Espetáculo em cartaz até 01 de setembro traz crianças como criadoras de universo lúdico
O espetáculo infanto-juvenil “Quebra Cabeça: Em busca da peça que falta” dirigido por Bárbara Duvivier e Victoria Scorza, está em cartaz até 1 de setembro no Teatro Adolpho Bloch, no Rio de Janeiro.
O título à primeira vista é curioso, mas ao assistirmos entendemos que: a peça que falta é encontrada com a participação da plateia e interação com os atores. É um espetáculo de improvisação.
Esse é o grande mote do espetáculo: desde o início é proposto essa interação. Aliás, no começo, já se estabelecem os combinados e integração com exercicios simples de corpo e mente.
Interação com as crianças completa o quebra-cabeça
A interação com as crianças já se inicia na chegada. Neste momento, são entregues papel e canetas coloridas para que façam perguntas, pegadinhas. Tais anotações servirão de desafio para o elenco passar de fase no enredo da peça. (Cá entre nós isso também é uma “mão na roda” para os pais).
Ao longo da peça surgem várias oportunidades de interação, seja na plateia com o microfone, ao responder algo; ou, indo até o palco. As crianças se levantavam, agitavam para participarem.
Enredo é um grande quebra-cabeça
As crianças na plateia criam o enredo na hora junto com a improvisação dos atores, porém não de forma aleatória. Ao contrário, percebe-se facilmente a presença de uma estrutura narrativa que vai nortear desde a criação do protagonista, o seu desafio, antagonista e demais elementos.
Elas respondem perguntas-chave com ideias pré-definidas. Quaisquer semelhanças com técnicas de storytelling ou contação de histórias não são meras coincidências.
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Elementos cênicos
O cenário é simples, tecidos coloridos ao fundo, mesas e cadeiras no canto do palco que permitem a circulação dos atores e integração com o ambiente. O figurino é funcional e permite a movimentação e criação dos atores. A música é incidental, instrumental tocada na hora no canto do palco por Ilan Becker.
Dessa forma, com essas informações em mãos são criados os personagens, conflitos e aventuras do protagonista sempre com a ajuda de elementos cênicos simples mas versáteis.
Quando assisti a história era a do dragão que também queria cuspir água; o acessório usado como rabo do dragão por exemplo, também poderia ser usado para compor uma sereia.
Direção
Em destaques no instagram da peça Bárbara Duvivier, uma das diretoras falou sobre a preparação dos atores. Por ser uma peça de improvisação os ensaios não são no fomato tradicional: com marcações de palco, luz, música e texto.
Logo, o trabalho é de preparação dos atores com os elementos do improviso: aceitação, escuta, intimidade, confiança, corpo e musicalidade, além da estrutura narrativa.
E de fato esses elementos apontados pela diretora são muito perceptíveis. Um exemplo é a interpretação da areia movediça (Joana Castro) que prendia a dragoa (Clarice Sauma).
Com a preparação de elenco e direção acertadas temos a certeza de que improviso não é desleixo. Ao contrário é fundamental ter preparo e entrosamento no elenco
Elenco
É extremamente entrosado entre si, a capacidade de improvisação e criação dos textos é incrível. Fica nítido o quanto os atores se divertem uns com os outros e com as crianças.
O narrador-personagem (Rafael Oliveira) une os elementos dados pelas crianças logo no inicio e vai compondo a história. Eis a magia do teatro: aposto que: assim como eu, outros devem ter se perguntado como ele fazia isso tão rápido?
Por exemplo, as crianças pediram que o protagonista fosse um cachorro, essa ideia voltou com o cachorro de 3 cabeças, que no enredo era um aliado do herói, com a participação de uma criança como 3a cabeça.
O vilão Príncipe das Trevas (Rafael Saraiva) e o ajudante dele (Samuel Valladares) com a língua presa, aliás nessa cena teve vários cacos hilários, foram um espetáculo à parte; as crianças “piravam” com eles: ficavam em polvorosa, levantavam das cadeiras iam até o palco, gritavam, depois contavam para o dragão sobre o ponto fraco dele e ainda ajudaram o herói.
“Quebra-Cabeça: Em busca da peça que falta” através da interação com as crianças, mostra que é possível construir uma história. Quiçá um mundo melhor, mais lúdico com elas e para elas; basta ter em mãos os elementos necessários. Também conecta os adultos com a sua criança interna.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Rafael Oliveira, Rafael Saraiva, Clarice Sauma, Joana Castro e Samuel Valladares
Direção: Barbara Duvivier e Victoria Scorza
Direção de Movimento: Ruy
Direção Musical: Andrés Giraldo
Música: Ilan Becker
Figurino: Helena Byington
Cenário: Dina Salem Levy
Assistência de Cenário: Alice Cruz
Identidade Visual: Theodora Duvivier
Iluminação: Felipe Lourenço
Som: João Gabriel Mattos
Produção: Barbara Duvivier e Vicky
SERVIÇO
Peça: Quebra Cabeça: em busca da peça que falta
Temporada: de 03 de agosto a 01 de setembro, aos sábados e domingos às 16 horas
Ingressos: R$ 70,00 (inteira) / R$ 35,00 (meia)
Vendas: Já estão abertas na bilheteria do teatro Adolpho Bloch e online pela plataforma Sympla
Duração: 55 min
Classificação: Livre
*Imagem Destacada: Divulgação/Assessoria (Crédito: Theodora Duvivier)
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