A diversidade e a emoção tomaram conta do Dia Brasil no Rock in Rio 2024, superando falhas técnicas e oferecendo shows históricos
O Rock in Rio 2024 marcou a estreia de um possível novo conceito no festival: o Dia do Brasil, idealizado por Roberto Medina para celebrar a música nacional em suas mais variadas formas. Mesmo enfrentando desafios técnicos e alguns atrasos, o evento mostrou que a decisão de homenagear a música brasileira foi um acerto. Diversos gêneros como samba, sertanejo, rap, pop e MPB ganharam espaço nos palcos, proporcionando momentos de pura emoção para o público.
O “Para Sempre: Trap” abriu o Palco Mundo, mas sofreu com uma série de falhas técnicas, atrasando o início em mais de uma hora. Ainda assim, a reunião histórica de grandes nomes do trap como MC Cabelinho, Matuê, Orochi, Kayblack, Filipe Ret, Wiu e Veigh foi um marco. Pela primeira vez, os maiores representantes do gênero subiram juntos ao palco. Duani, produtor do espetáculo, conseguiu conectar as músicas de forma a cativar o público, apesar dos contratempos.
Um dos momentos mais aguardados foi a estreia do sertanejo no Rock in Rio. Chitãozinho e Xororó, em conjunto com a Orquestra Heliópolis, conduziram um show que emocionou os fãs. A participação de Ana Castela, Júnior, Simone Mendes e até do rapper Cabal deu um toque moderno à apresentação. A música “Evidências”, como era esperado, uniu a plateia em um dos maiores coros já vistos no festival. O brilho nos olhos do público mostrava a aprovação total da inclusão do sertanejo no line-up, o que por sua vez foi muito criticado pelos metaleiros de plantão nas redes sociais. E, apesar de Luan Santana cancelar sua participação devido ao atraso dos shows, e alguns fãs ficarem tristes com o ocorrido, o “Para Sempre: Sertanejo” foi um sucesso.
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No Palco Sunset, o samba foi representado com maestria pelo ícone Zeca Pagodinho, que trouxe convidados como Alcione, Jorge Aragão, Diogo Nogueira e Maria Rita. O tributo aos símbolos da música brasileira como Martinho da Vila e Beth Carvalho emocionou o público, que cantou junto sucessos como “Deixa a Vida Me Levar”. Zeca, sempre carismático, fez da sua apresentação uma verdadeira roda de samba, transformando o espaço em uma celebração à negritude e à cultura brasileira.
O “Para Sempre: Pop” trouxe momentos marcantes, com performances de artistas como Gloria Groove, Jão, Ivete Sangalo, Lulu Santos e Luísa Sonza. Os feats emocionantes, como o de Jão e Luísa cantando “Malandragem”, foram destaque, equilibrando bem o espetáculo que, apesar dos problemas do dia, conseguiu cativar a plateia. Gloria Groove e Ivete Sangalo encantaram com uma performance poderosa de “Não Quero Dinheiro”, de Tim Maia, que se tornou o ponto alto da noite.
O “Para Sempre: Rap” também teve momentos intensos. Nomes de peso como Djonga, Karol Conka, Criolo, Marcelo D2, Rael e Rincon Sapiência subiram ao palco e entregaram shows cheios de atitude e relevância. Djonga, com sua energia incontrolável, pulou no meio do público, levando a galera ao delírio. A diversidade e a potência das letras reafirmaram a importância do rap na cena musical brasileira.
O tributo à MPB no Palco Mundo, com artistas como Daniela Mercury, Carlinhos Brown e BaianaSystem, foi uma reverência a Ney Matogrosso, presente na primeira edição do festival, em 1985. A energia do show encantou o público, especialmente nos momentos em que os artistas se uniram para tocar clássicos da música popular brasileira.
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Encerrando a noite, o “Para Sempre: Rock” trouxe uma mistura nostálgica de rock nacional, com Capital Inicial, Pitty, Detonautas, NX Zero e outros ícones. Ao lado do lendário produtor Liminha, a banda formada para o evento tocou hits que marcaram gerações. A homenagem à saudosa Cássia Eller, encerrando a noite com “Por Enquanto”, deixou muitos com lágrimas nos olhos, criando um dos momentos mais emocionantes do festival.
Apesar dos desafios, o Dia do Brasil provou ser uma aposta acertada de Roberto Medina. A mistura de gêneros e a presença de grandes ícones da música nacional trouxeram uma nova dinâmica ao Rock in Rio, transformando o evento em uma verdadeira representação da diversidade musical brasileira.
Imagem Destacada: Reprodução/Rock In Rio (Crédito: Wesley Allen)
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