E, para quem anda acompanhando as notícias ao redor do mundo, deve ter lido ou ouvido algo sobre os testes de bombas de hidrogênio que a Coreia do Norte realizou no início desta semana, o que causou grande agitação no mundo inteiro, principalmente entre as grandes autoridades, preocupadas com o impacto que um arsenal deste potencial pode causar no mundo inteiro.
O que se sabe é que, uma bomba de hidrogênio tem o poder destruidor muito maior do que uma bomba atômica, considerada com um potencial mil vezes maior que as que foram lançadas pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, mas será que você sabe exatamente o quanto destruidor foi a bomba atômica lançada em 1945 no Japão?
E é justamente para nos dar uma visão clara e até mesmo palpável do que foi este grande desastre que tivemos na Segunda Guerra Mundial, que o autor e jornalista John Hersey escreveu o livro-reportagem “Hiroshima”, do qual trazemos aqui a resenha, na esperança de trazer o gostinho de desfrutar da leitura completa da história.
John Hersey, falecido em 1993, também ficou muito conhecido por seu outro livro, o “The Wall” que retrata mais uma das tragédias da guerra: o Gueto de Varsóvia. Escreveu para grandes publicações como o Time’s Chungking Bureau, a Life e a The New Yorker, esta última, uma das grandes publicações semanais dos Estados Unidos, onde saiu primeiramente esta sua reportagem em 31 de agosto de 1946, no ano seguinte ao desastre. E o que era para ser publicado em 4 edições diferentes, foi publicado de uma só vez, causando impacto em toda a mídia.
Após 40 anos, o escritor reencontrou seus personagens e concluiu o livro que temos hoje, contando o “antes e depois” de suas vidas, dando-nos uma ampla visão dos efeitos destruidores deste flagelo.
Sua narrativa se inicia mostrando o que acontecera com seus personagens, no caso, o Dr. Masakazu Fujii, o Dr. Terufumi Sasaki , o Padre Wilhelm Kleinsorge, o reverendo Kiyoshi Tanimoto, a srta. Toshiko Sasaki e a sra. Hatsuyo Nakamura, alguns momentos antes da explosão da bomba, na tentativa de mostrar ao leitor que, por causa de algum gesto ou reflexo é que foram salvos e sobreviveram, ao contrário dos outros mais de 160 mil que não resistiram, seja no dia do ataque, seja com os seus efeitos posteriores.
Muito detalhista, o relato é apresentado pela própria visão dos personagens, trazendo ao leitor não só a imagem do que de fato acontecera, mas inclusive os sentimentos, emoções, dores e lutas sofridas por cada um.
Além disto, é possível entender o que foi o caos e o tamanho da destruição nas cidades, o pânico e desespero de toda a população que sobreviveu e como aos poucos, muitas outras vidas foram sendo ceifadas, já que, os efeitos da radiação também caiu sobre todos impiedosamente, deixando os poucos que resistiram como mortos vivos.
O mais interessante de toda a reportagem é perceber que, cada personagem vivia uma rotina diferente, de classes sociais distintas, e até mesmo culturas diversas, mas, após a tragédia, só o que restou foi a humanidade em cada um, que os levaram a lutar por suas vidas e a de quem estivesse à volta, já não cabia mais espaço para egoísmo e desigualdades entre si, ou lutavam ou morriam juntos.
Vista como a reportagem mais interessante do século XX, até a conclusão de seu último capítulo, 40 anos depois, ainda estava incompleta, já que, o que deu o toque final a este livro-reportagem é poder concluir e refletir sobre os efeitos devastadores, mesmo décadas após a utilização de tão poderosa arma, e o quanto é inútil e irracional ainda continuar buscando armas mais destruidoras.
Uma leitura indispensável para tomar conhecimento, garantir uma reflexão e entendimento do que foi a bomba atômica e nos dar uma ideia do que talvez seria uma possível bomba de hidrogênio, mil vezes pior, valeria a pena?
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