A Warner Bros. traz Superman de volta aos cinemas pelas mãos e visão do realizador James Gunn para apresentar um novo universo cinematográfico dos heróis da DC Comics
Anteriormente programado para se chamar “Superman Legacy”, a nova aventura do Homem de Aço, aterrissa nos cinemas de forma arrasadora tanto em termos de produção quanto de marketing, alardeando pela produtora Warner Bros. e pelo DC Studios, a volta da ambição de se criar todo um novo universo cinematográfico de super-heróis com histórias interligadas — como há no estúdio concorrente, que há mais de uma década vem reinando nas bilheterias e nas mentes dos cinéfilos que amam filmes baseados em personagens de quadrinhos.
Agora capitaneado pelo escritor, produtor e diretor James Gunn, com experiência de sobra — vide sua bem sucedida passagem pela Marvel Studios com sua aclamada trilogia de “Os Guardiões Da Galáxia” — e hoje promovido a chefe do estúdio, “Superman” retorna em grande estilo, após a fase de Zack Snyder, que dividiu opiniões.
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Só faltava a materialização do conjunto de cenas e set pieces que se passou por anos na cabeça de James Gunn e claramente inspirado, pelo menos em sua primeira parte, na história em quadrinhos “Grandes Astros: Superman”, escrita por Grant Morrison e desenhada espetacularmente por Frank Quitely.
Seu primeiro filme como diretor criativo é totalmente diferente de todos os anteriores e traz o primeiro dos super-heróis em desafios, lutas e uso de poderes como nunca se viu na tela dos cinemas!

Maior que a própria vida, Superman, agora interpretado por David Corenswet, é sem dúvida a mais humana das versões cinematográficas, cortesia de James Gunn, que sempre o imaginou mais como um farol de esperança, inspirador e altruísta, do que um deus salvador da humanidade.
Não que faltem sequências que o aproximem de um ser digno do panteão dos heróis da mitologia greco-romana (inclusive utilizando literalmente vários dos poderes destes ao mesmo tempo), mas a intenção do roteirista e diretor é mostrar o homem que o super-herói se tornou através da influência dos seus pais junto à vida simples e pacata do campo.
Isso já estava nos diversos spots liberados em todas as mídias: os poderes, a verve, o altruísmo e, claro, tudo novo no mundo de Superman, que é colorido, cartunesco, mas com problemas reais e atuais como as mal fadadas fake news, bilionários gananciosos e do mal, problemas de fronteiras envolvendo xenofobia, manipulação, as implicações políticas de seres poderosos que povoam aquela realidade e quanto podem influenciar na vida dos humanos…
Sim, tudo para atualizar esse herói que é idealizado há décadas, porém sem a profundidade que seria importante abordar e não somente servir como meras desculpas do roteiro para enfileirar sequências em efeitos especiais de altíssima qualidade, principalmente os de ação e do cachorrinho Krypto, que roubas as cenas quando aparece.
Ainda temos um Lex Luthor tagarela sobre seus planos, contudo, diferente das versões anteriores, não há espaço para galhofa nem brincadeiras, esse Lex interpretado com competência por Nicholas Hoult é mau de verdade, sem aparente chance de redenção.
Se os conflitos resolvem-se como num super voo é porque James Gunn escolheu materializar no cinema um grande gibi live action ou, se preferirem, um episódio dos desenhos solo do Superman ou da Liga da Justiça.
Alguns voos e uso de poderes são muito semelhantes e o carisma de David Corenswet ajuda bastante na tarefa de torcermos pelo herói.
Grandalhão, às vezes desajeitado com seu jeito Clark Kent, nos vende sem dúvida o mais humano dos Supermen e literalmente verbaliza isso no filme, pois bate mais do que apanha e em toda sua impetuosidade comete mais erros que acertos, mas nunca desiste de fazer o que acha correto.

Porém, embora não supere a altivez e o respeito que o Superman do eterno mas saudoso Christopher Reeve ecoava em cada gesto ou fala, Corenswet se esforça e projeta um futuro promissor no conjunto geral da obra que ainda traz muitas piadinhas sem graça e propósito a la James Gunn, mas que quando foca na história e no personagem supera em muito esses momentos dispensáveis.
Quanto ao elenco, é realmente acertado e, além do protagonista, o Sr. Incrível é realmente muito in…teressante (risos), e uma ótima adição que se popularizou através dos desenhos da DC.
Sobre Rachel Brosnahan, a nova Lois Lane, é muito diferente do tom apaixonado que compunha a personagem de Margot Kidder no filme de 1978, mas certamente é mais uma bem-vinda atualização aos novos tempos.
É difícil não se divertir com um filme que traz um novo começo para um herói bastante conhecido, vilões realmente ameaçadores, monstros gigantes, portais interdimensionais, super amigos e a promessa de que esse tom mais próximo do material de origem — as histórias em quadrinhos que sem elas não haveria esse legado — seguirá guiando as próximas produções envolvendo o personagem.
Imagem Destacada: Divulgação/Warner Bros. Pictures

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