A representação LGBTQIAPN+ no cinema reflete as mudanças da sociedade e o quanto evoluímos na aceitação da diversidade
A representação LGBTQIAPN+ passou por diversas fases, desde as representações enfadonhas e caricatas, passando por filmes dramáticos e normalmente infelizes, até os dias de hoje, com seriedade e diversidade nas histórias. Desse modo, é possivel notar que a evolução da representação LGBTQIAPN+ no cinema acompanha o entendimento e conscientização da sociedade sobre a temática. E, essa representação também atende a suplica daqueles que tem orgulho de serem quem são e querem se ver, se reconhecer ou se inspirar nas histórias e nos personagens.
Representações caricatas
Nos primórdios do cinema, em uma sociedade de cultura e valores diferentes dos atuais, eram comuns as representações extremamente estereotipadas. Ainda nesse contexto, podemos incluir entre os fatores a pressão religiosa, com uma igreja que era muito influente na sociedade e incentivava a homofobia de forma aberta. Desse modo, facilmente os papeis LGBTQIAPN+ estariam diretamente atrelados a coisas não boas. Ou, meras piadas caricatas e de mau gosto.
O início da mudança
As mudanças na representatividade vieram junto com os movimentos sociais que implodiram nas décadas de 60 e 70. Com as discussões sobre minorias afloradas e o surgimento do movimento LGBTQIAPN+, os filmes começaram a mostrar mais o lado humano dos personagens e retratá-los com mais destaque.
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Assim, surgiram filmes como “Boy in the Band” de 1970, e “Cabaret” de 1972. Esses filmes foram mais realista ao retratar os personagens LGBTQIAPN+. Contudo, os esteriótipos ainda estavam presentes e estariam ainda nas décadas posteriores.
Então, nos anos 80 e 90 a representação aumentou de forma mais expressiva. Contudo, poucos foram os filmes que trouxeram personagens com histórias que saiam de personagens caricatos em comédias ou filmes de terror, personagens de sucesso ou histórias mais diversas. Assim, é possivel falar apenas de poucos filmes como “Philadelphia” de 1993 e “Priscilla, a Rainha do Deserto” de 1994, como obras mais sensiveis e profundas com o tema.
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Ainda não é o mundo ideal, mas houve evolução na representação LGBTQIAPN+ no século XXI
O século XXI chegou com a explosão e a difusão da internet. Nesse cenário, as minorias passaram a ter mais voz e passaram a ter o poder de organizar movimentos sociais globalmente. Também, já havia um entendimento de que a forma como as histórias contadas representavão a população LGBTQIAPN+, não eram as ideais.
Enquanto isso, os cinemas passaram a aprofundar personagens e torná-los protagonistas. Contudo, a régua que guiava esses filmes estava ligada a marginalização e ao drama profundo, que limitava a vivência LGBTQIAPN+ a sofrimento e falta de estrutura. Assim, filmes como “Meninos Não Choram” de 1999, “O Segredo de Brockback Mountain” de 2005 e “Orações para Bobby” de 2009, são sintomáticos, ainda que sejam filmes com qualidade.
É a partir do momento que se assume naturalidade, além de questões de descoberta e narrativas mais diversas, que os filmes que retratam a temática começam a ser um rreflexo contemporâneo da vivência LGBTQIAPN+ de forma mais assertiva.
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Em resumo, hoje temos filmes que exploram questões como identidade de gênero, sexualidade e relacionamentos de forma mais aberta e inclusiva. Longas ainda dramáticos como “Moonlight”, sabem como retratar as questões. Enquanto filmes mais leves, como “Com Amor Simon” e “Hoje eu Quero Voltar Sozinho”, atingem diversas camadas sociais.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios e críticas em relação à representação LGBTQIAPN+ no cinema, especialmente em relação à representatividade de pessoas de diferentes origens étnicas, culturais e sociais. Mas, podemos dizer que estamos no caminho certo.
Imagem Destacada: Divulgação/Fox Film Brasil
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