Capítulo 3: “Você não deveria julgar ninguém” [p.427]
A Woo! Magazine continua a permear nas águas de J.K. Rowling. E como maio está acabando e só temos mais uma segunda pela frente, resolvemos não perder tempo e partir direto para o primeiro romance (romance?!) adulto da nossa queridíssima. Morte Súbita chegou abalando as estruturas do aclamadíssimo jornal New York Times, que fez a primeira crítica sobre a obra na época, e bem… ela não foi lá muito positiva.
Com suas apenas (apenas?!) 500 páginas, o livro fez cair por terra toda a magia, romance e fantasia, que seus extasiados leitores estavam acostumados em Harry Potter. Sem comparativos e com uma realidade acima das expectativas Morte Súbita, não só trouxe uma J.K. completamente diferente, bem como esfregou na cara da sociedade o quanto as pessoas podem ser cínicas e inescrupulosas. E que sim, sim… a realidade está logo ali ao lado.
“Mas pera aí?! Vocês estão falando da mesma pessoa que escreveu H.P? ” Sim, meus caros. Com esse romance pudemos ver uma nova faceta da escritora. E ela não tinha nada de fantasiosa. Muito pelo contrário, agora fomos puxados para dentro de um mundo de intrigas, mortes e jogo de interesse. Um lugar onde cada personagem, de maneira peculiar, faz com o leitor se sinta culpado pelo simples fato de existir.
Não é um romance policial, ou romance político e muito menos de terror. No entanto, esses três elementos mediam a narrativa de maneira tão intrínseca, que no final da leitura não conseguimos chegar num acordo com relação ao gênero do livro. Isso faz com que leitura acabe corrente. Parar de ler não é bem uma opção, porque precisamos chegar ao próximo capítulo para solucionar o mistério que nos é apresentado logo de cara, na primeira página.
O fato é que o livro tem um ar inquietante. E cada folha que terminamos de ler nos deixa sem fôlego para a que vem a seguir. Se tencionar o leitor foi proposital, Rowling atingiu seu objetivo com louvor. E em momentos políticos tão tensos nessa Terra Brasilis, Morte Súbita caiu como uma luva na matéria da semana. O fato é: até onde as pessoas iriam por dinheiro, poder e sucesso?
Barry Fairbrother estimado morador do pequeno e pacato vilarejo de Pagford morre subitamente. E isso abala completamente as estruturas de toda a população. A questão é que ele era membro do conselho da paróquia local. E com a sua morte, a dúvida passa a vigorar em sobre quem vai ocupar sua vaga. A preocupação mostrada de cara com o falecimento de um “respeitado” morador, agora é apenas plano de fundo para, que na verdade, todos os outros personagens se mostrem, de fato, como são.
Pagford vive em uma generalizada guerra fria. Onde os opostos estão constantemente travando uma batalha. Os ricos e os pobres, as mulheres e seus esposos, os filhos e seus pais… (e etecetera). E eles usam de todas as armas para saber, quem enfim, vencerá as eleições.
Jogos políticos, armações, pagamento de propina, revelações bombásticas; esses fatos te lembram alguma coisa? Bem, qualquer semelhança é mera coincidência. Mas se fechássemos os olhos e analisássemos todas as situações agora mencionadas, poderíamos facilmente estar falando do Brasil e do nosso atual caos político.
Com um humor negro, J.K. retrata com frieza esse jogo de interesse quando o assunto é política. E não importa se estamos aqui ou em Londres. Caráter nada tem a ver com nacionalidade. Ou a pessoa é honesta, ou não é. (Ponto!). E em Morte Súbita, “honestidade” não foi bem a palavra da vez.
Ah! Uma dica: não leiam a obra esperado um ponto de partida, e muito menos um ponto final. A não linearidade dos fatos faz com que essa seja uma narrativa de “entres”. O importante está no meio. E como a autora não poupa detalhes descritivos, ficar buscando assuntos não relevantes aos fatos ocorridos pode fazer com que vocês se percam na leitura.
Os personagens são pessoas comuns. Nada mais de bruxos e centauros. E essa normalidade fez também com que J.K. não nos economizasse uma realidade mais dura, como venda de drogas, bullying, tentativa de suicídio, crimes cibernéticos, e por aí vai… J.K., na verdade, não nos poupou nem dos palavrões.
O livro foi lançado em 2012. E na ocasião, como havíamos mencionado acima, a crítica não o considerou muito bom. Na realidade o termo usado na época foi “mal escrito”. Mas considere o seguinte fato: J.K.Rowling vinha de um sucesso inimaginável, que foi Harry Potter, no qual, o público, por sete livros já estava acostumado com seu padrão de escrita e narração, e de repente, temos no mercado um outro tipo de material, que nada tinha a ver com o sucesso anterior. Mas nada mesmo. Colher os louros que Potter e companhia tinham trazido à sua carreira foi muito bom, mas por parte do público talvez tenha faltado dar uma chance a essa nova empreitada.
No fim, seja por curiosidade ou por interesse, o fato é que o livro vendeu 450 milhões de cópias. E “The Casual Vacacy” – seu nome no original – foi mais um sucesso evidente. E só confirmou, que independentemente da idade do leitor, J.K. Rowling tem mesmo o toque de Midas.
Na próxima semana encerraremos, por fim, a saga dessa heroína. E vamos contar sobre uma trilogia “a la” Sherlock Holmes que vai lhes deixar curiosos do começo ao fim. E se vocês quiserem acompanhar tudo o que já rolou nessa maratona especial que a Woo! preparou para vocês, é só dar uma clicada aqui.
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