Tanto a Marvel como a DC possuem personagens demais. No meio de tantos personagens, é impossível que todos sejam conhecidos pelo público geral, porém, sempre tem aqueles que, apesar de desconhecidos, são incrivelmente bons e esse é definitivamente o caso do Cavaleiro da Lua.
Marc Spector é um mercenário rico que durante um trabalho resolve mudar de lado para proteger os inocentes que deveria matar. Em troca disso ele é mortalmente ferido e deixado para morrer em uma pirâmide aos pés de uma estátua de Khonshu, o deus egípcio da Lua e dos viajantes. Mas como no mundo dos quadrinhos a lógica que governa as coisas é diferente, ao invés da história de Marc Spector acabar aí, ele é ressuscitado pelo deus e aceita isso como um sinal para mudar sua vida, se tornando um super herói protetor da noite.
O personagem surgiu pela primeira vez em 1975 na revista “Werewolf by Night” número 32 pelas mãos do escritor Doug Moench e do artista Don Perlin. Nesta primeira aparição ele surge como um vilão, um mercenário contratado para enfrente o mocinho da história, um lobisomem. Porém, o personagem misterioso troca de lado e ajuda o lobisomem, mas não só isso, ele cai nas graças dos leitores, conquistando diversas outras participações ao longo dos anos nas revistas Marvel Spotlight, Spectecular Spider-Man e The Defenders, sendo tratado de início como uma cópia do Batman, e por fim, ganhando sua revista própria em 1980.
Mas o que torna esse herói tão bom e diferente dos outros? Para responder essa pergunta vamos só um pouquinho mais a fundo no personagem. Quando ele começa a agir como Cavaleiro da Lua, ele cria outras personalidades que ele usa para conseguir informações. Ora ele é o mercenário Marc Spector, ora ele é o ator milionário Steven Grant e ora ele é o taxista Jake Lockley. Mas o que começa como personagens usados para conseguir informações se torna cada vez mais um problema, até chegar ao ponto que o personagem passar a ter Transtorno Dissociativo de Identidade, mais conhecido também como múltiplas personalidades.
Esse artifício das diversas identidades é explorado de diversas maneiras ao longo das publicações do Cavaleiro da Lua, mas ficam o destaque para as últimas três fases do personagem, todas publicadas no Brasil recentemente pela Panini. A primeira sendo o volume 3 do personagem, escrito por Brian Michael Bendis e desenhada por Alex Maleev e publicado no Brasil nos encadernados “Cavaleiro da Lua: Recomeço” 1 e 2. Essa é uma história ótima para quem quer começar a ler o personagem, com roteiros excelentes, uma pegada mais urbana que combina perfeitamente com a arte suja e rascunhada do Maleev, definitivamente uma ótima recomendação.
Em seguida, temos o volume 4 do personagem, escrito por Warren Ellis, Brian Wood e Cullen Bunn e desenhado por Declan Shalvey, Greg Smallwood e Ron Ackins e publicado pela Panini em Cavaleiro da Lua 1, 2 e 3. Nesta fase o personagem tem seu uniforme reinventado para combinar com suas personalidades, o que acaba por criar três Cavaleiros da Lua. Essa dinâmica de troca de uniformes e personagens acaba funcionando muito bem e combina com o esquema de histórias rápidas da fase.
Mas o pote de ouro fica para a última fase publicada, escrita por Jeff Lemire e desenhada por Greg Smallwood e publicada pela Panini em Cavaleiro da Lua 4 e 5. Esta já é considerada por toda a crítica como a melhor fase do personagem até então. Nesta fase Marc Spector acorda em um manicômio sem lembrar como chegou ali ou o porquê. Ele é tratado como um paciente que tem ilusões de grandeza e de que é um super herói. Essa fase é tão bem escrita que põe o leitor frequentemente em dúvida se o personagem não é simplesmente maluco e tudo que aconteceu até então não passou de delírios da sua cabeça. E não só o roteiro, como a arte também é excepcional, fazendo uso de quadrinizações não ortodoxas para gerar a sensação de claustrofobia de um manicômio.
O personagem que começou como um vilão de uma revista de segunda categoria e passou para uma cópia barata do Batman hoje em dia evoluiu tanto que já se tornou muito querido por diversos leitores.
Recentemente surgiram rumores de que a Netflix estaria cogitando adaptar o personagem em uma série para a Marvel. E você, gostaria de ver o personagem sendo adaptado para uma série?
Por Bruno Dias
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Bacana a matéria, mas… tirando o fato de ser um cara rico que combate o crime, ELE NÃO TEM NADA A VER COM O BATMAN!!! Nunca entendi essa comparação esdrúxula. O cânone do personagem é totalmente diferente do Batmam. E, verdade seja dita, o Cavaleiro da Lua é bem mais legal. 🙂