A lista prova que com boa vontade é sim possível extrair de um videogame uma boa trama para o cinema
A estreia de “Mortal Kombat”, nova adaptação do game de luta da Midway suscitou mais uma vez a questão: é possível fazer um bom filme inspirado em videogame?
O principal problema apontado pelos entendedores tanto de cinema quanto de videogame é que uma trama criada para uma mídia de consumo ativo transposta para uma mídia de consumo passivo prejudica bastante a estrutura. Não é como adaptar para a telona uma HQ ou um livro (que muitas vezes também não é tarefa fácil). No game, temos o joystick e a interatividade. Nós SOMOS o personagem. Enquanto no cinema assistimos o personagem em uma história e um desenvolvimento criados nem sempre da melhor forma.
Mas é mesmo impraticável conceber uma boa adaptação de videogame? A lista abaixo vai mostrar que é sim possível, com uma dose generosa de esforço e boa vontade.
Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos (2016)
O game de RPG da Blizzard Entertainment ganhou uma sofisticada versão cinematográfica capitaneada por Duncan Jones (do excelente “Lunar”). “Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos” conseguiu transpor para a telona com fidelidade incrível o mundo mostrado no jogo, e com uma trama que, se não inovadora, era bastante correta. Infelizmente o público em geral não abraçou o longa e a continuação que já estava sendo elaborada deve mesmo ficar na gaveta aguardando um reboot.
Pokémon: Detetive Pikachu (2019)
Muita gente não sabe mas “Detetive Pikachu” não é uma adaptação do famoso anime e sim do videogame homônimo lançado para Nintendo 3DS em 2016. E o própria série animada coqueluche entre a garotada na virada dos anos 90 para os 2000 se origina de um título do Game Boy. O longa traz para o mundo real com CGI bastante tangível as criaturinhas e seus poderes, e a voz de Ryan Reynolds tem uma explicação plausível no roteiro.
Sonic: O Filme (2020)
A trajetória do filme do Sonic começou com a polêmica do visual do personagem. Buscando uma adaptação realista (se é que isso é possível) o estúdio optou por retratar o ouriço azul com dois olhinhos separados, em vez dos cartunescos olhões juntos. A reclamação dos fãs foi ruidosa e o visual foi mudado para algo bem mais próximo do clássico mascote da Sega. Mas isso não adiantaria muito se o filme fosse uma bomba. E de fato, apesar de alguns problemas (como James Mardsen sem timing para a comédia), “Sonic: O Filme” é uma adaptação de game digna, fazendo ajustes corretos em elementos do jogo para uma narrativa no cinema. Sem falar em Jim Carrey como Ivo Robotnik, um afago tanto nos fãs do jogo como nos fãs das comédias careteiras do ator nos anos 90.
Lara Croft – Tomb Raider (2001)
A maior heroína dos games dos anos 90 ganhou as telonas interpretada por Angelina Jolie, que estava na crista da onda e de fato tinha uma semelhança física com a personagem. O tom de aventura dos jogos foi obedecido pelo diretor Simon West (de “Con Air” e “Mercenários 2”), assim como os cenários e desafios. Os coadjuvantes são fracos, mas o carisma de Angelina compensa mostrando que foi sim uma boa escolha do estúdio. Pena que gerou uma continuação tão fraquinha.
Tomb Raider: A Origem (2018)
O reboot de Lara Croft no cinema também foi bem-sucedido. Dessa vez estrelado por Alicia Vikander, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “A Garota Dinamarquesa”. Dessa vez a fonte de inspiração é o game “Rise of Tomb Raider”, de 2015, mostrando a origem da personagem. Alguns fãs chiaram, mas “Tomb Raider: A Origem”, apesar de não ser perfeito, tem mais pontos a favor do que negativos.
Terror Em Silent Hill (2006)
Um dos games mais horripilantes já feitos ganhou uma adaptação que pode ser considerada a melhor já feita de um videogame para o cinema. O diretor Christophe Gans consegue com maestria passar o clima de suspense e medo do jogo da Konami. Foram cinco anos tentado obter os direitos para a adaptação. Gans enviou uma entrevista em vídeo para a Konami explicando seus planos para adaptar Silent Hill e como os jogos são importantes para ele. E a sua paixão pelo game pode ser claramente sentida estampada na tela. Já a continuação, dirigida por M. J. Bassett é algo constrangedor.
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