Aquela foto foi perdida durante um infortúnio com o meu tablet. Precisei formatá-lo imperativamente. E como não tinha outra cópia, eu a perdi de forma definitiva. Mas não da minha memória. Ela ainda está lá: uma foto em movimento, com uma linda música ao fundo, que só o coração pode ouvir e contemplar.
Foi um delicioso momento de felicidade. Eu e minha mulher fomos passear na praia. Embora o tempo estivesse nublado, no fim da tarde, o mar se mostrava de uma beleza envolvente, uma iluminação especial. Eu tinha nos lábios aquele sorriso dos comerciais de margarina: a camisa azul combinava com o mar e a bermuda com a areia; com os chinelos na mão, eu gozava a água acariciando os meus pés. Eu ainda posso ver a alegria de minha esposa naquele clique feliz.
Aos poucos, o sol ia se pondo por trás da serra, lentamente, como se não querendo ir embora, mas ficava ali nos bastidores. Na foto, apenas eu. O mar, ao fundo, fundia sua imensidão com o céu.
Aquela foto tinha um quê de esperança, algo que ainda hoje me fortalece, que me faz gostar de mim e querer as pessoas que eu amo por perto. E me traz também uma vontade de querer lançar o amor por onde quer que eu passe. Quando aquela foto me vem à cabeça, passa um filme da minha vida. É uma imagem para refletir sobre o que eu tenho feito com os meus dias, para eu reconhecer erros e acertos, respirar fundo e continuar. Aquela foto é só um momento retratado, mas que fala de uma vida inteira, vivida e por viver. Se muito, se pouco, não importa. Que seja intensamente e com qualidade.
Uma lembrança que eu nunca vou esquecer.
Por Ivo Crifar
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