Em um gênero no qual clichê é moda, a diferença entre aqueles que se destacam e produzem algo de qualidade para aqueles que fazem péssimos trabalhos, é a forma que usam os recursos já conhecidos. “Parque do inferno” chega aos cinemas como um terror do sub-gênero slasher que de forma descarada se utiliza de todos os clichês possíveis, além de possuir uma história sem nenhuma qualidade e personagens apáticos que em momento algum despertam interesse ou simpatia do público.
Todo longa se passa em um parque de diversões de mesmo nome do título. As pessoas que vão ao local tem como objetivo se assustar passando por diversas situações de terror até chegar no inferno. Mas o que ninguém imaginava é que entre um dos visitantes do parque estaria um assassino em série que se aproveita da situação em que todos estão mascarados e assustando uns aos outros para matar as pessoas.
Apesar de uma premissa boa, o roteiro escrito a quatro mãos (Seth M. Sherwood, Blair Butler, Stephen Susco e Akela Cooper), não consegue em momento algum desenvolver uma história que seja no mínimo coesa. Temos uma cena de abertura no qual o jogo de luzes piscando em um labirinto com diversos personagens perdidos, tenta impressionar com um suspense que não causa muita expectativa, finalizando com uma morte que não impressiona. E, dessa forma, somos apresentados ao assassino e a história dá um salto no tempo.
A partir daí, encontramos o núcleo principal que será o foco. Natalie, uma jovem bonita, tímida estudiosa e quase santa, chega para fazer uma visita a Brooke, sua melhor amiga, e é convida pela mesma para ir ao “Parque do Inferno” porque o garoto boa pinta que ainda é a fim de Natalie estará lá esperando por elas. A introdução da história acaba nesse ponto, assim como o desenvolvimento dos personagens que não acontece durante o restante do longa. Com a intenção de gerar algum atrito na história, o roteiro insere Taylor, extrovertida e mais assanhada, ela tende a ser o alívio cômico, depravado e deveria fazer contraponto com a protagonista, mas isso nunca acontece de verdade.
Rapidamente estamos no parque, aqui o visual e trabalho cenográfico são pontos positivos, além das brincadeiras com as possibilidades de atrações que servem para assustar e maquiar a presença do assassino. A direção segue um ritmo arrastado de reptições de sustos que não impressionam de verdade e o problema fica ainda maior quando o filme aposta em se apoiar na burrice proposital dos personagens para criar as situações de risco. Isso ocorre diversas vezes no decorrer das sequências de tensão.
Enquanto isso, o assassino mata por esporte e escolhe as vítimas aleatoriamente, e as vítimas não se dão o trabalho em nenhum momento de dificultar a vida do psicopata.
O filme entra em sequências de previsibilidades, acarretando em cenas que não impactam o público e mesmo nas poucas cenas verdadeiramente tensas criadas, os finais são frustrantes. E como em todo slasher, o assassino tem poderes de teletransporte, força incomum e lapsos de burrice que nesse longa em momento algum ficam bem encaixados.
No final, o filme consegue irritar o expectador com situações arrastadas de tensão e ingenuidade proposital, onde xingamos mentalmente os personagens e já desejamos que morram porque já fizeram tanta besteira durante o longa que não sabemos bem se merecem viver. Outro detalhe é que os personagens não parecem nada impactados com a morte de amigos e namorados, lutam pela vida com pouca expressividade de choque pela situação vivida. E se tem algo de péssimo nesse filme é a aparição da polícia. Com um final que beira ao bizarro, o filme põe em duvida a psicopatia do assassino e deixa uma abertura desnecessária para sequências.
No geral, quem curte um terror slasher pode até tentar assistir esse longa como um passatempo, mas para aqueles que não são chegados ao gênero, se tiverem opção melhor, espere o longa sair de cartaz e assista em casa numa noite chuvosa para passar tempo, se divertindo e brigando com personagens ingênuos a nível de burros.
Fotos e Vídeo: Divulgação/Paris Filmes
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