O filme de ação e ficção Rogue One – Uma História de Star Wars é o hype do momento e não é para pouco! Star Wars é uma das maiores franquias da história e depois do aclamadíssimo episódio VII soube entrar na onda dos spin-off com o pé direito.
A trama se passa num período um pouco anterior a Star Wars – Episódio IV – Uma Nova Esperança (que foi o primeiro a ser lançado em 1977) e após os acontecimentos de Star Wars Episódio III: A Vingança dos Sith em uma época de conflito com a ascensão do poder do Império Galáctico sob a influência direta dos Sith através do Imperador Palpatine (Darth Sidious) e Darth Vader. É nesse contexto de impotência diante de um Império implacável e de um Darth Vader no auge de seus poderes que conhecemos Jyn Erso – Interpretada por Felicity Jones (Inferno, A Teoria de Tudo) – uma mulher imprudente, agressiva e indisciplinada que teve de viver sozinha desde os quinze anos. Os rebeldes veem nela a oportunidade de descobrir informações preciosas sobre uma super arma de destruição planetária que teria sido construída graças ao trabalho do seu pai Galen Erso – interpretado por Mads Mikkelsen (Doutor Estranho, Hannibal) – que ainda é mantido refém pelo Império. Ao saber de seu pai, Jyn se junta à Aliança Rebelde para salvá-lo e proteger a galáxia da mais poderosa estação de batalha espacial jamais criada: A Estrela da Morte.
A história de John Knoll e Gary Whitta adaptada pelo roteiro de Chris Weitz e Tony Gilroy se nutre da melhor forma possível dos três episódios mais antigos da franquia (IV, V e VI) em seus mais ínfimos detalhes e também consegue construir eventos capazes de enriquecer ainda mais o universo de Star Wars e incentivar uma nova geração a assistir a trilogia que deu início a tudo.
A direção de Gareth Edwards – conhecido pelo seu trabalho no elogiado Monstros (2010) – se concentra em criar um filme quase de época ao nos transportar para o final da década de 1970 onde os pilotos de X-Wing possuíam bigodes estilosos e os operadores de radar imperiais usavam capacetes disfuncionais, além de proporcionar cenas de batalhas incríveis ao dar uma aparência menos limpa à guerra e utilizar posicionamentos de câmera e escala capazes de nos transportar para os campos de batalha ao lado dos rebeldes e sob a sombra dos gigantescos AT-ATs.
Rogue One se afastou da ideia de heróis e heroínas benevolentes e sábios para mostrar uma Aliança Rebelde de forma mais profunda e cinza, onde personagens forjados pela guerra são capazes de fazer qualquer coisa para acabar com o Império, incluindo mentir e matar. A Força, tão presente nos outros filmes, aqui realiza um papel menor, mas bem representado por Chirrut Îmwe (Donnie Yen) e o sensitivo à força Baze Malbus (Wen Jiang), guardiões do antigo templo Jedi da cidade sagrada de Jedah. A dupla apresenta um contraste divertido bem explorado principalmente nas cenas de batalha, enquanto o droid imperial reprogramado K2SO brilha pelo alívio cômico proporcionado e sua utilidade em batalha num preto chumbo bem inserido na história e não mais num dourado desengonçado que nós nunca deixaremos de amar, mas que agora cai mais uma posição na lista dos droids mais legais.
Entre os personagens que decepcionaram podemos citar Forest Whitaker como Saw Garrerra, líder extremista de uma vertente rebelde ao estilo Talibã, metade homem, metade máquina, com personalidade, estilo e profundidade quase naturalmente atribuídas ao seu papel e que passa pelo filme como um grande e mal aproveitado “QUÊ?”. Nesse caso é preciso deixar claro: culpa do roteiro, não da atuação – para não correr o risco de parecer injusto. Seguindo a lista nos deparamos com Jyn que prometia ser o coração e a força da Aliança Rebelde, mas que acaba o filme sem deixar saudades. É difícil achar culpados, o fato é que o centro da trama que tem um papel bem óbvio de unir e revigorar uma Aliança Rebelde fragilizada e desmotivada acaba não tendo substância o suficiente para convencer o espectador, mas ainda sim, Jyn segue em frente meio que empurrada pela necessidade que os eventos possuem em se desenrolar e acaba não convencendo como os trailers nos prometiam que convenceria.
Duas palavras poderiam resumir bem Rogue One – Uma história de Star Wars: nostalgia e fã service. Houve muito de nostalgia que foi explorada principalmente com o cuidado e respeito pelos filmes antigos e sua mitologia. E houve muito, MUITO fã service. O longa veio como um presente de natal esse final de ano, no entanto é necessário frisar que sem o fã service o filme não daria tão certo e é muito fácil se deixar levar por esse trabalho colocado de forma estratégica para tirar a atenção dos fãs de grandes falhas na produção.
Por Raoni Vidal
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.