Na última sexta feira, (17), uma banda conhecida nacionalmente lotou o Metropolitan. Entre seu público, pessoas de idades diferentes, pais e filhos, jovens que estavam ali pela primeira vez para assistir aos “Novos Baianos”. E assim, reuniram-se ali Baby do Brasil, Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, para apresentar aos corações eufóricos a turnê ”Acabou Chorare Os Novos Baianos se Encontram”.

“Os Novos Baianos”, que tiveram seu auge nos anos 70 durante o período ditatorial, se reuniram 17 anos depois numa noite com música, poesia e uma calorosa nostalgia. Uma breve apresentação refletida no fundo do palco apresentava cenas da história da banda, que logo foram encerradas pela entrada de um carro, com os letreiro “Novos Baianos” aceso e os cinco integrantes em cima dele. Assim, começava um show inesquecível, aberto pela canção “Anos 70″ e com um cenário bem colorido, digno do espetáculo que estava para acontecer.

Entre os clássicos “Dê um Rolê”, recém regravado pela cantora Pitty e tema principal da novela “Rock Story”, “A Menina Dança”, “Swing de Campo Grande”, “Tinindo Trincando”, “Mistério do Planeta” e outros, a banda, que embora não esteja hoje no ápice de toda a sua potência vocal, consegue fazer um show incrível. Em meio a poesias e canções, a sensação de viajar no tempo entre os ritmos executados pelos músicos é unânime. O cenário, que mudava entre as músicas, também encantava pelo jogo de cores e luzes. Foi lindo ver o colorido do Brasil refletido durante a canção “Brasil Pandeiro”, que colocou o público para sambar.

Baby do Brasil, com seus cabelos roxos, ainda dança, como diz a canção. Dança, canta, brinca, e também grita palavras de adoração a Deus, até mesmo troca a letra, como faz em “Swing de Campo Grande”, causando uma reação cômica da plateia. Pepeu Gomes ainda é um dos melhores guitarristas do mundo, como foi eleito em 1988. O músico toca solos incríveis como em “Mistério do Planeta” e “Acabou Chorare”, inclusive repetindo com Moraes Moreira a música para fazer “melhor”.

Moraes Moreira, que interpreta sozinho algumas canções, mostrou-se bem interativo com o público, que por diversas vezes puxava em coro uma pequena manifestação contra o então presidente da república Michel Temer. O cantor não repetiu esse discurso, mas abriu espaço para que a plateia se manifestasse. Paulinho Boca de Cantor, de todos, era quem mais se entregava vocalmente, cantando sozinho algumas das músicas e surpreendendo com um carisma e presença de palco incríveis.

A noite, que parecia não se encerrar, só unificava mais as vozes das pessoas, que cantavam emocionados as músicas da banda, até mesmo ao repetirem as canções que saíram erradas e precisavam ser refeitas, devido a gravação do dvd que estava acontecendo. Os “Novos Baianos” eternizavam ali uma grande noite, memorável, que ficou no cantinho do peito de cada um que olhava, com os olhos brilhando, um dos maiores nomes que já existiu na MPB. E, para quem assistiu pela primeira vez, tenho certeza que não houve sensação mais incrível do que estar diante desses sensacionais artistas que sempre serão lembrados pela história da música brasileira.