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CríticaFilmes

Crítica: Cartas da Guerra

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Rita Constantino
17 de julho de 2017 3 Mins Read

Cartas da Guerra posterChiume, 1971. Forças de Portugal ocupam a Angola a fim de conter o movimento de libertação de suas províncias ultramarinas. Em seu fim, atingido pela Revolução dos Cravos que depôs o Estado ditatorial em Portugal três anos depois, os mortos nas colônias africanas eram mais de 60 mil. No espaço-tempo, esse é o contexto de “Cartas da Guerra”, só que as minúcias do conflito não são o interesse do último longa de Ivo Ferreira, pelo contrário: os desdobramentos do episódio histórico são segundo plano perto dos impactos psicológicos que eles podem provocar.

Uma guerra que não se vê. Isso é o que move o filme do cineasta português, uma adaptação da coletânea das cartas que o escritor António Lobo Antunes trocou com Maria José, sua esposa, quando serviu como médico durante a Guerra Colonial, que foram compiladas no livro “D’este viver aqui neste papel descripto: Cartas da guerra”. Suas juras de amor, seu estado depressivo diante dos horrores da deflagração, o tédio, as dores do isolamento e da violência, tudo isso ele escrevia à mulher, que em Portugal ansiava, grávida do primeiro filho, pelo retorno do marido. Dinâmica que com uma delicadeza melancólica Ferreira concretiza na tela, projeto que sai vitorioso em criar um universo imagético à altura do trabalho literário – mas factual – que lhe dá vida.

“14 de janeiro de 1971. Minha joia querida, escrevo-te ainda a bordo de Vera Cruz na véspera da chegada de Luanda, a fim de colocar esta carta no correio mal às Africas. As saudades já são indescritíveis e a solidão enorme ao fim de nove dias de barco.” São linhas da primeira epístola. Só que a voz que ouvimos da narração em off não é masculina, mas feminina. Em boa parte dos 105 minutos de projeção, quem nos conta a história são os relatos de António – interpretado por Miguel Nunes -, mas, como sugere às entrelinhas, lidos por seu amor (Margarida Vila-Nova) em outro continente. Voz de mulher, aveludada e triste, que com a fotografia em preto e branco e uma câmera, boa parte do tempo estável, que se movimenta com vagar, compõe uma poesia do desalento.Cartas da Guerra 2

É com o equilíbrio entre esses elementos que Ivo Ferreira, responsável pela direção, roteiro e produção, conduz uma narrativa segura. A imagem é a matéria-prima do cinema e torna-se desafiador quando seu objeto de trabalho vem de uma natureza tão subjetiva e particular; António Lobo Antunes com suas cartas documentou a guerra, porém mais que isso, descreveu seus efeitos sobre ele. Assim, preservar o texto original é uma escolha corajosa, que ganha mérito com as belas imagens cinematográficas criadas.

Sobre isso, é interessante ver como o cineasta português estabelece o diálogo entre os dois. Em um dos registros mais conhecidos do autor, ele tece um tapete de adjetivos a amada: “Meu amor querido, Adoro-te minha gata de Janeiro meu amor minha gazela meu miosótis (…)”. É um jogo paralelo entre masculino e feminino que Ferreira, de forma inteligente, constrói na tela através de planos intercalados, um para António, outro para Maria José. Com a luz noturna que invade as frestas de ambas as janela, um quadro fechado mostra ele adormecido abraçado à foto da esposa, já no rosto dela, vemos que se toca pensando no marido. Enquanto isso as palavras, lidas por ela, febris, marcam o tom da cena.

Por falar em luz, é um equívoco escrever sobre esse filme e não comentar a fotografia. Trabalho inspirador de João Ribeiro, em momentos de combate os soldados tornam-se apenas silhuetas no escuro contra o fogo, em outros vemos os rastros da violência, a mutilação, o sangue pelos fachos de luz bruxuleantes das lanternas. Já para o nascimento da filha, os raios de sol invadem a janela, banhando o protagonista deitado na cama, por onde paira um mosqueteiro com fotos de sua família. Tais escolhas são fortificadas pelo uso do preto e branco, que intensificam o sentimento de melancolia. “Tudo aqui é verde”, reclama o médico. Não vemos o verde, mas é latente, e material, a experiência de monocromia.

Belo em sua tristeza, “Cartas da Guerra” aposta mais no conflito individual do que coletivo e sai-se bem. As relações humanas são complexas, entre elas, os impulsos que nos levam a campos de batalha. Para isso, olhares múltiplos para essas questões são mais que bem-vindos e nos ajudam a desvendar nossa própria natureza.

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Rita Constantino

1995. Cobra criada em Volta Redonda. Um dia acordou e queria ser jornalista, não sabia onde estava se metendo. Hoje em dia quer falar sobre os filmes que vê e, se ficar sabendo, ajudar o Truffaut a descobrir com que sonham os críticos.

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