A primeira vez que entrei no Imperator, ou que visitei o Méier com os olhos mais atentos aos passos dos camelôs noturnos e aos bares que se aglomeram na rua Dias da Cruz, foi para visitar a Oficina Experimental de Poesia. Naquele tempo, ou seja, há 2 anos atrás, pouco compreendia sobre a diferença de poema e poesia, para mim, eram sinônimos. Hoje, depois de ter frequentado algumas quartas feiras, às 19 horas, no terraço do Imperator, já sei de coisas que ficam na linha tênue do fazer mais ou ficar estática pelo tamanho dos autores que são estudados durante os meses ao decorrer da oficina. Tem dias que não sei se faço poema ou se viro poesia.
Antes de eu mesma saber que eu sabia escrever um poema, nascia a Oficina Experimental de Poesia, no ano de 2011, para ser mais exata. Os poetas Heyk Pimenta e Marcelo Reis de Mello como protagonistas de uma história que envolvia falta de grana, calote, exposições remaram em direção ao que agora envolve encontros semanais, gratuitos e abertos, a quem se interessar. A oficina tomou as suas dimensões ao longo do curso, sendo reconhecida por universidades, editoras, saraus e coletivos, abrangendo os mais variados públicos, em sua maioria universitária. Contanto, eu e alguns amigos, ainda no ensino médio, fomos apresentados a OEP por intermédio dos professores Guilherme Gonçalves e Rafael Zacca, que antes, em um trabalho por conta do projeto Turista Aprendiz, nos aproximava do meio artístico, antes muito distante do nosso convívio.
Hoje, realiza suas atividades no Centro Cultural Municipal João Nogueira, o Imperator, que levou um ano e meio para que pudessem reconhecer o trabalho e que sendo assim, contassem com o apoio estrutural e custeio das contas básicas. Mas antes, passaram por diferentes espaços, como a livraria Largo das Letras e também o Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo, ambos em Santa Teresa, depois pelas instalações da editora Oitoemeio, no Flamengo. Esse ano, ministraram 3 módulos no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, em que estive presente em 2 deles, ouvi e criei poemas sem pé nem cabeça, ou com tantos pés e cabeças que não cabiam no papel.
Conheci poetas como Ana Carolina Assis, Simone Vieira, Yasmin Nigri, Liv Lagerblad, Stela do Patrocínio, Angélica Freitas, em que pude esmiuçar um pouco dos seus poemas, seja por meio de suas obras, ou por meio daquilo que as levaram a estar ali. Atualmente, o time é composto por Ana Carolina Assis, Augusto Melo Brandão, Bárbara Coelho, Adiron Marcos, Eduarda Moura, Frederico Klumb, Guilherme Gonçalves, Heyk Pimenta, Julya Tavares, Lucas van Hombeck, Luiz Guilherme Barbosa, Marcos Nascimento, Rafael Zacca e Vinicius Gonçalves. A Oficina Experimental de Poesia continua resistente no atual cenário político e artístico, colocando a cara a tapa para quem quiser estapear.
Para mais informações sobre o trabalho que vem sendo feito acesse o site!
[button color=”white” size=”normal” alignment=”none” rel=”follow” openin=”newwindow” url=”oficinaexperimentaldepoesia.wordpress.com”]Oficina Experimental de Poesia[/button]
Por Valeska Torres
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