Finalmente chegou o momento que eu vou fazer a crítica de um filme que eu já li o livro. É uma responsabilidade enorme ver o filme e separar se ele funciona mesmo a parte da história original. Apesar de ter amado o livro, devo dizer que ele não estava tão fresco assim, então algumas informações me passou um pouquinho. Mas, vamos lá.
Tom é um herói da primeira guerra mundial, que não gosta exatamente de ser chamado assim, e precisa mais que tudo de descanso e um momento para si, para entender que a vida dele ainda não acabou, mesmo depois de toda morte que esteve ao seu lado.
Ele acaba aceitando um emprego para cuidar de um farol em uma ilha onde deverá viver sozinho e só verá pessoas quando receber os suprimentos necessários para sua permanência. Antes de ir pra lá, conhece Isabel, uma jovem moça que nunca saiu da cidade mais próxima da ilha e é capaz de virá-lo de cabeça para baixo.
O filme apropria-se de algumas ideias do livro e as transforma, mas a essência está lá. Ele é, basicamente, movido pelo amor que os personagens centrais sentem e pelo erro, pelas consequências trágicas de suas ações, como elas desencadearam o que acontece e o que fizeram na vida de outras pessoas.O roteiro é melodramático, admito. Em alguns momentos, você terá a impressão que ele está usando de artifícios para te sensibilizar, te fazer criar realmente uma empatia, mas não é um momento do roteiro em si, senão do livro, que é bem dramático e com algumas partes um pouco exageradas. Algo que o filme fez, e funciona bem, é enxugar as histórias, que são mostradas, apenas para Tom e Isabel, e também a Hannah, outra personagem importante no livro.
O elenco é encabeçado por Michael Fassbender, que dispensa comentários sobre seu trabalho como ator. Fassbender já deixou comprovado que ainda que esteja em uma produção duvidosa, terá sempre uma grande performance. Não é o caso deste filme, que não lhe exige muito, mas faz com que entregue um tipo um pouco diferente do que está acostumado: alguém sensível, romântico e mais calado que o habitual. Alicia Vikander é outra parte fundamental como a intensa Isabel e faz um trabalho a altura de seu companheiro de cena. Vikander tem demonstrado ser uma ótima atriz, construindo sua carreira com personagens diferentes e atuações distintas em cada produção. Rachel Weisz fecha o elenco principal entregando um trabalho profundo e sofrido como exige sua personagem. No elenco central, não há espaço de quebra: os três protagonistas são ótimos atores e estão muito bem em cena.
A história esta ambientada em depois da primeira guerra mundial. A cidade pequena e a ilha são pouco glamorosas, então não haverá vestidos esfuziantes nem bailes grandiosos. É algo que acontece pré energia elétrica nas casas, tal como telefones, muitos carros nas ruas e coisas do tipo. Era uma outra época, onde outras escolhas eram fundamentais.
A direção posiciona o filme na história que quer contar e essa escolha feita pelo diretor Derek Cianfrance acaba sendo acertada, ainda que quem for ver por ser fã do livro, pode torcer um pouco o nariz. Não é, nem de longe o melhor trabalho de Cianfrance, mas continua com sua boa performance em produções de cinema.
A Luz Entre Oceanos estreia dia 02 de novembro em todo Brasil.
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