fora dos principais hits, mas estava sempre presente. Nosso destaque fica para o bate cabelo durante “All I Really Want”, em que Alanis duela com a guitarra com sua gaita durante seu clímax e, claro, com nossa favorita pessoal: “You Oughta Know”, motivo de delírio para os fãs no último quinto do show.

Mas loucura não tão forte quanto a unanimidade “Ironic” — chegamos a entrevistar pessoas que foram assistir ao show apenas para ouvir o sucesso — apenas para descobrir que, no fundo, não sabiam que conheciam tantos outros sucessos.

Confira setlist de Alanis Morissette

• 1. Hand in My Pocket
• 2. Right Through You
• 3. Reasons I Drink
• 4. A Man [encurtada]
• 5. Hands Clean
• 6. Can’t Not [encurtada]
• 7. Lens
• 8. Sorry to Myself
• 9. Head Over Feet
• 10. Everything [encurtada]
• 11. You Learn
• 12. Would Not Come [encurtada]
• 13. Smiling
• 14. Rest
• 15. Mary Jane
• 16. Flinch
• 17. Perfect
• 18. Ironic
• 19. Not the Doctor
• 20. Are You Still Mad [encurtada]
• 21. All I Really Want
• 22. Sympathetic Character [encurtada]
• 23. You Oughta Know
• 24. Uninvited
• 25. Thank U

_{Alanis Morisette em concerto em Bogotá. Imagem Destacada: Divulgação/Alanis Morissette (via Instagram)}