Imagine se você passasse parte de sua vida sendo de um jeito, para quando chegasse a vida adulta você fosse absolutamente o contrário daquilo?
É o que acontece no filme Irmã, de Zach Clark. Colleen passou sua adolescência ouvindo Marilyn Manson e sendo bastante gótica. Até que algo acontece, ela foge de sua casa e muda toda sua identidade, virando uma noviça.
Anos depois, segue sem falar com sua dramática família, mas acaba indo ao encontro deles por causa do irmão. E tudo continua quase o mesmo: seu quarto com tendências meio satanistas, sua família meio desequilibrada, as relações que beiram a tensão. Só ela que mudou mesmo. E o irmão, Jacob.
O filme sempre parece brincar com esse equilíbrio entre o drama e a comédia. O irmão, que quase morreu e voltou da guerra muito recluso, é uma história triste, mas a maneira que Colleen usa para se aproximar dele é cheia de criatividade. E vários momentos assim acontecem quase todo o tempo.
Irmã fala, quase que absolutamente, sobre relações, principalmente a familiar. Há todo tipo de atritos ali, mas sem ser uma história dramática. É apenas o modo como a vida se fez depois das escolhas de cada um. O roteiro aborda histórias tristes, mas sem pender demais para esse lado.A freira do filme é vivida pela atriz Addison Timlin, que faz um bom proveito com a personagem. A atuação sutil, mas dedicada, faz de Colleen uma caixinha de surpresas. Os atores Ally Sheedy, Keith Poulson e Peter Hedges, respectivamente como a mãe, o irmão e o pai, também estão bem em seus papéis. Juntos, eles têm a química certa para serem parte da família disfuncional ao qual pertencem.
A maquiagem é algo a parte, principalmente pela caracterização de Jacob. As transformações pelas quais Colleen passa também são boas e interessante ao ponto de nos fazer revisitar quem ela foi antes de ser uma noviça. O figurino condiz com todos os personagens e servem também como esconderijo pra Jacob.
A fotografia e a trilha sonora são simples, porém com bons momentos. Tudo dentro do projeto alcançou um bom equilíbrio para que Irmã fosse um filme interessante de ser ver. Pode causar uma empatia maior ou menor nas pessoas, mas não vai causar grande incomodo.
A direção e o roteiro de Zach Clark são sensíveis e leves, feitos para deixar o publico a vontade para rir dos momentos engraçados do filme e se solidarizar com os tristes. Pode ser que o filme não seja memorável, mas entra naquela lista de filmes que quando passa aleatoriamente e a pessoa esta em casa sem ver nada, acaba revendo algumas vezes por puro prazer.
Irmã entra em cartaz em 6 de outubro em todo Brasil.
https://youtu.be/Zj0BoLiTgOw
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
Nossa, taí um filme que gostei demais! A transformação de Colleen é incrível! (Sweet pea… ^^) Gostei da crítica, Marya, muito boa! Acredito que falou sobre todos os pontos importantes e sem revelar nada essencial do enredo, é o tipo de crítica que dá gosto de ler!