Banda inglesa foi a atração principal do penúltimo dia de festival
Debaixo de forte chuva, o Rock In Rio 2022 viu História. Enquanto no Reino Unido houve a coroação de Charles Terceiro, após à morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, no rock também está claro que há uma passagem de coroa. O Coldplay em seu show impecável e emocionante, mesmo sob uma insistente chuva que castigou sem pena a Cidade do Rock, voltou a encantar o festival 11 anos depois, mostrando que é da banda inglesa o posto de maior banda do planeta, sendo, talvez, o último dos gigantes quando os dinossauros que ainda caminham sobre a Terra como Rolling Stones, Paul McCartney e U2 se aposentarem de vez. E esse dia não tardará muito.
Ao som da trilha sonora de E.T. – O Extra-Terrestre, composta por John Williams, os telões mostravam a atual logo da banda e logo o vocalista Chris Martin entra saltitante no palco, com a banda executando “Higher Power”, sucesso recente do álbum “Music of the Spheres”, de 2021. Na sequência tocaram “Adventures of a Lifetime”, mais conhecida pelo clipe dos macacos.
Aos primeiros acordes de “Paradise”, o público não parecia se preocupar mais com o mau tempo. A música foi cantada em uníssono na Cidade do Rock. Mal a plateia tinha se recuperado, outro hit surgiu na sequência (banda com mais de 20 anos de sucesso é isso), “Viva La Vida”. O fato curioso é que Chris Martin quis repetí-la, e foi acompanhada pela plateia com o mesmo entusiasmo no bis.
A plena comunhão palco e plateia – o Coldplay é daquelas bandas que promovem verdadeiros cultos, uma característica dos gigantes em extinção – seguiu com “The Scientist” e “Yellow”.
“People of the Pride”, do disco novo, foi a deixa para os que já estavam pedindo rendição no teste de resistência à chuva. Só que logo na sequência (parece até de propósito) começaram a ecoar as notas de piano da introdução de “Clocks”. E de fato muita gente que pensava em ir embora mais cedo desistiu.
“Something Just Like This” e “Midnight” foi o giro pela (irregular) discografia de meados dos anos 2010, emendando com “My Universe”, colab com a febre do K-Pop BTS. Em “A Sky Full of Stars” Martin brincou com a plateia pedindo que guardassem os celulares no bolso e deixassem as mãos livres, apenas com as pulseiras luminosas.
Na volta do bis, Martin fez uma versão em português de “Magic”, que se chamava… “Magia”. Foi uma adaptação bem literal da letra e o resultado arrancou risos da plateia.
Estava programado um flashmob para o aniversário do guitarrista Jonny Buckland, pois já era madrugada do dia 11, o aniversário do músico. No Palco, o vocalista pediu para a plateia cantar parabéns para o companheiro.
O terço final do show trouxe “Human Kind”, o clássico “Fix You”, outra cantada por todo o público que resistiu à chuva incessante em maior número do que se esperava, e a última, “Biutyful”, com a já conhecida bonequinha marionete fazendo dueto com o vocalista.
O show do Coldplay leva na literalidade o significado da palavra espetáculo. Efeitos de luz sofisticados, uso de máscaras de alien, bolas voando na plateia, pirotecnia, e as já famosas pulseiras distribuídas na entrada, que acendem sozinhas gerando um belo efeito visual, fazendo parte da interação com o público da qual os rapazes não abrem mão.
Ao final do show era possível ver o sorriso estampado nos rostos molhados e roupas encharcadas e ouvir “valeu a pena ficar na chuva!”. E assim o Coldplay segue mantendo seu status no panteão do pop. A prova disso é que em outubro tem mais, um show só deles no Engenhão a alguns quilômetros da Cidade do Rock, e os ingressos esgotaram. Após esse show, essas entradas certamente ficarão ainda mais disputadas.
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
3 Comments