Depois de “Vingadores: Ultimato” todos os fãs se perguntaram como seria o futuro do universo Marvel nos cinemas. Para os mais desavisados é bom informar que um vislumbre desse futuro é mostrado em “Homem-Aranha: Longe de Casa”. O próprio produtor por trás do MCU, Kevin Feige, confirmou que “Longe de Casa” é o último filme da fase 3 do estúdio. Ou seja, ele é responsável por botar um ponto final em alguns dramas de Peter Parker (Tom Holland) e de abrir a história para a próxima fase, que deve ter uma quantidade considerável de filmes dos outros heróis e do próprio cabeça de teia.
No entanto, é preciso deixar um pouco de lado os Vingadores e focar na boa história contata pelos roteiristas Chris McKenna e Erik Sommers nesta sequência de “Homem Aranha: De Volta ao lar”. Agora Peter está prestes a fazer uma viagem para a Europa com seus colegas de classe do colégio e quer aproveitar a oportunidade para declarar seu amor a MJ (Zendaya) e traça um complexo plano junto com seu engraçado amigo Ned (Jacob Batalon) para conquistar o coração da garota. O problema é que acaba esbarrando em Nich Fury (Samuel L. Jackson), Maria Hill (Cobie Smulders) e um novo super-herói chamado Quentin Beck (Jake Gyllenhaal) que pedem sua ajuda para combater entidades de outra dimensão que surgem em várias cidades europeias. Peter não quer se envolver em problemas e colocar seus amigos em risco, mas acaba entrando na briga para tentar parar as criaturas que podem destruir a terra.
Com as férias arruinadas e com memórias de Tony Stark sempre o perseguindo – pelo traje tecnológico desenvolvido pelo falecido bilionário ou pelas paredes da cidade cheias de desenhos do Homem de Ferro – Parker parece prestes a ceder frente à enorme responsabilidade. Tudo se complica quando ele recebe de presente os óculos de Stark. Esses óculos controlam uma inteligência artificial e um exército de drones que estão guardados em um satélite em orbita da terra. É como se Stark quisesse um substituto a sua altura dando os óculos a um gênio da ciência como Parker. Realmente é muita pressão em cima do rapaz que só tem 16 anos.Tony e Peter desenvolveram uma relação de pai e filho e professor e aluno nos filmes anteriores, o que é usado pelo roteiro e é um dos seus trunfos, mas também um obstáculo. Se, por um lado, é interessante ver como o pupilo reage à falta do mestre, é frustrante notar a necessidade do texto em ter de ligar os acontecimentos de “Longe de Casa” ao passado dos dois ou mesmo do universo dos heróis. O pior exemplo é o do vilão e seu bando que nunca foram vistos ou tiveram participações pequenas nos filmes do MCU, e mesmo assim tem suas motivações construídas como se fossem vítimas de tudo que aconteceu na história até aqui. Ou seja, são vilões unidimensionais que só buscam vingança ou poder. Jake Gyllenhaal é desperdiçado no processo, por mais que o ator se esforce em um personagem simplório.
Quem vai muito bem é o trio Holland, Zendaya e Batalon, que, juntos com Jon Favreau (Happy), transformam uma superprodução de super-heróis em uma comédia romântica adolescente, cheia de piadas e momentos hilários. A direção de Jon Watts favorece esses quesitos, no entanto escorrega em algumas sequências de ação mal coreografadas e confusas. O CGI também deixa a desejar nos efeitos da roupa do herói e durante as cenas de destruição onde o chroma key é aparente. Ao final o saldo é positivo, mesmo que fique aquela vontade de ver um filme do Homem Aranha independente, sem as ambiciosas amarras da Marvel.
Obs: Há duas cenas após o término do filme. Um depois dos créditos principais, que é muito boa e é importante para o futuro da franquia, e outra após todos os créditos, que não faz sentido e acaba com nossa ligação com alguns personagens da história.
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