Nesta lista há filmes que você pode já ter visto, mas que talvez valha uma revisitada
Ainda que todo apreciador de cinema esteja ciente de que a França contemporânea produz um cinema de elevada qualidade, quando se aborda o cinema francês, imediatamente vêm à mente a Nouvelle Vague e renomados cineastas como Godard e Truffaut, entre outros mestres do passado. Assim sendo, compilamos uma lista de 5 filmes recentes oriundos desse país europeu. Caso alguém que percorra esta lista ainda não tenha assistido algum deles, é recomendável que se apresse em fazê-lo, pois, na opinião deste redator, são verdadeiras joias que merecem uma atenção ainda mais dedicada.
É importante frisar que nesta seleção não figuram filmes dos anos 2021, 2022 e 2023, tais como os excepcionais “Titane” e “Anatomia de uma Queda”, uma vez que já gozam de ampla notoriedade, destacando-se em premiações como o Oscar e em prestigiados festivais, a exemplo de Cannes.
Rosas a Crédito
Em 2010 estreou o magnífico e pouco visto “Rosas a Crédito”, que, apesar de contar com atores e equipe franceses, foi dirigido pelo aclamado cineasta israelense Amos Gitai. Na trama, a musa Léa Seydoux interpreta Marjoline, uma jovem recém casada no pós-Segunda Guerra Mundial que se vê subjugada pelo consumismo propagado pelas revistas e anúncios de roupas e artigos domésticos. O filme de Gitai configura-se como uma crítica social habilidosa, discorrendo sobre como o capitalismo pode deteriorar a beleza da existência, uma vez que o esposo de Marjoline almeja apenas contemplar as flores, pelas quais é fascinado, mas acaba imerso em um abismo financeiro para satisfazer os desejos da esposa.
Jovem e Bela
“Jovem e Bela”, lançado em 2013, é dirigido por François Ozon e destaca a estrela Marine Vacth, figura pouco reconhecida no cenário brasileiro. A obra de Ozon conquistou êxito e suscitou alguma controvérsia ao narrar a jornada de uma jovem que, desiludida após sua primeira relação sexual, opta por entrar no universo da prostituição. O mérito do enredo reside no fato de que, inicialmente, sua incursão na profissão não é motivada por questões financeiras, mas sim pelo anseio de explorar sua capacidade de experimentar o prazer sexual.
O filme está atualmente disponível na Prime Video.
Frantz
Sob a direção mais uma vez do prolífico François Ozon, “Frantz” emerge como uma narrativa de amor estrelada pela espetacular atriz alemã Paula Beer e pelo conhecido e popular Pierre Niney. Situado no período pós-Primeira Guerra Mundial, o filme conta a história de uma viúva alemã que se apaixona por um homem que frequentemente visita o túmulo de seu falecido esposo. Filmado com uma bela paleta preto e branco, “Frantz” é uma obra emocionante e comovente.
Também está disponível na Prime Video.
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Retrato de Uma Jovem em Chamas
“Retrato de Uma Jovem em Chamas”, produzido em 2019, é dirigido por Céline Sciamma, e explora o romance homoerótico entre duas jovens na França do século 18. A trama, repleta de momentos intensos e românticos, conquistou elogios tanto da crítica quanto do público, especialmente devido às performances impecáveis das protagonistas Noémie Merlant e Adèle Haenel, que demonstraram dedicação excepcional aos seus respectivos papéis. Infelizmente, essa foi a derradeira contribuição de Haenel, que optou por se retirar da profissão como um ato de protesto contra a tóxica indústria cinematográfica francesa. Haenel argumenta que essa indústria encobre indivíduos abusivos, citando Gerard Depardieu, Roman Polanski e Dominique Boutonnat como exemplos. A própria Haenel apresentou uma denúncia contra o diretor francês Christophe Ruggia, alegando abuso sexual quando ela tinha apenas 12 anos. Assim, assistir “Retrato de Uma Jovem em Chamas” torna-se uma experiência ainda mais significativa, dada a decisão de Haenel de encerrar sua carreira em resposta à violência perpetrada contra ela.
Azul é A Cor Mais Quente
Outro filme que obteve considerável êxito de público e crítica, mas que gerou controvérsias nos bastidores, foi “Azul é a Cor Mais Quente”, laureado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2013. O prêmio, inclusive, não foi conferido unicamente ao diretor Abdellatif Kechiche, mas também à talentosa dupla de atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos. Tal reconhecimento é merecido, dada a entrega intensa das duas atrizes aos seus respectivos papéis. A narrativa versa sobre amor e desilusão, explorando um romance entre duas mulheres de diferentes faixas etárias, caracterizado por uma dimensão carnal e melancólica. Infelizmente, contudo, houve denúncias apresentadas por Seydoux e Exarchopoulos contra Kechiche que lançaram sombras sobre o encanto gerado pelo filme. Ambas acusaram o diretor de exigir repetidas tomadas das cenas de sexo, meramente para satisfazer seu voyeurismo. Adicionalmente, afirmaram que os protocolos de proteção às atrizes em tais cenas foram negligenciados. No entanto, se isolarmos apenas a obra cinematográfica, indubitavelmente, ela se destaca como uma das mais notáveis a surgir no cinema francês nos últimos anos.
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