Quando achamos que a Netflix não iria investir em mais nada original, ela nos surpreende (negativamente) com “Santa Clarita Diet”. A série tem 10 episódios de 30 minutos cada, com Drew Barrymore e Timothy Olyphant nos papéis principais.
Sheila (Barrymore) e Joel (Olyphant) são os protagonistas dessa comédia. O casal de corretores de imóveis mora em Santa Clarita, subúrbio de Los Angeles e criam sua filha Abby (Liv Hewson), uma adolescente, como uma família normal. Um dia, Sheila passa mal e, após uma sequência de cenas asquerosas, ela morre. Em menos de alguns segundos ela acorda e, além de se tornar morta-viva (zumbis, como explicado pelos personagens na trama, é um termo um tanto pejorativo), percebe que colocou para fora um órgão vermelho.
Essa é a sinopse de uma das apostas menos justificáveis na Netflix nos últimos anos. Não possui um elenco que atrai além de Barrymore, que tem um currículo vasto nos cinemas, o que pode dar errado ou certo, mas nesse caso parece positivo. Porém, Santa Clarita Diet tornou-se a “série do momento” em questão de horas. Talvez, pelo gênero, que é comédia. Talvez, pela proposta debochada e ousada em como apresentam os zumbis.
Barrymore, que carrega a série nas costas, faz um papel mais do mesmo, nada que não tenha sido visto anteriormente em um dos seus filmes. Olyphant, por sua vez, no papel de marido compreensível e também assustado, faz um bom trabalho.
A filha do casal, Abby, é quem mais surpreende na trama. A adolescente não segue os padrões de rebeldia que o audiovisual ainda insiste em apresentar nas séries, pelo contrário, a personagem de Hewson parece ser a única com alguma maturidade na trama. Ela contracena diretamente com Skyler Gisondo, o intérprete de Eric, que não só é representado pelo esteriótipo geek como também é apaixonado por Abby. Os dois, episódio após episódio, vivem as emoções do primeiro amor no meio dos conflitos.
Com humor negro, cenas nojentas e piadas monótonas, a série só funciona porque explorou um lado diferente dos zumbis da clássica The Walking Dead. Sheila, ao passar por sua transformação em questão de segundos, volta mais animada, enérgica e com mais desejo sexual. O ponto principal é que a personagem retorna sem pudores ou “travas” e, com seu novo jeito impulsivo, acaba também por influenciar na vida de seus vizinhos, gerando situações cômicas mesmo sendo incabíveis.
A crítica, se é que existe alguma, pode ser a desmistificação dos zumbis. Acredita-se que zumbis são mortos-vivos que se alimentam de outros seres vivos. Uma vez que se é mordido por um, torna-se um (a não ser que eles o devorem inteiro). E, em Santa Clarita Diet, ainda que Sheila precise se alimentar de seres vivos – na preferência da personagem, humanos -, ela sabe discernir quem é esse alimento. Sheila não ataca as pessoas de sua família, nem seus vizinhos.
Ainda assim, o que poderia ser uma das grandes apostas do serviço de streaming, é arruinado pelo roteiro que se preocupou exclusivamente em garantir uma segunda temporada ao invés de contar uma história. Até agora, no fim de 10 episódios, não se sabe como e nem porque Sheila passou por tudo isso.
“Santa Clarita Diet” é uma série original netflix e possui 10 episódios, todos já disponíveis na plataforma. Confira o trailer abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=qobxBv9x3Qk
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