Bom Xibom Xibombombom… Quem não se lembra desse refrão?! Há quem diga que essa frase era tão chiclete e a música tão viciante a ponto de ser impossível que alguém no país, do Oiapoque ao Chuí, não soubesse cantar pelo menos esse trechinho.
O final dos anos 90 foram marcados por uma expressão musical transformadora no cenário artístico e fonográfico do país, o Axé Music, febre total entre a criançada, os jovens e os também chamados “micareteiros”. Dentro dessa grande massa, tínhamos grupos que foram os precursores, como É o Tchan, Cia do Pagode, Boquinha da Garrafa, Banda Mel, Banda Eva e é claro que não podia faltar o grupo que deu vida a expressão que entitula essa matéria, As Meninas. A banda era formada por seis integrantes musicistas e uma vocalista que, além de cantar muito, ainda deixava todos loucos com seu gingado, seu sorriso e um carisma excepcional. Assim é Carla Cristina, a menina mulher que hoje em dia é uma das Divas mais amadas da Bahia e do Brasil. Ei garota! Fica esperta, pois o The Fame de hoje é contigo menina. (Rsrs)
A Woo! Magazine pergunta e você responde:
The Fame – Como e quando surgiu a artista Carla Cristina, foi na banda As Meninas?
A artista Carla Cristina já veio desde a barriga da minha mãe (risos), me lembro que desde menina eu dizia pra minha madrinha que se eu não fosse veterinária, com certeza, eu seria Cantora. Exatamente aos doze anos de idade, eu comecei a fazer uns Happy hours em alguns bares de Salvador, mesmo contra a vontade dos meus pais, eles me acompanhavam, pois os mesmos tinham medo que eu largasse os estudos por conta da música, mas graças a Deus eu consegui conciliar os dois, foi quando em 1992 eu comecei realmente a me enveredar pela música de maneira mais profissional, fiz backing vocal pro Jauperi que era da banda Afrodisíaco. Em seguida entro na banda Papaléguas, que é um bloco muito tradicional daqui do carnaval de Salvador, o bloco Papa, graças a esse bloco, fui Cantora revelação pelo troféu Dodô e Osmar em 1996, no final de 1997, e começou sendo meio que um laboratório para a banda As Meninas, portanto no finalzinho de 1998 e início de 1999 veio a grande explosão da banda com o sucesso do Xibom bombom pra todo o Brasil. O sucesso foi tão grande que não ficou só aqui no país, o mundo inteiro passou a conhecer e cantar aquele que seria o refrão mais cantado de todos os tempos até então, ele havia rompido todas as barreiras regionais e conquistado o mundo. Foi muito importante pra que todos pudessem conhecer um pouco do meu trabalho, essa visibilidade que a Banda As Meninas me trouxe foi muito importante e ainda é gratificante pra mim até os dias de hoje.The Fame – Sentimos que existe um certo saudosismo na sua voz quando fala da experiência vivida durante sua permanência com As Meninas, o quão importante foi aquela sua entrada na banda e o que carrega de bom daquela fase até hoje?
À partir do momento que subi no palco pela primeira vez com a banda, foi um passo muito importante pra minha vida. As Meninas, sem dúvida, foi a fase que mais marcou, foi através da repercussão e o sucesso da banda que eu pude mostrar pra pessoas a verdadeira intérprete da música popular brasileira e amante do Carnaval da Bahia e dos Trios elétricos que eu sou, conheci muitos países diferentes, culturas, gente boa e bonita, daquela época trago muita bagagem e toda experiência que vivi, transformei a música Xibombombom em uma referência pra minha vida e carreira, por onde passo, em todos os shows que faço, não posso deixar de cantar o hino que me fez ser conhecida e respeitada como artista, se assim eu não fizesse, jamais poderia manter viva dentro de mim essa moleca que sou, a sonhadora e guerreira verdadeira Carla Cristina.
Durante essa pergunta, Carla ainda citou um fato curioso em relação a seu público e fãs que ainda acompanham seu trabalho.
“Devo muito ao ‘Bom Xibombombom’, ainda hoje tem gente que não sabe meu nome, mas agora falar, “olha lá aquela menina do Xibom bombom” (risos).
Carla, muitos gostam de citar cantores baianos apenas como músicos regionalistas, como você dentro desse cenário lida com esse tipo de preconceito?
É o que sempre digo as outras pessoas, eu canto de tudo, comecei cantando em barzinho, canto MPB, mas a minha verdade, que tanto amo e me faz feliz, é ser quem eu sou, digo que se puder quero estar velhinha e puxando trio pras multidões do carnaval de Salvador.
