E se você pudesse ouvir ao vivo a trilha sonora dos seus games favoritos, tocada por uma orquestra? É essa mistura de orquestra, rock e jogos que a Video Games Live vem trazendo ao Brasil por mais de 12 anos. O show viaja o mundo inteiro, se apresentando em cada país com suas orquestras locais, comandado pelo lendário compositor, Tommy Tallarico. No final de semana anterior, a VGL passou por Belo Horizonte (dia 03/11), São Paulo (dia 04/11) e encerrou a fase brasileira de sua turnê 2017 no Rio de Janeiro, numa nostálgica apresentação para o público gamer que esteve dia 05/11 na Cidade das Artes. Conferimos de perto o show na Cidade Maravilhosa, e podemos dizer com certeza: mais que um espetáculo de Game Music, a Video Games Live é também um momento de reconhecimento e valorização da cultura gamer toda.
Com uma setlist de dezoito músicas, distribuídas em dois atos, o show, desta vez, não trouxe grandes novidades em relação aos anos passados, preferindo repetir as peças mais populares entre fãs mais fiéis. Há muitos lançamentos por aí com trilhas sonoras marcantes, então a princípio, poderia ser uma decepção para alguns, embora isto nem de perto consiga estragar a experiência em geral. Experiência esta que, também em termos de estrutura, permanece a mesma que vemos em mais de uma década: orquestra ao vivo, imagens dos jogos sendo apresentadas nas telas ao fundo do palco (sim, Sonic como um popstar realmente funciona), o carisma do apresentador e muita nostalgia. E, principalmente para quem vai ao show pela primeira vez, funciona muito bem. Resumindo: se você foi poucas vezes ou nunca viu a VGL, recomendamos. Será uma experiência sem igual. Agora, se você é fã de vários anos e espera novas peças musicais,pode se desapontar um pouco.
Outra tradição da turnê é trazer sempre grandes compositores da indústria musical gamer para conduzir suas próprias músicas, como convidados especiais, que sempre rendem alguns dos momentos mais memoráveis de cada show.
Das músicas apresentadas, destaca-se o medley de Castlevania, que abre o show com o tom certo de Rock, perfeito para provar que aquela não é uma apresentação de orquestra convencional. Em seguida, vemos um desfile de trilhas sonoras icônicas – de games igualmente icônicos, como Sonic, Shadow of the Colossus e Pokémon.
O primeiro convidado especial da noite a subir no palco foi Neil Acree, compositor da música das impressionantes animações da Blizzard, que conduziu a música de Hearthstone e de duas de suas composições: Overwatch e World of Warcraft: Legion. Nestas duas citadas agora, um momento diferente dentro de toda setlist: as músicas foram apresentadas em sincronia com as animações onde elas foram originalmente conhecidas. Enquanto a escolha tem um lado negativo de confundir nossa atenção (pois as falas dos personagens, que são muitas, são preservadas), tem como positivo fazer com que enxerguemos quantas pessoas e instrumentos estão ali, geralmente invisíveis para a gente, fazendo a música, enquanto assistimos a um filme ou jogo.
Após Neil Acree deixar o palco, somos brindados com mais duas favoritas do público da Video Games Live: Chrono Trigger/Chrono Cross e a épica música de Zelda, que encerra o primeiro ato do show.
O segundo ato do show abriu com Kingdom Hearts, no entanto, nenhuma cena dos jogos da franquia é exibida. No lugar, apenas imagens das animações clássicas dos estúdios Disney são exibidas, e Tommy Tallarico explica que, assim como Walt Disney quis mostrar que as animações poderiam ser uma abertura para que as pessoas conhecessem a música orquestral, hoje em dia eram os games que faziam isto – o que provava o impacto e relevância cultural do video game.
Depois de outros momentos marcantes, como as trilhas de The Witcher e Final Fantasy, Tallarico apresenta um medley com seu trabalho favorito – entre mais de 300 jogos – o divertido pop-rock instrumental da trilha sonora do esquecido clássico dos anos 90, Earthworm Jim.
É aí que o segundo e último convidado, Marty O’Donell sobe ao palco. O’Donell é ninguém mais que o compositor da trilha sonora do primeiro Destiny, bem como do primeiro Halo. Sim, os presentes puderam cantarolar a marcante melodia de Halo com seu compositor!
Durante o bis, Tallarico volta ao palco com uma camisa exibindo o nome de ninguém menos que Ayrton Senna, e se despede do Brasil com suas duas faixas mais queridas: Street Fighter II (com direito a um vídeo especial, destacando Blanka, o personagem brasileiro da franquia) e também Top Gear. O mais curioso é a história que Tommy compartilha, de como precisou ser convencido, em mais de uma década de VGL no Brasil, a tocar a música para um jogo de corrida que o mundo inteiro desconhece. Sim, Top Gear só fez sucesso por aqui!
O carisma do apresentador também fica evidente quando ele explica à plateia porque acha que Game Music é tão impactante: quando jogamos, nós assumimos aquele papel, logo, não é a trilha sonora daquele personagem – é a trilha sonora de nossa vida. E é claro que uma verdade destas, foi respondida com estrondosos aplausos da plateia.
Setlist completa:
ATO 1
Castlevania
Metal Gear Solid
Sonic
Shadow of the Colossus
Pokémon
World of Warcraft: Legion (com Neil Acree)
Overwatch (com Neil Acree)
Hearthstone
Crono Trigger / Crono Cross
The Legend of Zelda
ATO 2
Kingdom Hearts
Phoneix Wright
The Witcher
Final Fantasy VII
Earthworm Jim
Destiny (com Marty O’Donell)
Halo (com Marty O’Donell)
Bis
Street Fighter II
Top Gear
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