O filme do diretor italiano Paolo Genovese, começa de forma misteriosa, com um homem experiente abordando um grupo de pessoas que a princípio não tem nada em comum.
São eles e elas: um homem, uma mulher, uma criança e uma adolescente, que não entendem como pode haver uma pessoa conversando com eles, já que todos optaram por desistir da vida.

E é nessa perspectiva que começa “O Primeiro Dia Da Minha Vida”, que não fornecendo mais spoilers além da própria sinopse oficial, traz um terreno familiar de filmes como “Asas do Desejo” (1987) de Win Wenders, sua refilmagem americana “Cidade dos Anjos” (1998) e traz também, muito de “A Felicidade Não Se Compra” (1947) onde interventores, por assim dizer, se encarregam de acompanhar e explicar as regras dessa nova forma de existência, mesmo que nenhuma outra pessoa possa vê-los.
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Pela heterogeneidade dos atores, há interpretações sensíveis e de qualidade, principalmente do veterano ator Toni Servillo, como o “Homem” que é o guia da jornada dos demais personagens; Valerio Mastandrea como o cínico Napoleão e a grande Margherita Buy como um policial e mãe com um propósito específico além de servir como apoio ao mais jovem do grupo, um garoto que tem como ocupação ser um influencer.
Com uma fotografia às vezes sóbria e outras etérea, o diretor trafega por diversos gêneros: drama, suspense e até alguns toques de comédia, para contar a história em sets abertos, alguns momentos com a tradicional metáfora da chuva, que entre outras funções pode trazer à tona tanto um momento de melancolia de um dos personagens, quanto aquele em que eles “desaguam” em emoções, justamente para nos mostrar seus estados emocionais.
Como não poderia deixar de ser em um filme com esse tema, traz momentos emocionantes e potentes sobre escolhas, segundas chances e principalmente, como se conhecer para entender seus limites e aceitar-se do jeito que é, o que pode implicar em decisões quem nem sempre serão compreendidas por alguém, posto que são muito pessoais.
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O roteiro por vezes é confuso principalmente no começo, pois não especifica por que os 4 personagens foram escolhidos e quais são as regras da situação.
O personagem do coach, é o que mais sofre com isso, pois além do clichê de logo desistir — e embora o ator seja muito bom e faça o tipo de rabugento simpático — suas escolhas não são plenamente as mais coesas, mesmo que se trate de escolhas pessoais. Sendo um personagem que costumava inspirar e estimular as pessoas, a ponto de fazer um dos seus expectadores cantar o clássico “Hallelujah” de Leonard Cohen por duas vezes (que por si só, já é um clichê em situações emocionais), suas atitudes não condizem com o que é mostrado na tela.
Há também outros personagens que não se tem bem a ideia do porquê escolheram a saída que se apresenta no filme.
Por exemplo a policial: foi pela filha, foi pelo estresse ou rotina do trabalho que nunca tem fim? Mas independente disso, a atriz traz uma interpretação pragmática e no decorrer do filme, sensível.
Há outros 2 personagens que merecem destaque e sem dar muito detalhes, para não servir spoilers, tratam daqueles em que se depositam grandes expectativas, uma atleta e outro envolvendo um caso de abuso parental estimulado pela fama, o que traz um ar moderno que até então, não havia nos filmes citados como referência.
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Dentre os clichês, o roteiro por vezes confuso que por vezes deixa confusa as regras mínimas da situação, salvam-se a decisão acertada de não especificar nenhuma religião e as interpretações no mínimo competentes e algumas sublimes de todo elenco.
O fato de apresentar os quatro personagens e seus motivos de forma seriada, traz um atropelo de narrativas e caso não se compre seus motivos, não se embarca nos seus processos durante os dias que a história se sucede.
Mas nada que invalide a experiência que esse filme traz sobre escolhas, atitudes e segundas chances, que todos os seres humanos devem pensar a respeito, pois, afinal, mesmo que não se saiba qual seu papel no palco da vida, sabemos que um dia ela termina e se deve buscar a melhor forma de vivê-la.
Vídeo: Divulgação/Pandora Filmes

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