O episódio final de “Game of Thrones” foi o reflexo da ultima temporada, roteiro raso e ágil demais para os padrões da série, inúmeras pontas soltas, diálogos fracos e uma boa dose de decepção para grande parte dos fãs da série. Apesar disso, a maior parte dos personagens teve um final satisfatório – mesmo que em alguns casos incoerentes. No aspecto técnico, mais precisamente na fotografia e no CGI, foi um dos mais belos episódios da série.
O roteiro que já foi problemático durante todos os episódios anteriores da temporada, voltou a decepcionar um pouco nesse. Apesar do esforço em apresentar algo que se aproximasse do épico e fugisse ao comum, a incoerência e velocidade dos acontecimentos, com destaque a falta de aprofundamento necessário nas tramas, acabou por tornar o final de “Game of Thrones” amargo em vários pontos, principalmente com a morte de Daenerys.
O acontecimento que marca o episódio e encerra de vez a disputa pelo trono de ferro, a morte de Daenerys pela mão do seu amado Jon Snow, seria mais impactante se o casal tivesse desenvolvido alguma química, mas além de um beijo sem sal e diálogos que só serviram para intrigar os dois, nada foi relevante entre os dois na série, nem mesmo Jon ser um Targaryan. Contudo, a parte interessante no desenrolar da cena, fica pelo ar quase poético quando Drogo derrete o trono de ferro, dando fim a uma era de disputas.
A nomeação de Bran como novo rei a partir do discurso de Tyrion, foi mais um dos momentos de pouca inspiração do roteiro para escrever diálogos minimamente interessantes, sendo alguns do personagens inúteis e outros que rapidamente mudaram de opinião e aceitaram fácil demais a proposta. Ressalvas para Sansa Stark que, ao impor o Norte como um reino livre e lutar até o fim pela liberdade de Jon Snow, se mostra ainda mais digna do título de Rainha do Norte.
E nesse ponto chegamos aos finais minimamente satisfatórios para os personagens, algo que seria obrigação da série entregar. Os Starks, amados e sofredores durante todas a temporada agora são a família mais poderosa de Westeros. Enquanto Arya renega qualquer título e vai em busca ao desconhecido navegando para onde os mapas acabam, Sansa realiza seu sonho de tornar-se rainha e com méritos. É amada e respeitada por todos em Winterfell. Jon tem com punição ir para a guarda da noite, mas a “punição” só o leva ao lugar onde ele se descobriu um líder e queria estar desde o início, o norte, e agora, mais precisamente, ao norte da muralha onde temos sua última cena.
As incoerências ficam por conta de Bran, pela forma receptiva que aceita ser o rei em mais uma cena mal contruída, e por Briene, que ao invés de ficar ao lado de Sansa, em Winterfell, fica em King’s Landing com Bran, quando seu juramento era proteger as irmãs Stark.
E como dito anteriormente, temos um dos episódios visualmente mais belos. A fotografia acerta nas tomadas, como por exemplo na bela cena em que Daenerys ganha as asas de Drogo, ou logo em seguida no seu discurso, quando soldados batem suas lanças e quando Tyrion joga fora o broche de mão da rainha. E o que dizer da cena de Drogo coberto de cinzas ou revoltado com a morte de Daenerys, acompanhada da destruição do trono de ferros, um banho de efeitos que em um roteiro melhor seria ainda mais épico.
Por fim, “Game of Thrones” acerta num último aspecto do qual não poderia deixar de ser lembrado aqui. Existe uma clara desconstrução da norma comum do que se espera de um rei, que aqui é um cadeirante, jovem e inteligente, e como conselheiro possui um anão. Enquanto isso, ao o norte, uma mulher, em demostração de força, torna suas terra independentes e reina soberana, tão quanto sua lendária casa, a House Stark.
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