Em meados da década de 1940, Orson Welles foi um diretor pioneiro em diversas técnicas cinematográficas, como a narrativa em tempo não-linear – em flashback – e também no uso de luz e sombra, para contribuir ao efeito de profundidade, o que contextualizava suas tramas. No entanto, Welles foi revolucionário também em uma crítica mascarada de filme que dirigiu aos 25 anos – e que também foi seu maior sucesso: “Cidadão Kane”.
Em “Cidadão Kane”, é contada a história da saga de um jovem jornalista que entrevista diversas fontes para compreender o significado da palavra Rosebud, a última dita antes de morrer pelo magnata da imprensa americana, Charles Kane. Neste trajeto, o jornalista encontra diversos pontos de vista para uma mesma história, além da desconstrução da imagem do magnata, que construiu sua carreira em cima de meias verdades e com nenhuma ética. Sem nenhum compromisso com a verdade, o protagonista utiliza de sua influência para alterar versões de um mesmo fato.
A indústria cultural, a espetacularização do dia a dia e o monopólio comercial que se tornaram os meios de comunicação em massa e o senso comum que é o resultado desta equação, não são uma realidade da geração Y, esse quadro vem sido construído desde a geração baby boom, do pós segunda guerra mundial. Todavia, este comportamento é demasiadamente enraizado não só na cultura, mas também no psicológico das pessoas, uma triste situação que garante o público leitor diário, de dezenas de canais e portais de notícias bem escritas, editadas, revisadas, com o português corretíssimo. Mas que, no entanto, levam informações vazias, verdades e mentiras adaptadas de acordo com o senso comum, que por sua vez gira a roda frívola, infindável e miríade da mídia.
Por Thayane Maria
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