Uma herança portuguesa
A literatura brasileira, considerando seu desenvolvimento baseada na língua portuguesa, surgiu a partir da atividade literária incentivada pelos jesuítas após o descobrimento do Brasil durante o século XVI, foi se desenvolvendo e passando por várias escolas como o Romantismo, Realismo, Pré-Modernismo, Modernismo, Pós-Modernismo, Regionalismo e, finalmente, a Contemporânea, que engloba as produções do final do século XX e da primeira metade do século XXI, sendo marcada por uma variedade de tendências.
Ela reúne um conjunto de caraterísticas de diversas escolas literárias anteriores, revelando assim, uma mistura de tendências que irão inovar a poesia e a prosa (contos, crônicas, romances, novelas, etc.) do período.
Muitas características da literatura contemporânea estão relacionadas com o movimento modernista, como, por exemplo, a ruptura com os valores tradicionais; entretanto, a identidade nesse momento não é mais uma busca, sendo revelada por uma crise existencial do homem pós-moderno.
As principais características da literatura contemporânea são:
Mistura de tendências estéticas (ecletismo)
União da arte erudita e da arte popular
Prosa histórica, social e urbana
Poesia intimista, visual e marginal
Temas cotidianos e regionalistas
Engajamento social e literatura marginal
Experimentalismo formal
Técnicas inovadoras (recursos gráficos, montagens, colagens, etc.).
Formas reduzidas (minicontos, minicrônicas, etc.)
Intertextualidade e metalinguagem.
Entre os seus principais autores estão:
Ariano Suassuna (1927-2014): escritor paraibano, escreveu poesias e romances, ensaios e obras de dramaturgia. Desde 1990 ocupou a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras. É autor de “Auto da Compadecida” (1955) e “O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta” (1971).
Antônio Callado (1917-1997): escritor e jornalista nascido em Niterói, escreveu obras de dramaturgia, biografia e romances, dos quais se destacam os romances “A Madona de Cedro” (1957) e “Quarup” (1967); e as obras de dramaturgia “O tesouro de Chica da Silva” (1962) e “Forró no Engenho Cananeia” (1964).
Adélia Prado (1935): nascida na cidade de Divinópolis, em Minas gerais, escreveu poesias, romances e contos. De sua produção literária destacam-se: o livro de poesias “Bagagem” (1976) e o romance “O Homem da Mão Seca” (1994).
Cacaso (1944-1987): poeta mineiro nascido em Uberaba, Antônio Carlos de Brito foi grande destaque na poesia marginal. De suas obras destacam-se os livros de poesias “Na corda bamba” (1978) e “Mar de Mineiro” (1982).
Caio Fernando Abreu (1948-1996): escritor gaúcho nascido em Santiago, Rio Grande do Sul, Caio escreveu contos, romances, novelas e obras de dramaturgia, das quais se destacam: o livro de contos “Morangos Mofados” (1982) e o romance “Onde Andará Dulce Veiga?” (1990).
Carlos Heitor Cony (1926): nascido no Rio de Janeiro, Carlos é escritor e jornalista, dono de uma vasta obra. Membro da Academia Brasileira de Letras desde 2000, ele escreveu contos, crônicas, romances, ensaios, obras infanto-juvenis, roteiros de cinema, telenovelas, documentários, dentre outros. De sua obra destacam-se os romances “Pessach: a travessia” (1975) e “Quase Memória” (1995).
Cora Coralina (1889-1985): Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu em Goiás. Escreveu poesias e contos utilizando o pseudônimo Cora Coralina. De sua obra destacam-se o livro de poesias “Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais” (1965) e o livro de contos “Estórias da Casa Velha da Ponte” (1985).
Dalton Trevisan (1925): escritor paranaense nascido em Curitiba, Dalton é um dos mais destacados contistas da literatura contemporânea. Por ser uma figura excêntrica e misteriosa Dalton Trevisan ficou conhecido pelo nome o “Vampiro de Curitiba”. De sua obra merecem destaque o livro de contos “O Vampiro de Curitiba” (1965) e a recente obra de minicontos denominada “111 Ais” (2000).
Ferreira Gullar (1930): escritor maranhense nascido em São Luís, Ferreira Gullar é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2014. Escreveu poesia, contos, crônicas, ensaios, memórias, biografias, das quais se destacam os livros de poesias “Poema Sujo” (1976) e “Em Alguma Parte Alguma” (2010). Sem dúvida seu ensaio mais conhecido é a “Teoria do não-objeto” (1959).
Lya Luft (1938): nascida na cidade de Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, Lya é escritora, tradutora e professora. Possui uma vasta obra literária desde romances, poesias, contos, ensaios e livros infantis das quais se destacam: “Canções de Limiar” (1964) e “Perdas e Ganhos” (2003).
Millôr Fernandes (1923-2012): nascido no Rio de Janeiro, Millôr Fernandes é um artista multifacetado. Foi escritor, jornalista, dramaturgo e desenhista (cartunista). Sua obra literária está repleta de ironia, humor e sarcasmo, da qual se destaca: “Hai-Kais” (1968), “Millôr Definitivo: A Bíblia do Caos” (1994) e “A Entrevista” (2011).
