A sétima arte possui um poder inerente muito além das características que conferimos a ela. Quando pensamos em cinema, pensamos no roteiro, nas câmeras e lentes, nos atores, nos efeitos práticos e especiais, etc… Mas para além de toda a técnica envolvida e o aparato tecnológico que não para de se desenvolver, ainda falamos de uma das mais potentes formas de expressão acessíveis pelo ser humano. Som e imagem capazes de fazer com que você mergulhe a fundo em uma ideia cuidadosamente tecida por uma equipe de artistas entusiasmados para que sejam “escutados”. E a gama de possibilidades de discursos que circulam por entre essas histórias é infinita. Podendo fazer com que você se apavore, se apaixone, e até mesmo mude. Aqui segue três filmes capazes de mudar completamente a forma como enxergamos a vida.
Yi Yi: As Coisas Simples da Vida
Tentar colocar em palavras o quê “Yi Yi” retrata vai muito além da capacidade de síntese de qualquer amante de cinema… Dirigido por Edward Yang, esse longa tailândes mergulha profundamente na mundanidade do cotidiano, enquanto tece reflexões sobre temas universais como amor, perda, identidade e redenção.
Nós vemos o início e o fim da vida, retratada através dos personagens que formam as três gerações de uma família tailandesa de classe média, enquanto todos enfrentam mudanças pessoais e lidam um com o outro. “Yi Yi” nos convida a “ver o que não podemos enxergar”.
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Ao Caminhar Entrevi Lampejos de Beleza
Dirigido pelo lendário cineasta experimental Jonas Mekas, “Ao Caminhar Entrevi Lampejos de Beleza” é uma jornada cinematográfica única e hipnótica através das memórias e experiências do próprio Mekas.
O filme é uma colagem poética de imagens íntimas e cotidianas, capturando momentos efêmeros de beleza e transcendência no fluxo da vida. Mekas, um dos pioneiros do cinema underground, nos convida a mergulhar em suas lembranças pessoais, transformando o ordinário em algo extraordinário. Com uma abordagem fragmentada e sem linearidade, o filme desafia as convenções narrativas convencionais, convidando o espectador a contemplar a natureza fugaz da existência e a encontrar beleza nas pequenas coisas.
A sensação que nos é provocada é a de acessar memórias que nem sabíamos possuir. Jonas Mekas revive memórias através da sua potente sensibilidade, e nos permite sermos agradecidos pela jornada que enfrentamos até o ponto em que estamos.
Viver (Ikiru)
Dirigido pelo lendário cineasta japonês Akira Kurosawa, “Viver” é uma obra-prima do cinema humanista que examina a questão fundamental da existência e do propósito da vida. O filme segue a jornada emocional de Kanji Watanabe, um burocrata envelhecido que é confrontado com sua própria mortalidade após ser diagnosticado com câncer terminal. Diante dessa revelação, Watanabe embarca em uma busca para encontrar significado em sua vida antes que seja tarde demais. Watanabe passou grande parte da sua vida em um ritmo extremamente acelerado, tão acelerado, que perdeu o contato com tudo o que o definia para além do trabalho. “Ikiru” nos mostra que estar vivo é extremamente diferente de viver. Atemporal (enquanto vivermos diante da mesma lógica de mercado).
Imagem destacada: Divulgação/Toho Company
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