Há exatos trezentos e sessenta e seis dias atrás, Chris, Jonny, Will e Guy, o quarteto – mais que fantástico – britânico, chegava ao Rio de Janeiro com a turnê que dá nome ao sétimo álbum da carreira, A Head Full Of Dreams. E não havia outro modo de (re)começar em grande estilo. Tivemos o privilégio de sermos um dos primeiros países a prestigiar o retorno triunfante do grupo aos palcos. Mal podíamos esperar para entoar o “oh, oh, ohhh” delirante de “A Head Full Of Dreams” e também é claro, extravasar todos os nossos sentimentos durante “Fix You”.
Todas as expectativas começaram no dia 20 de novembro de 2015, quando foi confirmada oficialmente a vinda dos rapazes. A divulgação foi feita através de posters espalhados de forma misteriosa. O cartaz com um balão colorido, anunciava as apresentações. Aguenta coração! Dois shows logo nos primeiros meses de 2016: 07 de abril, em São Paulo (Allianz Parque) e 10 de abril no Rio de Janeiro. Era a primeira turnê mundial da banda desde a era “Mylo Xyloto Tour“, de 2011 e 2012, onde mais de três milhões de pessoas tiveram a oportunidade de assistir a estreia das xylobands, em cinco continentes. Começava a contagem regressiva!
Já no dia 06 de abril, Coldplay estava em solo brasileiro, após o show em Lima, no Peru. Foram para o Rio de Janeiro, onde ficaram hospedados com a família no Copacabana Palace. No dia seguinte o baterista mais destruidor – no bom sentindo, é claro – e o fofíssimo guitarrista – modelo, nas horas vagas, risos – apareceram para o delírio da galera presente na porta do hotel. Alguns sortudos conseguiram fotos, autógrafos…
Um Maracanã como você nunca viu
Já dizia a música “Adventure Of A Lifetime”: Tudo o que você quer, está a um sonho de distância. E olha… Eu e muitos sonhamos com esse dia por um longo tempo. Para ser mais exato, foram 5 anos esperando uma nova passagem do Coldplay por aqui. A sensação de conseguir comprar ingresso, e ser uma das 66 mil pessoas de todos os cantos do país, que lotaram o lendário Estádio do Maracanã, no dia 10 de abril de 2016, é sem dúvidas um momento ápice não só na minha vida, mas como na de outras 65.999 pessoas. E a noite prometia!
Tonight #AHFODtour reaches the legendary Maracanã Stadium! Here are the set times. A #ColdplayRio pic.twitter.com/dwiRhQXXxo
— Coldplay (@coldplay) April 10, 2016
Momento pré-show: “Acordei por volta das 05h, ao som de ‘Adventure Of A Lifetime’, após uma noite quase que sem dormir. A ansiedade me consumia. O tempo do hotel até o Maracanã era de aproximadamente uns 25 minutos. Já no UBER, não conseguia me conter. Ficava me questionando meio avoado: “É sério que hoje é o dia do show do Coldplay? Em poucas horas Chris, Jonny, Will e Guy vão estar bem na minha frente! Poucas horas me separam da realização de um dos maiores sonhos da minha vida!”. Era insano!”.
A fila nos portões do Maracanã só aumentava, assim como o calor. Mas nada que tirasse a empolgação da galera, que entoava o “Ohhhh, ohhhh, ohhhh” de ‘Viva la Vida‘ sempre que possível. E é claro, eu entrava na onda. Valia de tudo para fugir da ansiedade. Os bons meses de espera, foram preciosos para que eu pudesse formar grandes amizades. Formamos um bonde! Ah, e sim. Amizades de shows são as mais lindas da vida! Superam todos os quilômetros de distância possíveis.
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Enfim 16h. Horário marcada para à abertura dos portões. As barraquinhas improvisadas contra o calor, já estavam guardadas. Todos de pé, com o coração disparado, loucos para correrem e pegarem um bom lugar na grade. Essa era a minha meta, que foi realizada. Mas é claro, com um pouco de sufoco.
Estava tão agitado, que quase me esqueço de pegar o Love Button e a Xyloband. Eu não me perdoaria! Corri. Mais corri tanto, que pensei que o meu coração fosse sair pela boca! De brinde, ainda perco a minha identidade. Como eu já não estava achando no chão, não perdi tempo. Continuei minha caminhada para encontrar os meus amigos na grade. Já cheguei comemorando e abraçando, deitado no chão, olhando aquele céu e a estrutura do palco, recuperando todo o fôlego. Poucas horas até o início da realização de um sonho. Chris Martin levou ao twitter o sentimento da banda, que também era o nosso: “MARACANÃ, UM SONHO TORNANDO REALIDADE!!!!“.
