Com a proximidade de “Alien: Covenant” (com direito ao Alien Day, que foi nesta semana, no dia 26 de abril), eis que surge nada menos que a trilogia Dead Space, que entrou na retrocompatibilidade do Xbox One (lembrando que todos estão disponíveis para PC e PS3, também). O terror de sobrevivência espacial foi desenvolvido inicialmente pela Visceral Games e distribuído pela EA Games.
O jogo foi lançado em 2008, um ano estranho para os fãs do gênero. Franquias consagradas tiveram seus títulos rejeitados por público e crítica como “Alone in the Dark” e “Silent Hill: Homecoming”. Um ano depois viria “Resident Evil 5”, que apesar de ser um excelente jogo cooperativo de ação, quase nada tinha de terror. Era o cenário perfeito para uma nova série conquistar fãs.
Na série “Dead Space” acompanhamos Isaac Clarke, engenheiro que embarca numa missão para realizar reparos de emergência de uma nave de mineração intergalática. A história se passa no ano de 2058. Os recursos no planeta terra estão se esgotando, então a humanidade precisa buscá-los em outros planetas. A Concordance Extraction Corporation constrói a USG Ishimura para a função. Desde sua construção, outras naves para extração foram construídas, no entanto a primeira ficou marcada como um símbolo de resiliência da humanidade. Não obstante, a própria obra que deveria salvar a humanidade, em uma de suas missões, viria a descobrir o que poderia condená-la.
Artefatos, Cultos e Necromórfos
Durante a mineração do planeta Aegis VII, a nave envia um sinal de socorro, e é aí que o protagonista, Isaac, entra em cena. A bordo da USG Kellion, ele e seus colegas de tripulação mal sabiam que uma combinação de azar e conspirações faria com que todos ficassem presos na Ishimura, que revelaria não ser nada segura.
Aparentemente, todos os tripulantes estão mortos. E previsivelmente (para nossa alegria, afinal, nos jogos certos clichês são sempre bem vindos) os mortos não ficam… mortos. Eles voltam deformados. E nada amigáveis.
Tudo indica que a causa do terror é “O Marcador”. Um artefato misterioso que parece afetar humanos, transformando-os nestas criaturas. Sua existência passa a ser explorada e protegida pela Igreja da Unitologia, cujo lema é “transformação e renascimento”. Adequado…
Eles acreditam que a raça humana foi criada por uma divindade alienígena, e após sua morte poderão ascender aos céus, pelos poderes do Marcador.
Isaac precisará lidar com traumas, perdas e (muitos) sustos para escapar da Ishimura. No entanto, mesmo que ele consiga, não será aí o final de sua história. Até porque jogo bom merece sequência, certo?
Em “Dead Space 2”, um Isaac sem memórias dos eventos que ocorreram três anos atrás, encontra-se num asilo dentro da Sprawl – uma colônia espacial densamente habitada por humanos, localizada numa das luas do planeta Saturno. Óbvio que o local também está infestado de necromórfos: os implacáveis unitologistas são os responsáveis pela presença de outro Marcador no local. Uma grande mudança no jogo, foi que o protagonista tem falas, já que no primeiro ele é tão tagarela quanto Gordon Freeman de “Half-Life”.
O último jogo da série principal, “Dead Space 3”, traria mais uma vez Isaac, devidamente traumatizado pelos eventos retratados nos games anteriores, numa missão para resgatar Ellie Langford, uma personagem importante na trama do título anterior.
Enquanto ambas sequências foram bem recebidas pela crítica, apenas a segunda conseguiu de fato, agradar aos fãs. Numa trajetória similar a de outras séries de games, o terceiro “DS” foi criticado por ter ação demais e terror de menos, numa história que ganha mais ares de guerra do que de conspirações e medo.
Assim como outros títulos lendários do gênero, a trilogia “Dead Space” se destaca principalmente pelo design dos monstros. Criaturas grotescas aparecem de locais inesperados, mantendo um clima de alerta e insegurança. Para aliviar, Isaac contará com um imenso arsenal em cada título, incluindo a famosa Plasma Cutter, ideal para retalhar as perigosas lâminas que os necromorfos tem no lugar de membros ao atacar. A visão do jogo é em terceira pessoa, com uma movimentação apenas livre o suficiente para não facilitar demais a visão do jogador, mas de forma que ele ainda tenha uma visão limitada e precise prestar atenção para não ser pego de surpresa.
Durante todos os jogos, é possível encontrar arquivos onde o jogador pode se aprofundar em toda história que envolve cada título. Além da série principal, há também jogos spin-off, animações (“Downfall” e “Aftermath“) e diversas HQ’s.
Infelizmente, com a rejeição do terceiro game da série principal, “Dead Space”… morreu. Impossível não compará-lo mais uma vez com a série “Resident Evil”, que amargou uma forte rejeição em “RE6”, por motivos bem parecidos: não se deu importância ao terror de sobrevivência que elevou a franquia, dando foco em histórias e jogabilidade de ação mais “hollywoodiana”.
A série da CAPCOM, no entanto, com muitos mais tempo de mercado (e com muito mais dinheiro, claro) conseguiu se reerguer em “Resident Evil 7”, vendendo mais de 3,5 milhões de cópias até o final de março. Enquanto isso, a EA Games chegou até a confirmar que o quarto “DS” foi cancelado, ainda em sua fase de pré-produção. Talvez a série não seja velha o bastante ainda para ressuscitar apoiada no fator nostalgia, mas com certeza ainda vale a pena revisitá-la, ou conhecê-la pela primeira vez. Se você tiver coragem, é claro.
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