A partir da experiência pessoal a autora de “Santa ou Put* – Vênus de mim, um autorretrato” leva à reflexão dos papeis de gênero e da necessidade de romper às expectativas sobre como ser mulher
Maria Luiza Wiederkehr, em “Santa ou Put* – Vênus de mim, um autorretrato”, apresenta uma obra que mescla o pessoal e o coletivo. Através da vivência feminina (dela e das mulheres da família) em uma sociedade patriarcal traz temas comuns a todas as mulheres. A autora constrói uma narrativa leve, mas não rasa, que transita entre relatos autobiográficos e reflexões sobre os papéis impostos às mulheres, desafiando dicotomias simplistas e oferecendo uma visão sensível e crítica.
O título provocativo já denuncia o tema central: a polarização entre a figura da “santa” e da “put*”, símbolos que historicamente representam a pureza e a transgressão femininas. A obra mergulha na complexidade de como esses arquétipos se manifestam no cotidiano das mulheres, desde as relações familiares até os desafios do amor e da sexualidade.
Foi excomungada ao se divorciar e na sua primeira viagem sozinha, mesmo precisando de um momento de autodescoberta após o casamento sofrido, ainda sim teve culpa por deixar a mãe e os filhos. Foi educada para ser aquela que cuida dos outros, mas nem sempre de si.
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Wiederkehr se vale de sua experiência como mulher para desconstruir essas imagens em “Santa ou Put*“, mostrando como elas são utilizadas para limitar a liberdade feminina. As poesias mostram a força das suas experiências de forma delicada e ao mesmo tempo intensa.
Os relatos sobre o namoro após casamento e como redescobre a sexualidade e o prazer, mostram o quanto é possível a todas nós fazer o mesmo movimento.
Claro, com uma dose de coragem para ser quem é e bancar as próprias escolhas e vontades, num sinal muito claro de autonomia e independencia que inclusive fez com que criasse as filhas de uma forma diferente: para serem donas da casa e não de casa.
Afinal quem casa, precisa estar sempre disponível para o marido e disposta a tolerar traições e maus hábitos que ferem. Foi assim que aprendeu, mas fez diferente ao se libertar e ao ensinar as filhas que a vida de uma mulher vai muito além de servir à alguém. É acima de tudo ser útil e servir a si mesma, apenas assim é possível encontrar a felicidade, ou se mais possível, a alegria no relacionamento.
Entre os muitos pontos levantados, destacam-se:
- A culpa como ferramenta de controle: A autora discute como a culpa é inculcada nas mulheres desde cedo, condicionando sua autoestima e escolhas.
- A pluralidade feminina: Wiederkehr desafia a visão binária e celebra a multiplicidade de formas de ser mulher.
- O impacto da violência simbólica: A obra também aborda como o patriarcado exerce poder por meio de discursos e comportamentos sutis que perpetuam desigualdades.
“Santa ou Puta – Vênus de mim, um autorretrato” é uma chamada à reflexão e à ação. Ele convida as leitoras e leitores a questionarem as convenções que moldam nossa visão sobre a mulher. Em tempos de avanços e retrocessos nas discussões sobre igualdade de gênero, a obra é uma contribuição valiosa para o entendimento dessas questões.
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Maria Luiza Wiederkehr entrega uma obra ousada, que provoca, informa e inspira. “Santa ou Put*” é um convite para que as mulheres se libertem de rótulos opressivos e para que todos, independentemente de gênero, reflitam sobre seu papel na construção de uma sociedade mais justa e plural. É leitura indispensável para quem deseja compreender as nuances das lutas femininas e os desafios de superar as armadilhas da dualidade entre santa e puta.
Somos muitas: santas, put*s e quem quisermos ser. É isso que Maria Luiza propõe: fazer o que a Vida quer sem prejudicar a ninguém e nem se prender a rótulos e vontades alheias.
Como já dizia Rita Lee em Pagu: Eu sou pau pra toda obra /Deus dá asas à minha cobra
Minha força não é bruta/Não sou freira, nem sou puta.
Imagem Destacada: Divulgação/Maria Luiza Weidecker
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