Estreiou o musical em homenagem à trajetória da grande dama do teatro brasileiro, Bibi Ferreira, num espetáculo digno de sua grandeza: “19 atores, oito músicos, 120 figurinos, 30 perucas, sapatos e chapéus sob medida, 800 metros de tecidos, 12 costureiras, 300 refletores, uma cena com 1.490 lâmpadas”, dados da produção.
O texto inédito de Artur Xexéo e Luanna Guimarães “Bibi Ferreira – uma vida em musical”, com direção de Tadeu Aguiar (“Love Story, o musical”) traz Amanda Costa no papel título. Ambas viveram no palco a protagonista Eliza Doolittle de “My Fair Lady”, Bibi em 1962 (“Minha Querida Lady”) e Amanda na montagem de 2006 em São Paulo.
Aos 95 anos de idade, a história de vida e carreira de Bibi Ferreira se confunde com a própria história do teatro brasileiro. A artista que subiu ao palco ainda bebê em sua primeira peça declara: “não consigo lembrar de mim fora de um teatro”. Sua biografia nos é contada desde a formação em música, dança e línguas estrangeiras, encorajada pela criação dos pais, também artistas, o célebre Procópio Ferreira (interpretado por Chris Penna) e a mãe Aida Izquierdo, bailarina espanhola da Companhia Velasco.
Desde a estreia profissional no teatro com o pai, aos 19 anos, lá se vão 76 anos de carreira. O musical perpassa todas as fases da vida de Bibi. A escolha de seu nome, a preparação para atuar nos palcos, os inesquecíveis grandes musicais como “My Fair Lady” e “Alô Dolly”, “Gota d’Água” e também sua passagem pelas companhias de comédia, do teatro de revista e de engajamento político. Os muitos casamentos, o nascimento da única filha (Tina Ferreira), as passagens pela Europa, a homenagem no samba enredo da Viradouro até sua chegada à Broadway já aos 90 anos.
No elenco desta montagem, um time de atores que já estiveram em cartaz com outros musicais de sucesso. Amanda Costa que, como Bibi, começou criança como integrante do grupo musical “Trem da Alegria”, fez teatro, cinema, televisão e, nos musicais, já havia sido dirigida por Tadeu Aguiar em “Essa é a nossa Canção”, “Baby, o Musical” e “4 Faces do Amor”. Juntam-se a ela Analu Pimenta e Bel Lima (de “60! Década de Arromba – Doc. Musical”), André Luiz Odin (de “Mamonas – o Musical”), Caio Giovani e Flávia Santana (de “Love Story, o Musical”), Carlos Darzé (de “Curral Grande”, do Coletivo Ponto Zero), Chris Penna, Fernanda Gabriela e Leandro Melo (de “Yank – o Musical”), Guilherme Logullo (“Garota de Ipanema – O Amor é Bossa”), João Telles (de “A Peça ao Lado”), Julie Duarte (de “Rapsódia – O Musical”), Leo Bahia (de “Gabriela, um Musical”), Leonam Moraes (“Chacrinha – o Musical” turnê), Luísa Vianna (de “Não Vamos Pagar!”), Moira Osório (de “Chapeuzinho Vermelho – Como Você Nunca Viu, o Musical”), Rosana Penna (de “Nuvem de Lágrimas – o Musical”), Simone Centurione (de “Como Eliminar seu Chefe”).
O coautor, Artur Xexéo (de “Hebe, o musical”) ressalta a importância da atriz e seu papel na na profissionalização do ofício do ator no Brasil ao reconhecer que, “em relação ao teatro musical, ela foi, sem dúvida, a primeira atriz brasileira pronta para o gênero” e na declaração do próprio: “antes dela, havia as vedetes de revista, não necessariamente atrizes”, diz.
A direção musical fica a cargo do talentosíssimo Tony Luchessi (de “60! Década de Arromba – Doc. Musical” e tantos outros musicais que estiveram em cartaz no ano passado) na companhia de oito músicos que interpretam trinta e três canções sendo cinco delas inéditas, compostas especialmente para o espetáculo por Thereza Tinoco (cujas composições já foram gravadas por Ney Matogrosso e Simone, entre outros). As coreografias são de Sueli Guerra, o cenário de Natalia Lana e realização da produtora Negri e Tinoco Produções Artísticas.
Por Flora Menezes
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