Murilo Rubião (1916-1991): escritor e jornalista mineiro, Murilo foi redator de jornal e revista, se destacando na literatura com sua obra de contos: “O ex-mágico” (1947), “O pirotécnico Zacarias” (1974) e “O Convidado” (1974).
Nélida Pinõn (1937-): escritora nascida no Rio de Janeiro, Nélida Piñon foi jornalista e editora. Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1989, Nélida escreveu ensaios, romances, contos, crônicas, e obras de literatura infantil, das quais se destacam o romance “A casa da paixão” (1977) e o livro de contos “O pão de cada dia: fragmentos” (1994).
Paulo Leminski (1944-1989): escritor curitibano pertencente à geração mimeógrafo ou literatura marginal, Paulo escreveu poesia, ensaios, romances, contos, obras de literatura infantil. De sua obra merecem destaque o livro de poesia “Distraídos Venceremos” (1987) e o romance “Agora é que são elas” (1984).
Rubem Braga (1913-1990): nascido no Espírito Santo, no município de Cachoeiro de Itapemirim, Rubem Braga é considerado um dos maiores cronistas do país. De sua obra destacam-se “Crônicas do Espírito Santo” (1984) e “O Verão e as Mulheres” (1990).
Com o intuito de promover um conhecimento mais abrangente sobre a nossa rica história, a Caixa Cultural está realizando um seminário sobre a poesia brasileira contemporânea, buscando discutir a literatura brasileira a partir da democratização do conhecimento, proporcionada pela internet e tecnologias de informação, como, também, a nova configuração do poema no ambiente virtual e as relações autor-obra e autor-leitor estabelecidas pelas mídias sociais.
A poesia hoje: reflexões e considerações sobre a contemporaneidade pretende trazer uma reflexão sobre como o livre acesso à internet encurtou a distância entre poetas e leitores e possibilitou o surgimento de diversos nomes que figuram, atualmente, na categoria que se convencionou chamar literatura contemporânea.
Para debater o tema, foram convidados o ator, escritor e colunista Gregório Duvivier; o poeta e contista Paulo Henriques Britto; a poeta, curadora e escritora Bruna Beber; o artista visual e doutor em literatura, Domingos Guimarães, além do poeta e ensaísta Alberto Pucheu, e do editor e mestre em literatura brasileira, Lucas Viriato. Esses autores conquistaram seu espaço na rede, em pequenas e grandes editoras, em blogs, zines virtuais, podcasts, revistas e sites, abrindo caminho para outros.
O seminário será composto por três mesas, formadas por dois palestrantes e um mediador. Cada palestrante terá, em média, 30 minutos de argumentação para apresentação de seus textos. Em seguida, as mesas serão abertas à participação do público por meio de perguntas.
[divider]Programação[/divider]
13 de janeiro (quarta-feira)
19h – O amor e o humor na poesia contemporânea
Mesa dedicada à reflexão da revitalização da poesia pelos temas amor e humor. Poetas que usam a graça em sua arte (ou a arte em sua graça) ganharam força com a internet? Quando a piada erra e a poesia acerta?
Participação de Gregório Duvivier, artista, escritor e colunista; e de Domingos Guimarães, poeta, artista visual e doutor em literatura.
14 de janeiro (quinta-feira)
19h – Viver de Poesia
Um debate sobre as dificuldades enfrentadas por todos que se dedicam, de corpo e alma, à escrita. Quais os meios encontrados para viver de literatura no Brasil? Quais são os espaços ocupados pela poesia contemporânea no mercado e nas universidades? É possível ser poeta em tempo integral e ainda pagar contas?
Participação de Paulo Henriques Britto, poeta, contista, professor de estudos de tradução da PUC-Rio; e Lucas Viriato, editor, produtor, curador e mestre em literatura brasileira.
15 de janeiro (sexta-feira)
19h – Geografia do Poema ou A arte imita a vida
Essa mesa busca debater a cidade enquanto inspiração dos escritores. O quanto o contexto urbano e também as viagens e êxodos dos poetas passam a influenciar e habitar os seus poemas.
Participação de Bruna Beber, poeta, curadora e escritora; e de Alberto Pucheu, poeta, ensaísta, professor de teoria literária da Universidade Federal do Rio de Janeiro, cientista do Nosso Estado, pela Faperj, e pesquisador do CNPq.
[divider]Ficha Técnica[/divider]
Curador: Caio Carmacho
Coordenação geral: Valterlei Borges
Realização: Provisório Permanente Produções Culturais
Patrocínio: Caixa Econômica Federal e Governo Federal
Assessoria de Imprensa: Joyce Nascimento
[divider]Serviço[/divider]
Entrada: Franca (distribuição de senha uma hora antes do evento)
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Cinema 2
Endereço: Avenida Almirante Barroso, 25, Centro (Metrô: Estação Carioca)
Telefone: (21) 3980-3815
Data: 13 a 15 de janeiro de 2015 (quarta a sexta-feira)
Horário: 19h
Classificação Indicativa: Livre
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