Segunda parte do texto sobre as maiores divas do teatro brasileiro
Neste mês de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, trazemos para você mais uma lista de grandes divas do teatro brasileiro. Neste post, conheceremos um pouco das trajetórias inspiradoras e as contribuições inestimáveis dessas mulheres que nos brindaram com atuações memoráveis:
Leia também: Divas do Teatro Brasileiro | Parte I
Marília Pêra (1943-2015)
Filha de atores, Marília começou no teatro com apenas 4 anos, na companhia de Henriette Morineau, Os Artistas Unidos, na qual trabalham seus pais, Manuel Pêra e Dinorah Marzullo. Dos 14 aos 21 anos desenvolveu habilidades como bailarina e participou de vários musicais, com destaque para sua primeira interpretação de Carmen Miranda na biografia de Lamartine Babo “O Teu Cabelo Não Nega”, em 1963. Ficou conhecida por sua vitalidade interpretativa e o estilo cômico, especialmente nos musicais. Foi premiada por sua atuação em “Roda Viva”, importante musical de Chico Buarque, em 1969. Marília conquistou também uma carreira sólida na televisão, se destacando principalmente em programas humorísticos como “Toma Lá Dá Cá” e “Pé na Cova”, um de seus últimos trabalhos.
Cacilda Becker (1921-1969)
Cacilda Becker Yáconis foi uma das mais importantes atrizes do teatro brasileiro. Irmã de Cleyde Yáconis, outra grande diva do teatro brasileiro, Cacilda foi também diretora e produtora teatral. Protagonista de vários espetáculos do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e fundadora da companhia que leva seu nome, Cacilda Becker interpretou diversos personagens antagônicos e complexos, transitando da farsa à tragédia. Teve uma atuação política importante durante a Ditadura Militar no Brasil, enfrentando a censura contra a classe artística. Destacou-se pelas atuações em “A Noite do Iguana”, do americano Tennessee Williams e “O Preço de um Homem”, do francês Steve Passeur, pelas quais foi premiada. Seu método de atuar foi comparado ao de Charles Chaplin pelo renomado crítico francês Michel Simon.
Laura Cardoso (1927- )
Atriz e dubladora, Laura Cardoso está em atividade nos palcos e na televisão há mais de 70 anos. No teatro, a atriz trabalhou com grandes diretores. Estreia no Pequeno Teatro de Comédia, em 1959, interpretando Mary Mcleod na peça “Plantão 21”, com direção de Antunes Filho. Sob direção de Antônio Abujamra, Laura Cardoso se destaca em “As Criadas” (1968), codirigido por Alberto D’Aversa, e “Volpone” (1977). Protagonista de várias novelas e dubladora da personagem Betty, da animação “Os Flintstones” na década de 1960, Laura Cardoso recebeu a insígnia Ordem do Mérito Cultural, em 2006, em reconhecimento pela contribuição à cultura brasileira.
Eva Wilma (1933-2021)
Uma das fundadoras do Teatro de Arena, conquistou uma sólida carreira no teatro, cinema e televisão. A solidez vem de seu domínio de expressões vigorosas e sensíveis, explorando características de seu próprio temperamento, tanto em papeis dramáticos quanto cômicos. Eva estreou no Teatro de Arena em “Esta Noite É Nossa”, de Stafford Dickens, em 1953. Esteve em diversas produções do teatro nos anos seguintes, ao mesmo tempo em que protagoniza o seriado “Alô Doçura “na TV Tupi por 10 anos. Em 1967, atua em um dos marcos de sua carreira no teatro, a cega Suzy, ameaçada por assaltantes em “Black-Out”, de Frederick Knott, com montagem de Antunes Filho. Também se destaca na ousada encenação de Antunes Filho apenas com mulheres, em “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, em 1977. Em 1980, atua ao lado de Paulo Autran na bem sucedida comédia “Pato com Laranja”, de William Douglas Home.
Fernanda Montenegro (1929- )
Fernanda Montenegro talvez seja a maior personalidade das artes cênicas em atividade no cenário brasileiro. Atriz, produtora e Imortal da Academia Brasileira de Letras, recebeu ainda uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz pelo filme “Central do Brasil”, de Walter Salles Jr. em 1998. No teatro, é uma das fundadoras do Teatro dos Sete ao lado de Fernando Torres, Sergio Britto, Ítalo Rossi e Gianni Ratto, onde participou de todos os espetáculos até a dissolução da companhia, em 1965. Nesse período recebe vários prêmios. Ao longo de sua carreira, esteve em dezenas de peças de teatro com destaque para “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant” (1982), de Fassbinder, pelo qual recebeu os prêmios Molière e Mambembe e “Dona Doida, Um Interlúdio (1987)”, de Adélia Prado.
Neste post, você conheceu um pouco da trajetória de cinco divas do teatro brasileiro. Siga com a Woo! Magazine para conhecer mais atrizes incríveis.
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