“Sobre estômagos e borboletas” teve sua estreia na última segunda, dia 07 de novembro, na Cinemateca do Museu de Artes Modernas (MAM) do Rio de Janeiro, marcando também a estreia de Angela Rechia na direção de obras cinematográficas. O curta narra a história de uma menina em transição da infância para pré-adolescência, contando de forma muito leve partes dos conflitos que compõem esse período tão bonito e divertido.
Luiza Sanchez é uma menina que tem uma rotina normal, e, como toda criança, tem seu próprio mundo encantado: Um lugar com atmosfera mística, onde ela pode passear com borboletas viajantes sem preocupações. Em contraponto, o dia-a-dia de Luiza começa a saborear diversos processos de descobrimento. Na busca por definir sua própria identidade a menina passa a experimentar de forma mais consciente o seu lugar dentro de seus ciclos: Irmã mais velha de Kelly (sua pequena parceirinha de aventuras), Luiza descobre a seu papel como protetora outra pessoa. Ao mesmo tempo, se dá conta que sua mãe tem pelas duas o mesmo sentimento, e de forma consciente ela compreende os laços que as une enquanto família. No ambiente escolar a menina tem um grande amigo, Fernando, com quem pouco a pouco descobre as tensões e alegrias do primeiro amor.
Fernando é um menino divertido que se dá conta que está apaixonado por Luiza. E ela, quando desvenda os sentimentos do amigo, percebe que há reciprocidade. E então, novos conflitos internos surgem: Como agir em uma situação totalmente nova? Como se comportar e se vestir? Nesse ponto, o curta mostra sutilmente como alguns padrões se impõem já nesta etapa da vida: Luiza busca se arrumar de forma bem diferente para ficar mais bonita para Fernando, mas percebe que aquilo foge de seu gosto e sua essência.O filme traz uma linguagem poética e muito direcionada ao público infantil. Se trata de um dos (raros) casos de filmes infantis feitos por crianças para crianças e explorando a linguagem de crianças. A direção do filme demonstrou um tato impecável com a preparação dos atores mirins, pois o ar pueril está presente em todo o filme, ao mesmo tempo que as atuações são profissionais e convincentes.
O filme usa e abusa de quadros fechados nos personagens, dando um ar de humor e destacando o trabalho dos atores. Essa perspectiva também realça as particularidades dos dois mundos de Luiza (o real e o encantado), levando o expectador a conhecer detalhes do que é “ser Luiza” e gerando uma forte empatia entre público e personagem.
A realização de curtas metragens no Brasil conta com pouco incentivo (mesmo quando se entende a importância desse formato). Neste contexto, “Sobre estômagos e borboletas” é um projeto independente, sem patrocínio de empresas e sem grana nenhuma de editais e/ou outros incentivos financeiros, contando apenas com o apoio dos amantes e incentivadores de bons projetos: NÓS! Então, quem se animar de dar aquela ajuda é só clicar no link da vaquinha e dar a sua contribuição.
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