É impressionante como em certos momentos de nossas vidas desejamos ser mais velhos e depois mais novos, e este é um mistério que por mais que nos esforcemos por decifrá-lo, será eternamente inexplicável. Veja só:
Sempre aparentei ser bem mais nova do que realmente sou. Já houve momentos em que isto foi bom, ruim, ótimo, péssimo e assim se alternando. É engraçado até relembrar…
Quando entrei na 1ª série do Ensino Fundamental, um ano mais nova do que o exigido na época, 6 anos, aparentava ter apenas 4. Isto era péssimo, tinha professora que não me deixava brincar com meus colegas no intervalo, “com medo” de que eles me machucassem. Andava sempre escoltada, não podia dar um passo sem que alguém me seguisse com o cuidado de não me perder de vista, afinal, eu era bem menor. Não via a hora de chegar aos 10 anos. Como queria deixar de ser o “bebê” da turma.
Cheguei aos 10 anos, o que mudou? Nada! Afinal aparentava ter menos de 8 anos… e a tortura era pior, e a minha inquietação continuava, não via a hora de chegar aos 15 anos, ser adolescente, debutar e ser uma mocinha como minhas outras colegas.
Os 15 anos chegaram: a mudança?! Nenhuma! Como era estranho ver minhas colegas se desenvolvendo e agindo como “mocinha”, e eu?! A mesma cara de criança! Não via a hora de completar 18 anos, ah, aí sim tudo seria diferente, eu já não seria criança, teria responsabilidades. Respondendo por meus próprios atos e não devendo satisfações a ninguém, mesmo que minha aparência insistisse em não crescer. Daí eu queria ver só quem me chamaria de bebê!
A idade tão esperada também chegou, e sabe o que mudou?! Nada! Aliás, as coisas começaram a pesar ainda mais, afinal era hora de procurar emprego. Isto sim é engraçado de lembrar…
“– Moço, vocês estão pegando currículo?”, “– Não menina, não contratamos ‘de menor’!”
No começo eu ainda insistia, mas depois, desisti de tentar convencê-los, foi difícil, mas consegui meu primeiro emprego e depois os seguintes…
Crescer é um mistério, mas não crescer, é outro maior ainda e muito mais complicado. Aos poucos fui percebendo que o que interessava era a maturidade, esta sim independia de idade. O mais importante é a aceitação da idade e da aparência que se tem, enfim, do que realmente somos.
Como é possível perceber, por um bom tempo sempre quis ser mais velha, ou pelo menos aparentar, mas o que nunca imaginei é que isto um dia iria virar o contrário.
Depois dos 30, quando você aparenta ser mais nova isto é tudo, ainda mais quando encontra com seus colegas do colégio: “- Nooossa amiga, que carinha de 18! Quando chegar aos 50 vai estar enxuta!” Isto é muito bom, é ótimo! Ainda mais quando você não pode devolver o mesmo comentário! Rsrs…
Houve tempo em que os meus amigos mais velhos me consolavam dizendo: “– Filha, aproveita pra viver a idade que tem, um dia você vai querer tê-la novamente”, e eu pensava: “– No meu caso não!”
Não há tempo que volte, amor, vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir! (Lulu Santos)
E não é que este dia chegou? As responsabilidades vieram e comecei a entender as coisas e como tudo funcionava. Trabalho, faculdade, casa, amigos, família (não só a que você constitui, mas a de onde você vem, a de seu marido, de seus amigos…), e por fim : você mesmo! Ufa!
Cansa, não é? Hoje me pego pensando: “Ah, como era bom ter 15, 18 anos!”
Eu sei que é um clichê, mas hoje repito o que não gostava de ouvir: “– Filho, aproveita pra viver a idade que tem, um dia você vai querer tê-la novamente”. Não que chegar aos 30 seja ruim, mas que é bom viver o presente e cada momento, isto sem dúvidas é indiscutível!
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