Ainda sobre o grupo As Meninas, Carla foi enfática em dizer que ela não foi a responsável pelo término do mesmo.
“Apenas saí pois sentia necessidade de trilhar um novo caminho, voltar um pouco as minhas origens, ter um pouco mais de vida sabe? As Meninas faziam uma média de 33 shows no mês, isso tomava todo nosso tempo, não tinha mais convívio com meus amigos, família, ficava tudo muito impossível, hoje eu determinei um número ideal para minha agenda, posso curtir a vida, relaxar, ter tempo pra mim.”
Perguntada sobre o que fez logo após sua saída do grupo, a artista respondeu prontamente que a primeira coisa que fez foi descansar um pouco, porém foi muito pouco mesmo, pois meses depois a vocalista já recebeu um convite da Rede Record (Bahia) para apresentar o programa Bom Demais, antes comandado pela também Musa e eterna morena do É o Tchan Scheila Carvalho.
“Ficar a frente do Bom Demais, me trouxe muitas alegrias e acima de tudo uma nova paixão. Estar diante das câmeras comandando um programa com atrações musicais fez muita diferença e uma enorme satisfação.”
The Fame – Como fica a Carla Cristina agora depois dessa experiência como apresentadora?! A Cantora voltou com tudo ou você ainda tem pretensões enquanto apresentadora?
A Cantora nunca se foi, sempre estive presente no cenário musical do Brasil, porém descobrir esse gosto por estar no comando de um programa, que me realizou bastante também, tanto que tenho um recadinho pra lá de especial para você, e em primeira mão para todos os fãs do meu trabalho: recebi um convite super especial de uma emissora local aqui na Bahia e estamos em negociações, em breve o público poderá voltar me ver nas telinhas comandando mais uma atração com muito bom gosto. (risos)
The Fame – Num celeiro de estrelas da música popular Baiana, como Ivete Sangalo, Margareth Meneses, Luís Caldas, Claudinha Leitte, Durval Lellis, Saulo, Bel, Daniela Mercury e muitos outros, quem você tomou como inspiração pra carreira e como é sua relação com todos esses ícones do Axé Music?
Sou fã, muito fã e admiradora do trabalho de cada um deles, me sinto privilegiada e abençoada por tê los como amigos. Minha história de amizade com Cláudia Leitte vem de muito antes da minha entrada no grupo As Meninas, enquanto eu já viajava o mundo inteiro cantando como vocalista do grupo, Claudinha tocava no meu bar em Salvador, somos muito unidas, considero como uma irmã. Saulo, Durvalino, Bel Marques, são todos meus amigos queridos, pessoas incríveis, talentos verdadeiros, Ivete então, nem se fala, amo de paixão, sou fã número 1, mas a inspiração pra me tornar cantora mesmo veio de Daniela Mercury, lembro que fui assistir um show de Daniela puxando um trio e falei pra mim mesma, eu quero ser igual a ela, essa mulher é tudoooo.Afunilando o papo com Carla, perguntamos quem ela considera o verdadeiro responsável por sua paixão em cantar MPB nos barzinhos da vida, a resposta da cantora foi direta e certeira:
“Meu Pai foi o grande culpado por essa louca paixão (risos), ele quem me ensinou a ter muito bom gosto pela música, pois tinha em Casa uma coleção dos grandes Tom Jobim, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Gal Costa, Mais Betânia, Pixinguinha, e eu cresci ouvindo isso. Eu comecei a cantar de verdade quando ele reunia os amigos em Casa nos finais de semana pra tomar vinho, cerveja, e os amigos pegavam o violão pra ele cantar, ele tem uma voz lindíssima, daí eu ficava ali só ouvindo tudo aquilo e aprendendo o máximo que eu podia.”
Carla Cristina resolveu finalizar esse papo gostoso com nós da Woo! Magazine, fazendo um comentário muito satisfatório sobre a importância da mídia na carreira e vida de um artista:
“A mídia tem maior importância na vida de um artista, porque é através dela que a gente tem a oportunidade de romper barreiras e fronteiras levando o nosso trabalho e mostrando pro mundo inteiro quem a gente é.”
[divider]NossWoo! Papo[/divider]
Família – Meu alicerce, minha inspiração, faço tudo por eles.
Amigos – São especias, são poucos, mas são de Fé, eu posso contar com eles pra tudo.
Profissão – É um sonho que Deus me deu e realizo a cada dia, além de estar desfrutando disso ainda posso levar alegria pra um monte de gente.
Deus – Deus é tudo pra mim, é minha força, é o meu amor maior.
Carla Cristina – Mulher guerreira, sonhadora, mulher feliz e de Fé.
Por Betoh Cascardo
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