Se hoje para grande parte dos executivos o cinema tem uma parcela exclusiva que atende o público entre 15 e 25 anos, não foi até os anos 80 que isso foi criado. Antes, esse público era abocanhado por musicais como Os Embalos de Sábado a Noite E Grease – Nos Tempos das Brilhantinas, ou de filmes mais gerais, tipo Star Wars, mas não havia realmente nada priorizado para eles.
Filmes voltados para o público jovem, que tivesse o apelo juvenil, dramas parecidos com o que esse público vivia eram bastante incomuns. Mas, à partir da década de 80, aos poucos, Hollywood foi sendo tomado por longas que retratavam a vida adolescente e viu essa galera da mesma idade responder de maneira positiva a isso.
Pode-se dizer que um dos pais desse gênero de cinema é o diretor, produtor e roteirista John Hughes. Muitos filmes hoje considerados clássicos e cults sobre adolescência vieram das mãos dele. Sua entrada nesse gênero já vem com o adocicado Gatinhas e Gatões, que lançou a estrela ruiva Molly Ringwald ao estrelato (e basicamente a caracterizou como o rosto dos anos 80). O filme conta a história de Sam Baker, que vê sua família esquecer completamente seu aniversário de 16 anos porque acontece na véspera do casamento de sua irmã mais velha. Tanto a atriz quanto Hughes, que estreava como diretor, foram reconhecidos e parabenizados por este sucesso, o que abriu outras portas e deu oportunidade a outros filmes.
Seguindo ainda na linha de Hughes, temos os outros dois filmes que formam parte da trilogia que ele fez com Molly: A Garota em Rosa Shocking (que Hughes não dirige, mas roteiriza e produz), sobre uma garota que é criada pelo pai e sofre bullying (em uma época que piadas maldosas não eram vistas como bullying) de seus colegas, mas mesmo assim consegue se destacar. Neste filme, vemos o diretor abordar questões adultas, ainda que seja de uma ótica um pouco romantizada: o pai da protagonista tem problemas com bebidas e está desempregado, passando por um momento de depressão (em uma época que depressão não era vista como algo grave e que exigia cuidados), fazendo com que Andie – personagem de Molly – seja a pessoa adulta da casa.
E, também, O Clube do Cinco, o longa mais famosinho da dobradinha Hughes-Molly, que retrata a detenção de 5 adolescente em um sábado na escola que eles estudam. A atriz da vida a uma patricinha, no grupo nós temos ainda um filhinho de papai, um nerd, um arruaceiro e uma mentirosa compulsiva. A história, que tinha tudo pra dar errado e ser apenas sobre cinco pessoas que não tem nada a ver um com os outros, acaba revelando ser muito sutil ao retratar os anseios, as decepções e as frustrações que esse grupo de adolescentes passa.
O diretor fez diversos outros filmes que catapultou sua carreira na década de 80, envolvendo-se também com o gênero família e o infantil. Mas, não há maneira de não citar Curtindo a Vida Adoidado, que é idolatrado como um clássico da Sessão da Tarde até hoje. O dia de descanso de Ferris Buller é o sonho de qualquer adolescente, tornando-se até mesmo um estilo de vida. A fuga da escola dos 3 melhores amigos do longa mostra amizade, aventuras próprias da idade e até o receio que os personagens têm de quando virarem adultos, de quando a escola acabar. Mais uma vez Hughes acerta ao colocar jovens no centro de sua produção, dando voz a uma turma que não era ouvida ou levada a sério.
É impossível ver hoje as várias comédias românticas adolescentes que existem, ver o quão popular o gênero se tornou, sem pensar em John Hughes e sua caminhada dentro de Hollywood. Porém, esse gênero é grande e, apesar de excelente em todas as áreas que tocou, Hughes não trabalhou um lado dele que também se tornou popular na década de 80: o drama adolescente/jovem, que será visto proximamente.
Como dica, fica dar uma olhada na filmografia do diretor, que vai desde Curtindo a Vida Adoidado até Esqueceram de Mim e A Malandrinha.
PS: apesar de responsável por grandes filmes, há outros que merecem ser citados e que não foram de John Hughes: Bill & Ted – Uma Aventura Fantástica, De Volta Para o Futuro, Quero Ser Grande, Um Príncipe em Nova York e grande lista.
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Amei muito esse textooooooooo!!!
Obrigada! Esse texto representa muito a nossa geração, nenom?
faz a lista dos outros filmes que vc cita no final, sem ser o do john hughes, pq os dele eu ja assisti todos.