Já ficou acordado durante toda a noite?
Madrugada adentro olhando pela janela?
Então já viu seu bairro adormecer,
E os sons começarem a desaparecer.
Mas não completamente.
Os sons do silêncio são aqueles sons
Que nem percebemos que estão lá
Porque a cidade quando está desperta
Faz barulho demais.
Quando a última casa apaga suas luzes,
A última voz se cala e seus olhos se fecham,
Quando o último carro já passou
E os últimos passos já cessaram,
A cidade adormeceu.
Mas não completamente.
Você percebe então
Que sua geladeira faz barulho,
Seres pequenos e quase invisíveis
Também se fazem notar com seus sons
E até o ar parece fazer barulho,
Mesmo sem vento.
Você faz barulho.
Seu respirar fica mais alto
Mesmo sem estar ofegante.
Seus passos em direção à cozinha
Ou seus dedos entre os cabelos.
E você vai percebendo novos sons,
Até a madrugada avançar
E o lento despertar da cidade
Começar a abafar os sons do silêncio.
O som do primeiro carro
Pode ser ouvido lá longe
E torna-se cada vez mais audível
Até chegar pertinho da sua janela.
E mais carros começam a avançar lentamente,
E algumas luzes se acendem,
Quase pode se ouvir o click do interruptor
E o bater das xícaras de café
Isso antes de o Sol nascer.
Então a cidade desperta
E todos aqueles sons
Agora estão abafados
E começam a ser esquecidos.
Mas não completamente.
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