MARACANÀ!!! A dream come true. WC pic.twitter.com/0xI836s0ME
— Coldplay (@coldplay) April 10, 2016
A cantoria Tiê abriu os trabalhos no palco. Todo colorido, com flores ao fundo. Bem estilo Coldplay. Na sequência, a voz potente da inglesa Lianne La Havas preenchia todo o Estádio. E ela vai muito além de ser somente “a que abre os shows do Coldplay”. Em entrevista ao G1, ela cantou um pouco a sensação de fazer shows em estádios, e se da tempo de assistir as apresentações da banda:
“Parece um festival em que todos foram para ver uma só atração. Tenho que tentar impressionar e adoro esse desafio. Adoro o fato de eu poder mostrar minha música para quem ainda não ouviu. É sempre uma noite diferente mesmo que eu cante as mesmas músicas. Ah, e eu vejo só o começo do show do Coldplay. Mas quero ver inteiro no Rio e no México. Aqui em São Paulo, vou sair correndo, para não pegar trânsito.” – Lianne La Havas
E após um show bem fofo, e com o carinho de todos os presentes, hora de se despedir. Estava chegando a hora de recebermos os britânicos. Nós fomos ao delírio! Uma opera deixava todos ainda mais apreensivos, todos pareciam não acreditar que em poucos segundos teríamos um show sensacional. Pronto. As luzes se apagam e no telão, vídeos de recepção da turnê. Em cada país a galera anunciava a banda, e passava a bandeira para o próximo local. Quando o rapaz de Lima passa a bola para as meninas de São Paulo… O público já gritava loucamente.
Taila Ribeiro, de Belém do Pará e Adriano Lima, do Rio de Janeiro, foram os escolhidos pela produção para chamarem ao palco, os donos da noite. E por coincidência, ambos estavam no grupo do WhatsApp da pista premium branca que eu havia criado meses antes do show. Maravilhosos!

“Agora, preparem as suas pulseirinhas e seus coraçãozinhos… Com vocês… Coldplay!” – Adriano Lima e Taila Ribeiro
Às 21h, começava a turnê A Head Full Of Dreams no Rio de Janeiro. Antes dos rapazes pisarem no palco, um discurso sensacional, de Charlie Chaplin no filme ‘O Grande Ditador’ ecoava por todo o Estádio. Era a introdução da música que da nome ao álbum, ‘A Head Full Of Dreams’.
“No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas de todos os homens! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela… de faze-la uma aventura maravilhosa.” – Charlie Chaplin
Um Maracanã iluminado com 66 mil Xylobands. Um espetáculo para ninguém colocar defeito. Não dava para conter a emoção. Pulamos, gritamos, choramos, surtamos… Era tudo tão mágico, tão perfeito… Parecia não estar acontecendo. Chris Martin saltitava pela passarela, e no refrão um boom de papeis picados fazia o palco parecer um arco-íris. Que momento! E o melhor: a noite só estava começando.
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Era preciso conter as emoções para aproveitar cada momento. Ficávamos olhando Chris, Jonny, Will e Guy passando bem na nossa frente, e não conseguíamos acreditar que tudo aquilo era real. Mas era. Ali. Agora. Não da para rebobinar, voltar atrás. São momentos que estão entrando para a história da sua vida.
Um show com todos os sucessos. ‘Yellow‘ foi cantada em coro, com saudações de Chris Martin e seu português fofinho. Nos entregamos de vez!
“Boa noite pessoal. Tudo bem? Que ale (risos)… Que alegria estar no Rio! Cidade Maravilhosa.” – Chris Martin
A declaração de amor vinda de Chris Martin, com a bandeira do Brasil pendurada em seu bolso, veio em ‘Every Teardrop Is a Waterfall‘. Um show pirotécnico no palco e uma chuva de papel picado com pássaros! Todos esticavam as mãos tentando pegar uma lembrança física, e símbolo que já marca os shows da banda. Eu é claro, enchi minha mochila. Mas isso, só lá para o final.
Em ‘The Scientist’ o pedido: “Vamos cantar juntos”. Pronto. Se Chris pediu, nós fazemos esse agrado. Nobody said it was easy, it’s such a shame for us to part… Um dos momentos mais lindo da noite, e que me arrepia até hoje, sem dúvidas.
“Olê, olê, olê” durante ‘Charlie Brown’. Hora do Maracanã ficar completamente colorido com a canção.
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Mais chuva de confete colorido! Agora durante “Hymn For The Weekend”, parceria com Beyoncé. Esses passinhos do Chris dominam meu coração.
