Aproveitando esse tempo lusco-fusco, a chegada do inverno e esses dias mais cinzentos, a Woo! Magazine resolveu fazer jus a estação mais gelada do ano, e trazer a resenha de um livro para lá de apavorante. Sim, meus caros… hoje, vamos falar da história real de Amityville.
Com o boom que as histórias de terror tiveram no mercado literário, em 2016, a editora Darkside resolveu [re]publicar um dos casos mais enigmáticos da parapsicologia mundial: “Amityville”. A casa localizada no número 112 da Ocean Avenue foi palco de duas – sim… não uma, mas duas – histórias horripilantes. E pasmem! Todas elas aconteceram de verdade.
O livro escrito por Jayanson – e simplesmente Jayanson – foi traduzido por Eduardo Alves. E conta a história da estadia mais rápida que a casa já teve. A família Lutz (que teve seus verdadeiros nomes preservados para evitar maiores transtornos). Mas antes de entrarmos de vez nesse universo, precisamos ressaltar o que aconteceu antes da chegada da família. E é por aí que nosso “era uma vez” começa.
A família Defeo (os que ocuparam a propriedade antes dos Lutz comprarem a residência), foi brutalmente assassinada pelo filho mais velho. O jovem Ronald Defeo usou uma espingarda de alto calibre – relíquia – para matar os pais e os quatro irmãos, enquanto todos dormiam.
Segundo relatos, ele dopou a todos, depois os colocou em suas devidas camas, virados de bruços (exatamente na mesma posição). E pelas costas, matou um a um com tiros à queima roupa. Ainda depois do crime cometido foi para o bar beber e contou o que tinha feito como se nada tivesse acontecido. E detalhe, nenhum dos vizinhos sequer ouviu o barulho dos tiros.
Depois de preso, ele alegou que ouvia vozes em seu quarto pedindo que matasse seus entes mais queridos. Disse que estava possuído por uma entidade demoníaca. Mas mesmo assim ainda gastou cerca de quinze minutos limpando o sangue que escorria pela casa. Ronald foi condenado a seis prisões perpétuas pela morte de todos no ano de 1974.
Ele e seu pai tinham uma convivência complicada, Sr. Defeo era um homem agressivo por natureza e descontava todas as frustrações e cobranças em seu filho mais velho. Este, por sua vez, passou a ter uma mudança brusca de comportamento. E seus pais chegaram a levá-lo a um psiquiatra, alegando que seu filho desenvolvia uma personalidade sociopata.
Um ano depois da prisão de Ronald, a casa foi posta à venda. E é aí que a família Lutz entra na nossa narrativa. O livro Amityville conta a história de como eles viveram desde o primeiro momento em que colocaram os pés lá dentro, até o instante em que fugiram assustados, apenas 28 dias depois de sua mudança.
A casa de três andares e seis quartos foi vendida à bagatela de 80.000. Um preço corriqueiro dado justamente pelo o histórico do lugar. E como os Lutz não eram supersticiosos, viram na compra a oportunidade de dar um conforto maior para seus três filhos. Além de terem um lugar amplo para praticar meditação transcendental, e ter um espaço para guardar o barco e a lancha que possuíam.
Tanta paz assim, estava com minutos contados. E sim… minutos. Porque a partir do momento que se tornaram oficialmente donos da casa, tudo; absolutamente tudo começou a dar errado.
Os capítulos do livro são divididos por datas. A temporada exata que eles passaram em Amityville. E quando começamos nossa resenha falando do inverno, é porque a dita estação também colaborou, e muito, para que todos os fenômenos acontecessem.
A primeira alteração efetiva foi em George Lutz. O pai havia mudado completamente seu comportamento. Antes era um cara vivo e proativo. Mas depois da mudança, tornou-se um homem fechado e mal-humorado. Assemelhando-se muito ao jovem Ronald Defeo. Inclusive, com o frio e a neve chegando, a casa que estava com todos os termostatos funcionando, ficava fria a ponto de George passar a maior parte do tempo alimentando a lareira com madeira. Ele chegou a ficar 9 dias sem tomar banho.
Kathy, a mãe… tentava manter a força por todos, mas começou a ter pesadelos. E bem menos paciência com os filhos. Brigava com George por qualquer motivo e chegou a dar uma surra de cinto nas crianças, quando se sentiu contrariada.
Já os filhos passaram a aprontar mais e obedecer a menos. E Missy, a filha mais nova do casal começou uma amizade imaginária com um porco de olhos vermelhos chamado Jodie. E um adendo: Jodie era o nome de uma das irmãs de Ronald Defeo.
Com o desenrolar dos dias – e dos capítulos – a situação dos Lutz só piorava. A família entrou em um colapso emocional tão grande, que tudo desmoronava ao redor deles.
A leitura vale a pena se você gosta da temática. E a editora Darkside fez um trabalho belíssimo de acabamento do livro. A capa em vermelho vivo e em textura aveludada. As folhas são grossas como se fossem papel cartão. E a história ainda tem um comentário de Ed. e Lorraine Warren sobre as pesquisas que fizeram depois que a casa foi abandonada.
Aliás, já falamos dos casos mais famosos dos Warren aqui no Bookland. E se você quiser dar uma relembrada, é só clicar aqui na matéria.
E para terminar, o acontecido em Amityville teve tanta repercussão; que fizeram um filme, depois teve direito a um remake e como se não bastasse, ainda virou franquia. Vale a leitura, os filmes e as histórias. É só colar aqui na Woo! Magazine, que você não perde nada de bom que acontece por aí.
“O sábio sabe que ele não sabe – e o prudente respeita o que não controla.” [p.13]
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