Entrevistamos o Lion Babe e conversamos sobre processo criativo e novos trabalhos
Com recém-completos 10 anos de carreira, duo na música e na vida “Lion Babe“ falou um pouco à Woo! sobre o novo álbum e show explosivo no New Dance Order no dia de fechamento do The Town 2023.
Amar uma vez mais
Nick de Angelo | Eaí! Obrigado por reservar esse momento na agenda de vocês, novamente. É um prazer ter vocês em nome da Woo! Magazine, e a minha primeira pergunta na verdade são duas.
Tenho que dizer que “Signs”, do último álbum, é um estouro e provavelmente a minha favorita de todos os tempos [da carreira] e, olhando em retrospecto: há uma mudança que vocês percebem de tendência musical com vocês? E o que vem por aí?
Jillian Hervey | Nós definitivamente mudamos, e acho que em “Rainbow Child” estávamos em um espaço de maior introversão, era época da pandemia e todo mundo estava naquelas. Acho que meio que mudamos para o “Dance Tempo” porque nós sempre tentamos tocar naquilo que está rolando no mundo; todo mundo quer sair e celebrar a vida.
Assim queríamos conectar isso com nosso som e, sabe, temos feito isso por 10 anos, sentimos que estamos um pouco mais experientes e sabemos como ligar isso ao que nossa música é. Então é algo que nunca vai embora.
[Nossa música] é sempre ancorada e ligada ao soul, e daí você sabe de onde tiramos isso, mas também amamos tocar em festivais. Temos visto shows e nos sentido inspirados pelo dance tempo para poder curtir nos introduzir a novos públicos, de forma que nós temos nossos velhos fãs, com os quais podemos ser mais universais, e ao fazê-lo, bem, acho que o mundo da dança é um espaço super receptivo a isso. Faz sentido?
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N.A. | Vocês estão juntos a 10 anos como duo. Já perceberam algum momento que pegaram os maneirismos um do outro? — falo isso em sentido amplo, mas também sobre seu estilo musical.
J.H. | Acho que… quero dizer, estamos juntos o tempo todo, então jogamos um contra o outro, mas conforme crescemos, bem… Ele tem muito mais experiência, não só em tocar guitarra, mas também procurando- [melhor dizendo:] antes ele simplesmente pegaria samples e meio que faria uma música, e agora ele sabe como ter uma visão para uma música e simplesmente fazer acontecer.
Então acho que tentamos nos encontrar num nível que vemos o que o outro vai fazer e nos ajudamos nesse sentido. Então acho que, você sabe, na verdade temos estado mais focados e intencionais um com o outro, de forma que se ele conhece uma canção que vai soar perfeita para mim.
Lucas Goodman | Sim.
J.H. | …E eu sei de algo que, bem, “oh, eu tenho certeza que ele vai amar essa ideia. Você pode transformar isso e algo?”.
L.G. | Isso!
J.H. | Então estamos mais concisos.
L.G. | E, definitivamente, você sabe, fazer música por algum tempo. Eu fico tipo “oh, eu sei bem o que ela gosta de ouvir e, tipo, se eu pegar isso e combinar dessa forma, ela vai poder florescer na música conforme você acompanha a batida. Sim”.
J.H. | Yeah, e eu acho que também colaborando, você sabe, nós colaboramos por muito tempo só nós dois, o que é uma coisa maravilhosa de se fazer, mas ambos estamos sempre aqui. Tipo, eu te amo, cara, mas bora fazer algo novo, então nós dois temos estado interessados em entrar em contato e trabalhar com outros produtores, outros compositores; nos esforçar.
L.G. | Sim.
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N.A.: E que vai ser lançado provavelmente por…?
L.G. | Huh… Lá pra fevereiro? Talvez nós devêssemos sugerir.
J.H. | Uma nova música [está saindo] agora.
L.G. | Nossa nova música “Love another time“ saindo esta sexta-feira.
J.H. | Nós meio que começamos o “The House of Lion Babe”, que é basicamente nosso próximo projeto, então não sabemos quando o conjunto da coisa toda vai sair, mas queremos manter levando nossa música.
N.A. | Bem, essa é uma curtinha! De onde veio a inspiração mais inusitada até vocês? Talvez de um livro YA, um pensamento intrusivo, uma série de TV…?
J.H. | Acho que por ora, nesse mundo house, bem, o que tenho dado uma olhada é na maravilhosa cena club dos anos 90.
L.G. | Sim.
J.H. | Você sabe, eu adoro Deee-Lite, e mas também sempre continuo pegando coisas dos anos 70, como Grace Jones e pessoas que são maiores que a vida, que gostam de se divertir e gostam de ter experiências no palco. Acho que sempre fui inspirada por pessoas que estão criando um novo mundo para você experimentar e para o qual você pode escapar.
L.G. | A coisa é que meio que, nós, sendo crianças dos anos 90, sempre vamos lembrar dos 90 como uma época muito especial pra gente. Ainda que a gente faça música ao novo estilo agora, é meio que ainda algo da mesma era, apenas um tipo de música diferente do de antes. Era tudo o bom “A Tribe Called Quest”, ou “Erykah Badu”, ou até mesmo todas as músicas R&B dos anos 70 que sampleamos, mas agora ainda estamos na mesma época, só que diferente.
J.H. | Isso.
L.G. | Você conhece algo que estava rolando ao mesmo tempo que, por exemplo, Kerri Chandler ou algo cheio de vida e, você sabe, dance music.
J.H. | Sim.
L.G. | Acho que sempre estamos por aí, apenas circulando por aí.
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N.A. | Vocês estão aqui e ali tocando em grandes festivais, hoje com uma apresentação muito importante no The Town. Vocês eventualmente se acostumam com isso e se lembram de algum momento específico como o mais feliz de sua carreira?
J.H. | Mais feliz em nossas carreiras? Hm… Bem, nós somos tão abençoados de poder fazer o que fazemos.
Acho que é o fato de podermos acordar todo dia e sermos artistas e fazer música; é a melhor bênção e o mais feliz que poderíamos ser. Você sabe, eu não acho que tem nenhum momento em específico, acho que é a todo momento poder viajar para um novo lugar, acho que é uma sensação especial de verdade, porque podemos não apenas vivenciar o novo país, essa terra mágica e música; esse é nosso trabalho, sabe? Nós acordamos, podemos colocar looks divertidos e fazer as pessoas sorrirem. Acho que só por isso já somos abençoados.
L.G. | Acho que é difícil de apontar um momento porque é tudo sempre sobre o momento. Pode ser um show e isso te dá a sensação de “oh, uau”. Nós acabamos de produzir uma nova canção que nos deixa muito contentes de estar onde estamos. Então é difícil apontar um momento em específico; é muito sobre tentar experimentar tudo no momento. Nós fizemos muitas coisas incríveis, então é difícil.
Imagem Destacada: Reprodução/The Town (Crédito: I Hate Flash)
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