A Netflix lançou no último mês de agosto diversas séries originais. Entre elas, “Disjointed”, que trata de um tema cada vez mais comum pelo mundo, a maconha. Quem assume a autoria da trama é Chuck Lorre, de “Two And A Half Men”, “The Big Bang Theory” e outras séries. Já está disponível a primeira parte no streaming, em 10 episódios.
Ruth (Kathy Bates) é uma ativista pró-legalização da maconha, que possui uma loja, a Ruth’s Alternative Caring, onde ajuda seus clientes a usar a maconha para fins medicinais (e também recreativos). Ruth trabalha com seu filho Travis (Aaron Moten), o segurança Carter (Tone Bell), Olivia (Elizabeth Alderfer), Jenny (Elizabeth Ho) e Pete (Dougie Baldwin), que planta a maconha na loja. Ruth também precisa lidar com seu vizinho Douglas (Michael Trucco), conhecido pelo pessoal da loja como “Tae – Kwon – Doug”. Doug é contra a legalização da maconha, bem como contra a existência da loja.
A série se estabelece nessa premissa e torna-se uma comédia sem nenhum aprofundamento no assunto que trás à tona, pelo menos na primeira parte que está disponível na netflix. O grande “X” da série só aparece quase no final, o que compromete um pouco a hipótese de um aprofundamento no assunto que gira a trama.
A protagonista é a atriz Kathy Bates, que desempenha um ótimo papel depois de anos em American Horror Story, onde se consagrou no estilo antagônico. Sua personagem, é construída sobre o esteriótipo hippie dos anos 70, no qual a atriz se mantém muito bem.
O elenco tem entrosamento, apesar da insistência de possíveis relações amorosas entre os personagens, situações que não parecem ter tanta necessidade de espaço na trama. Vale destacar a atuação de Tone Bell como o segurança Carter, que tem suas “viagens” apresentadas como desenhos.
Um diferencial é que algumas cenas são apresentadas para o público através de uma tela do YouTube, onde passa tanto um programa apresentando a variedade do dia na loja da Ruth, bem como o canal de Dank e Dabbie, dois clientes da loja que vivem “chapados”. A parte gráfica também apresenta comerciais sobre plantas que fazem referências à outras séries da Netflix.
Porém, a série apresenta alguns problemas de roteiro, tendo muitas vezes uma narrativa superficial. A parte cômica se faz presente, porém algumas cenas e piadas são saturadas, além de algumas situações soarem forçadas dentro da narrativa.
A loja de Ruth realmente existe. Na Califórnia, a maconha é legalizada. O assunto já é amplamente discutido, bem como a legalização em estados dos EUA e também em alguns países, como o Uruguai. O endereço da loja de Ruth pode ser acessado aqui.
Parece que faltou na série a iniciativa de levar o assunto mais a sério e tentar abrir mão do esteriótipo do usuário da planta. Para servir como um “passatempo”, a série funciona, mas para realmente investir no assunto da legalização das drogas, peca pela falta de um argumento.
A dupla Cheech & Chong é uma referência para “Disjointed”, até mesmo conta com a participação do duo. Ambos são ativistas e Chong ficou conhecido por sua participação no seriado “That 70’s Show”, onde interpretou Leo, um hippie usuário de maconha, dono da loja de fotografia.
“Disjointed” pode concorrer ao posto de “confort serie”, apesar da falta de boa vontade para se construir em cima. É interessante para passar o tempo, mas não chega a ser imperdível. A segunda parte não possui uma previsão de estreia. Os dez primeiros episódios estão disponíveis na Netflix desde o dia 25 de agosto.
https://youtu.be/ly019ZF0lsk
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A série faz mais sentido pra quem é usuário de maconha, as piadas são muito mais relevantes e inteligentes pra quem sabe quais são os efeitos da planta. A trama em si, não sei criticar mas gosto bastante do Pete, me impressionou bastante a primeira piada sobre a paranóia que ele fez com a Jenny. O Segurança Carter e as viagens proporcionadas em desenho também são muito impressionantes, pra mim a série realmente impressionou, as variedade do dia é a parte das piadas mais engraçadas, hilárias, irônicas e inteligentes da série.
A série só faz sentido pra quem é usuário de maconha, ela se fechou para esse público e não há nada de errado nisso. Contudo, não há um aprofundamento no assunto nem para quem faz parte do nicho, e isso que forma a minha crítica. Algumas piadas são bem “rasas”, outras já são mais ligeiras, porém só alcança quem entende do assunto.
Pra maconheiro qualquer coisa funciona, até zorra total.