Ensinar exige autonomia e esperança. Foi através da premissa de uma ação ética que o educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire, ainda tão citado nas discussões de hoje, nos brindou com o eterno clássico “Pedagogia da autonomia”, livro elaborado para toda a sociedade e não somente para os professores.
O diálogo político-pedagógico a respeito da relação educando-educador nos mostra que a prática educadora não é somente escolar. E é nesse sentido que se entende que formar é mais que treinar o sujeito para qualificá-lo em um sistema, onde devemos considerar diferentes realidades.
A ética universal, a qual se refere este grande intelectual do século XX, tem na inclusão um dever e um direito, no preparo científico do professor e na sua capacidade de conviver e aprender com o diferente.
Portanto, fica aqui a eterna esperança nos alunos como “sujeitos da história”, na prática do mestre que não transfere somente conhecimento e vai além. Cria possibilidades para a produção e construção de uma sociedade melhor e mais justa.
” O respeito à autonomia e a dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (…) É nesse sentido também que a dialogicidade verdadeira, em que os sujeitos dialógicos aprendem e crescem na diferença, sobretudo, no respeito a ela, é a forma de estar sendo coerentemente exigida por seres que, inacabados, assumindo-se como tais, se tornam radicalmente éticos. É preciso deixar claro que a transgressão da eticidade jamais pode ser vista como virtude, mas como ruptura com a decência. O que quero dizer é o seguinte: que alguém se torne machista, racista, classista, sei lá o quê, mas se assuma como transgressor da natureza humana. Não me venha com justificativas genéticas, sociológicas ou históricas ou filosóficas para explicar a superioridade da branquitude sobre a negritude, dos homens sobre as mulheres, dos patrões sobre os empregados. Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar. ” Paulo Freire
Por Susana Savedra
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