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Balões coloridos para receber ‘Adventure Of A Lifetime‘. “Ok… Todo mundo… se abaixa. Todo mundo… se abaixa. One, two, one, two, three, GO!”
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‘Fix You‘ foi emocionante. Por mais que eu já tenhamos ouvido essa música milhares e milhares de vezes, a sensação do ao vivo, renova todas as suas energias. Uma das maiores composições de todos os tempos. O request da noite foi ‘A Message‘. A primeira performance da canção desde 2010!
Um espetáculo que definitivamente fará parte de nossa história por aqui. Rolaram vários sucessos, uma chuva de estrelas, de pássaros e muitas lágrimas. 66 mil pessoas fizeram o Maracanã parecer com uma bela visão celestial. Começamos celebrando a vida, com ‘A Head Full Of Dreams’, e encerramos o espetáculo com uma mensagem: NÃO DESISTA NUNCA! Siga os seus sonhos. Valeu, Coldplay!
What a night at the Maracanã. Obrigado Brasil! A #ColdplayRio pic.twitter.com/rneFsg5wK6
— Coldplay (@coldplay) April 11, 2016
Confira a setlist:
A Head Full of Dreams
Yellow
Every Teardrop Is a Waterfall
The Scientist
Birds
Paradise
(with Tiësto remix outro)
B-stage:
Everglow
Princess of China
Magic
A-stage:
Clocks
Midnight
Charlie Brown
Hymn for the Weekend
Fix You
“Heroes” (David Bowie cover)
Viva la Vida
Adventure of a Lifetime
Kaleidoscope
Parachutes
Shiver
A Message
Amazing Day
A Sky Full of Stars
Up&Up
Relato de outros fãs presentes:
“Dia 10/04/2016, Maracanã. Algo tão desejado que superou qualquer expectativa. É até difícil de descrever, as horas que antecederam o show também fizeram parte da mágica.. foi épico. Uma energia incrível que pairou por todo o gigante do Rio. Foi magnífico fazer parte da festa que se chama Coldplay. Amazing Day.” – Amanda Brandão
“Incrível como já faz 1 ano e as emoções continuam tão intensas. A expressão “parece que foi ontem” nunca fez tanto sentido. O dia 10 de abril de 2016 é elo de ligação para mais de 50.000 fãs apaixonados. Fãs que não mediram esforços para realizar esse grande sonho. E quando falamos em sonho, outra expressão me vem a mente, “pareceu um sonho”. Do momento em que as luzes do Maracanã se apagaram, até que elas fossem acesas novamente, vivemos os mais lindo dos nossos sonhos. Tudo começou bem antes é verdade. Os rumores de uma nova turnê, o provável início pela América Latina, cumprindo o que haviam prometido, a confirmação das datas, o desafio da compra dos ingressos, a espera, a fila, o cansaço. Nada disso importava mais, ao mesmo tempo que tudo isso era importante, pois foi o caminho que nos levou até aquele momento. Mas esquecemos de tudo. Lembro-me daquele exato momento que o Chris, Jonny, Guy e Will subiram ao palco, parecia não acreditar no que meus olhos estavam vendo. Foi espetacular, foi incrível. Tudo ainda é muito presente, forte, verdadeiro. O que sentimos naquela noite não se apagou com acender das luzes, não diminui com a distância, não se desfez com o passar do tempo. Os momentos mais importantes das nossas vidas não podem ser mensuradas, o show do Coldplay é um deles.” – Josinaldo Nascimento Barbosa
As melhores companhias de um show! Valeu, amigos.
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Por Matheus Lima
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Delícia de lembrança! Foi o meu request escolhido, um dos dias mais mágicos da minha vida. Viajei de Curitiba para o Rio só para ver o show e nunca imaginei viver um momento tão fantástico! A Message ainda vai virar tatuagem. 💗
Que maravilha! Eu lembro do seu pedido sendo exibido para 66 mil pessoas no Maracanã. Imagino a sua sensação! A noite foi maravilhosa, recompensou toda essa distância. Não vejo a hora de oficializar uma tatuagem do Cold na pele <3. UM DOS MELHORES DIAS DAS NOSSAS VIDAS!
Matheus. Ótimo relato. Da para sentir a emoção só de ler.
Graças às deus consegui meus ingressos para a premium de SP dia 07/11/2017. Não vejo a hora.
Que horas vc chegou à fila para conseguir ficar na grade? Pois vou sair do trabalho no começo da tarde e já ir para a fila. Acha que consigo?
Que horas vc sentiu que a fila cresceu mesmo? Ou já estava cheia logo depois que chegou?
Agradeço imensamente se puder responder.
Um abraço
Att