Quando o primeiro filme da franquia “Pokémon” foi lançado, havia um mercado ainda muito pouco desenvolvido das adaptações de games para os cinemas. A animação de Pokémon, em si, já eram uma conquista de sucesso por terem conseguido agradar um amplo público, mesmo os que não conheciam os jogos. O jogo e a animação viraram febres nos anos 90, e continuaram agradando nas décadas seguintes, até hoje.
Não é por acaso que “Pokémon: O Filme” ganho um remake agora, 23 anos depois do seu lançamento, com “Pokémon: Mewtwo Contra-Ataca”. Há dois desejos nesse caso: o primeiro é o de fazer uma homenagem a obra que se tornou clássica; o segundo, atrair novas gerações através da remodelagem estética, que está nos moldes da maior parte das animações que estão disponíveis para as crianças atualmente.
A história contada é minuciosamente a mesma, pouquíssimas coisas diferem do filme lançado em 1997. Mewtwo e Mew voltam a ser os personagens centrais da história que, no geral, possui um enredo simples e rápido, o qual nos leva a um batalha de ideias, onde um pokémon clonado tenta descobrir o que ele mesmo é.
Assim como outros remakes atuais da Walt Disney Studios, “Pokemon: Mewtwo Contra-ataca” não acrescenta nada de novo para aqueles que assistiram as histórias originais, no entanto, pode agradar na questão visual alguns, assim como causar incômodos em alguns aspectos em outros mais nostálgicos – como por exemplo com a mudança de dubladores na versão brasileira.
O visual do longa é agradável na maior parte dos aspectos. O filme serve pra modernizar a estética do desenho nesse formato de traço computadorizado, que insere muito mais profundidade e beleza, além de cores. No entanto, em alguns detalhes deixa a deseja, como é o caso da equipe Rocket, que visualmente está pior do que estamos acostumados a ver. E, outro trecho que deixa a desejar são os clones por não possuírem muita diferença com os pokémons originais, o que pode deixar o público confuso durante as cenas de luta. Vale lembrar que no longa original os clones tinham manchas que os diferenciavam.
A emoção emanada deste filme também é aquém do esperado. Mesmo nas cenas que deveriam ser marcantes, aqui já não são tanto. Talvez a sensação possa ser diferente para aqueles que não conhecem a história. Contudo, para os que conhecem o impacto provavelmente será menor ou nenhum.
Nesse ponto, a trilha sonora poderia ser um alento, mas a mesma também não é tão forte, nem mesmo se destaca no filme, exceto no momento em que a canção tema é tocada.
Apesar de passar uma enorme sensação de que seja supérfluo, “Pokémon: Mewtwo Contra-ataca” pode servir como um bom texto para que novas histórias desde universo sejam lançadas com esse novo design de animação. Em si, isso pode atrair o público mais jovem, assim como continuar agradando antigos fãs. No entanto, se os próximos passos forem o de fazer novos remakes dos outros filmes deste universo, é melhor desistirem e permanecerem com a memória do que já foi feito até aqui, até porque, ninguém deseja mais remakes ruins, alem dos que a Walt Disney Studios vem fazendo.
Imagens e vídeo: Divulgação/Netflix
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