Para quem quer uma minissérie para assistir no fim de semana que envolva mistério, mortes, gente suspeita, riqueza e glamour, está disponível na Netflix, “O Casal Perfeito”.
Nova empreitada da gigante do streaming naquela famosa dobradinha, astros famosos e trama popular, a trama gira sobre um fim de semana em um lugar paradisíaco, às vésperas de um casamento, em que é descoberta a morte de um dos convidados.
Composta de astros como Nicole Kidman, Liev Schreiber, Dakota Fanning e a francesa Isabele Adjani, dirigidos pela dinamarquesa Susanne Bier, a minissérie é sobre o momento da família Winbury, enquanto o filho do meio tenta se casar, pois de família riquíssima, a noiva é de classe média.
Sim, o velho embate do rico contra os remediados, a polícia contra os poderosos e os inocentes contra os culpados…
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Nada de novo e infelizmente não traz nenhuma inovação, a não ser interpretações bem canastronas de quem menos se esperava.
Mas sobre isso, decorremos durante o texto.
É sempre legal (para ser informal), as tramas tipo “whodunnit” (quem foi?), mas já há tantas que quem procura um pouco mais de qualidade, é difícil encontrar em “O Casal Perfeito”.
Começa de forma divertida com o interrogatório dos suspeitos e só se sabe quem morreu no sengundo episódio.
Mas depois se torna tudo muito exagerado ou sem profundidade e numa história de somente seis capítulos, cria subtramas demais que pouco acrescentam na trama, como a do padrinho do noivo, com um arco clichê envolvendo a noiva, que embora seja interpretado por um ator simpático, depois se torna sem propósito.
Considerando que é uma adaptação do livro de Elin Hildrebrand, é mais um retrato de como os ricos e famosos lidam com uma pessoa de realidade e classe social diferente no caso a noiva, que além de apresentar as excentricidades dos abastados, traz os preconceitos cretinos e infundados, para no final, se darem conta de que os “pobres” talvez sejam merecedores de confiança, pois são os mais “normais” e “humanos”.
Novamente, nada contra os clichês que inclusive “Entre Facas e Segredos” da própria Netflix conseguiu apresentar e contornar de forma inteligente e em alguns momentos até surpreender.
Mas aqui, Greer, a matriarca da família defendida com caras e bocas por Nicole Kidman, é o símbolo do desprezo, como toda “vilã” ou antagonista de qualquer novela das nove da Rede Globo.
Isso se justificaria, se não fosse o final onde finalmente se conhece a origem da personagem.
Mas nada faz muito sentido…
Claro que não há a perfeição da relação do título e para a história andar, tem o mistério da personagem de Nicole Kidman, o círculo de traições do marido (que sempre traem nessas histórias), dos filhos mimados e despreparados para vida, isso quando não são verdadeiros babacas e sem graça, que são de praxe nessas histórias, mas ter alguns atores antipáticos não ajuda.
Referente os personagens masculinos do pai e dos filhos, quem se salva por bem pouco, é Liev Schreiber, no papel de Tag, o patriarca, que vive de boa fumando sua cannabis, remando em seu caiaque customizado e jogando seu golfe tentando acertar uma gaivota.
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Bon vivant e óbvio mulherengo, traz todo aquele charme e senso perigoso de quem o viu na excelente série “Ray Donavan”, mas com um pequeno tom de humor e falta de senso do ridículo, pois a cena de vexame público/baixaria-de-rico em que ele chama a galera para cantar “Never Gonna You Up”, tanto pela situação quanto pelo momento do filme, é constrangedora!
Pode-se avaliar essa obra de duas formas: como um produto da época em que o mais importante é o conjunto de astros na tela e todo o glamour que envolve esse tipo de filme com gente abastada, ou se compadecer da perda de oportunidade que poderia trazer algo relevante e de boa qualidade considerando os principais nomes envolvidos.
Mas pelo visto hoje em dia, não se pode ter tudo.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix
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