Peça ‘Os Inquilinos’, de Fábio Takeo, mescla Anton Tchekhov e pesquisa sobre a vida nos manicômios judiciais e hospitais psiquiátricos brasileiros
Em diálogo com a luta do Movimento Antimanicomial, o espetáculo “Os Inquilinos”, de Fabio Takeo com o Estúdio Stanislávski , contém uma história de almas abandonadas e solitárias que se tornam uma batalha intensa para viver e viver, apesar de sua aparente invisibilidade. Por meio de estudos sobre literatura de Anton Tchekhov e uma pesquisa sobre o respeito da vida nos manicômios judiciais e hospitais psiquiátricos brasileiros, o grupo criou os personagens encontrados na narrativa. As apresentações acontecem no Ágora Teatro até 15 de dezembro, com sessões aos sábados e domingos, às 17h .
Em um manicômio entregue a ser fechado, um homem luta para manter viva suas memórias. Ao registrar suas lembranças, ele relembra as pessoas que fizeram parte de sua vida, os sonhos deixados para trás e as perspectivas em relação ao futuro. Ao longo da peça, o público vê se materializar no palco uma série de pessoas complexas, profundas e contraditórias, que lutam por não serem esquecidas.
“A principal inspiração para uma peça foi feita com ‘Enfermaria N. 6’, de Anton Tchekhov. No entanto, outras histórias do autor auxiliar na criação de personagens, como ‘Sonhos’, ‘Vanka’, ‘Volodia’, ‘Um Homem conhecido’ e ‘A Dama do Cachorrinho’. Além disso, serviu como material de estudo para o grupo ou livro ‘Holocausto Brasileiro’ (Daniela Arbex) e os documentos ‘Juqueri’ (Goulart de Andrade), ‘Stultifera Navis’, ‘Em Nome da Razão’ (ambos de Helvecio Ratton) , ‘Imagens do Inconsciente – Nise da Silveira’ (Leon Hirszman) e ‘Estamira’ (Marcos Prado) ”, conta Takeo.
Para desenvolver dramaturgia, use como base ou material criado pelos atores Bernardes Pavanelli, Carlos Sobrinho, Silvia Sivieri e Tati de Souza a partir dos estudos da companhia. A encenação e o cenário minimalista abrem a passagem para a fusão entre os personagens e a natureza criadora de artistas de forma plena e orgânica, funcionando como uma ponte entre obras e espectadores. “Fazer essa peça foi uma maneira de descobrir honrarmos como existem todas essas vidas, que foram marginalizadas por suas condições psíquicas”, afirma o diretor.
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