No ultimo domingo dia 30, um espetáculo teatral em Santos, litoral de São Paulo, foi interrompida por policiais militares, por volta de 18h.
O grupo de teatro TRUPE OLHO da RUA apresentava o espetáculo “Blitz – O Império que Nunca Dorme“, quando foram surpreendidos e tiveram que parar tudo. O grupo falava o poder do Estado e das mídias de formas totalmente satirizadas.
No momento da chegada da polícia a bandeira estava do Brasil estava sendo hasteada de cabeça pra baixo e o hino cantado de forma trocada.
Os atores usavam máscaras de animais e usavam fardas e saias como figurinos. O responsável pela peça, o ator Caio Martinez Pacheco, foi preso e levado ao 1° Distrito Policial e com ele os instrumento e caixas de som que era usado no espetáculo. Caio declarou que foi informado que o motivo da prisão foi o “desrespeito ao símbolo nacional”, desacato e resistência. Ele foi liberado por volta de 23h30.
De acordo com a atriz e produtora do grupo, Raquel Rollo, a peça já tinha sido feita no mesmo local, inclusive com a presença de policiais.
Raquel informou também que:
“O que mais incomodou os policiais foram os signos colocados no espetáculos e que abordava exatamente a violência do Estado”.

O material que foi apreendido pela polícia foi devolvido, com exceção da bandeira do Brasil. A Policia Militar e Civil informaram que a apresentação ‘foi um afronto’. Os registro documentais foram requisitados pelo Comando de Policiamento da Baixada Santista (CPI-6), que apura as circunstâncias dos fatos.
Outra polêmica na região
Esse ano ainda, a cidade de Santos foi palco de outra peça polêmica.
Na 4ª edição do Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos em Novembro, foi realizada o espetáculo ‘4‘, do dramaturgo e diretor hispano-argentino Rodrigo García.
A montagem de García recebeu o protesto de ativistas pelos direitos dos animais e o Sesc Santos foi multado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
O espetáculo do “La Carniceria Teatro” integra a programação do Mirada e apresentou, em uma de suas cenas, quatro galos usando tênis Nike.

Antes da sessão começar, um grupo de manifestantes, que já sabia da cena, se reuniu na entrada do teatro com placas contendo frases que acusavam o festival e o espetáculo de promoverem o sofrimento de animais.
O Sesc informou que a instituição vai recorrer da autuação.
Certas ‘polêmicas’ que geram discussões calorosas, é visível que o retorno é perigoso, podendo ser mais prejudicial do que benéfico, pelo simples motivo de que a maioria das pessoas não gosta de quem saia do padrão, seja na forma de prestar um serviço ou de oferecer um produto.
Temos que identificar onde fica a linha do ‘ousado’ e do ‘polêmico’, para não perder a sensibilidade e desagradar aos espectadores.
Por André Lamare
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